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Lido Nevoeiro
T. M. Bilderback
Esteban Fernandez contratou Lido Bouvier, um selvagem assassino da Louisiana de descendência francesa, para eliminar Joey Justice e o Tenente Mickey Rooney nessa décima terceira história excitante da Justice Security!

Nessa décima terceira história da Justice Security, O Tenente Michelle (Mickey) Rooney do Departamento de Polícia de Chicago faz seu retorno, juntamente com o Detetive Sam Tanner e o ex-policial Manny Salazar.

Dessa vez, dois deles tem suas cabeças à prêmio, juntamente com Joey Justice, da Justice Security. A recompensa por eles foi estabelecida pelo insano líder do cartel de drogas mexicano, General Esteban Fernandez. Fernandez contratou Lido Bouvier, um selvagem assassino da Louisiana de descendência francesa, para eliminar todos os três.

Bouvier é conhecido no submundo como Lido Nevoeiro, por causa da ”mistura indetectável” de técnicas de assassinato... e por causa de sua habilidade em não ser capturado.

Joey traz Mickey Rooney, Sam Tanner, e Manny Salazar para sua cidade no sul dos Estados Unidos para melhor protegê-los de Bouvier…mas quem vai proteger Joey e a Justice Security?

Descubra na história de número ”Treze da Sorte” da Justice Security, de T. M. Bilderback, Lido Nevoeiro – Uma História da Justice Security!


Lido Nevoeiro
Uma História Da Justice Security
Por
T. M. Bilderback
Tradução Por
Fernanda Viana
Copyright © 2020 por TM Bilderback
Design da capa por Christi L. Bilderback
Foto da capa © Can Stock Photo / prg0383
Todos os direitos reservados.
A cidade descrita nestas páginas é imaginária. A história é ficção, e qualquer semelhança das pessoas fictícias nesta história com pessoas reais é uma baita pena.

Sumário
Página do Título (#u0c38e9a4-6c50-595b-89d9-1bf9fbe97a16)
Página dos Direitos Autorais (#ubd973e30-73d6-50b2-b394-175c3ddc54be)
ÍNDICE (#uf4c63391-45e8-55af-9463-f68606ef1a3b)
Capítulo Um (#ud1dd1393-70bb-5ca3-811e-2822363b2100)
Capítulo Dois (#ub45d6077-31ba-5434-b8a2-6744560dd8df)
Capítulo 3 (#uf8194c94-6447-5b5a-bdec-f3980101a7c6)
Capítulo 4 (#u17de5f18-e218-50dc-99b9-bb15233d74a1)
Capítulo 5 (#uf5e90dd2-1b80-555c-9847-169ac033ec56)
Capítulo 6 (#u96431dc2-0756-51e2-94df-0c77dba62760)
Capítulo 7 (#u937f8f23-f3d3-5bcc-b05e-bb46877b8a07)
Capítulo 8 (#ue8d5771a-0517-5a17-8362-a583da4db768)
Capítulo 9 (#ub806b4bd-353d-5cd1-a2af-ef535494ce38)
Capítulo 10 (#uf1cb71aa-7e80-519d-8e2c-88b1e8715a74)
Capítulo 11 (#ua1eab268-349e-5555-8546-eba70428eb61)




ÍNDICE


Informações de direitos autorais (#ubd973e30-73d6-50b2-b394-175c3ddc54be)
Capítulo 1
Capítulo 2 (#ufbe77e72-8717-45a0-9f45-7e3d12a8f9b8)
Capítulo 3 (#uf62f4e5f-ea12-4919-9ec9-8520d5a7a764)
Capítulo 4 (#u05eb7e55-9cbc-4b78-afba-db715341754f)
Capítulo 5 (#u09a7f313-3866-44e0-956e-2be212bac9ce)
Capítulo 6 (#u7e6dab87-bc1b-4dbc-b2e2-fcc80bf50cca)
Capítulo 7 (#u6e81f97b-1ffd-4bc4-952d-80efb6a58a2e)
Capítulo 8 (#u45d50312-bafc-404b-b419-efc25132ff70)
Capítulo 9 (#ub72a865a-0cd0-4411-a311-4d3b4e96ea4f)
Capítulo 10 (#u0cb30b3a-adfe-499b-ba7c-bd242e58ed6c)
Capítulo 11 (#u91c22ac5-92b1-4b87-84df-b9923280ca2e)
Sobre o autor
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Capítulo Um


O Capitão Baker foi bastante incisivo.
-Você vai para esse seminário. Você vai levar o Tanner. Você vai prestar atenção e você vai me responder com um “Sim, senhor”. Fui claro quanto à isso?
Os raios laser disparados pelos meus olhos em direção a ele finalmente acabaram, e a fumaça se dispersou.
Com os dentes cerrados, respondi: "Sim, senhor." A resposta claramente tinha o mesmo tom de voz e ênfase de um “vá se danar.”
Devo ter passado do ponto, porque o capitão disse:
-Estou surpreso. O evento vai ser realizado por alguns dos seus velhos amigos. Pensei que você ficaria feliz em ir.
Eu olhei para Baker, a desconfiança evidente em meus olhos.
-Que velhos amigos?
-A Justice Security.
Me recostei na cadeira em que eu estava, e pensei na última vez em que tinha visto Joey Justice e a Justice Security. O cartel de drogas mexicano comandado pelo General Esteban Fernandez tinha tentado tomar o controle do tráfico em Chicago A Justice Security teve que ir para lá e pedir reforço ao Capitão Baker, ao Sam Tanner, e a mim na tentativa deles de deter o General. Como isso tinha sido uma questão de Segurança Nacional, nenhum de nós foi autorizado a falar sobre isso. Nós todos recebemos Menções Presidenciais por ajudar...Incluindo meu ex-parceiro bajulador, Manny Salazar, que meio que salvou a vida do Joey Justice.
Também conheci o Chefe do FBI, Marcus Moore, que era o contato do FBI com a Justice Security. Nós desenvolvemos uma relação interessante fora do caso.
Perguntei para o Baker:
-Eles não estão vindo pra Chicago de novo, estão?
Baker sorriu.
-Não, graças a Deus. Vocês é quem vão pra lá. Foi um pedido especial.
Eu mordi a isca.
-Pedido especial?
Baker assentiu, ainda sorrindo.
-O e-mail veio nessa manhã. Ele solicitava que você e Sam fossem nesse seminário sobre algum assunto ultrassecreto.
Depois de um momento, perguntei:
-Quem mandou o e-mail?
Baker respondeu:
-Joey Justice.
Merda.
-Algo mais?
Baker deu um sorriso ainda maior
-Ele pediu para que para você considerasse isso um assunto de Segurança Nacional, e nem mesmo pensasse em recusar.
Joey, seu canalha! Pensei comigo mesma.
Em voz alta, eu soltei:
-Aquele canalha!
***


-Oui, chère. Vou aceitar seu trabalho. Não há nada demais nisso. Mais um trabalho e eu tô fora.
-Bueno. Mas, señor, por favor, lembre-se de que não sou um homem que aceita falhas de bom grado.
A voz ao telefone riu.
-Chere, eu nunca falho. Ce n'est rien.
A segunda voz foi fria. "
A segunda voz foi fria.
-Pode não ser nada para você, señor, mas é tudo para mim. - A pausa foi ensurdecedora. - Todos eles.
***


EU PUXEI SAM PARA LONGE da caixa de donuts que ele estava escarafunchando, e o arrastei para o meu escritório. Uma vez lá, eu tranquei a porta.
-O que há de errado, Mickey? - perguntou Sam.
Eu explodi.
-Joey Justice! Isso é o que há de errado!
Sam recuou.
Coloquei vários arquivos na minha mesa.
-Nós temos todos esses homicídios para resolver, e o Justice arrasta a gente pra fora de novo! Ele nos mandou ir para algum seminário estúpido que ele está sediando naquela desgraça de cidade quente dos infernos em que ele mora!
Sam estava forçando seus lábios um contra o outro com força para não ter um ataque de risos. Finalmente, ele falou,
-Quando é que a gente vai?
-Na porcaria da sexta!
Sam olhou para mim.
-Qual é, Mickey. Você sabe que vai ser divertido.
Eu olhei para o meu parceiro enquanto um sorriso se armou no canto da minha boca.
-Talvez.
Sam sorriu para mim enquanto dava outra mordida em um donut de geleia. Meu computador na mesa fez “ding” para me avisar que um e-mail havia chegado.
Era do Joey Justice
Cara Mickey,
Por agora, o Capitão Baker já deve ter te falado sobre o “seminário” que eu quero que você e Sam compareçam.
Também aposto que você esteja pistola com a forma como eu ordenei isso, também
Não tem seminário.
Me desculpe em relação a isso, mas preciso de vocês dois aqui. Pegamos algumas conversas. Não posso te contar a respeito em um e-mail não seguro. Obviamente, você vai precisar de manter essa informação entre você e Sam
Tony Armstrong vai pegar vocês no aeroporto na sexta. Vocês serão nossos convidados, com suas próprias suítes no quinto andar, e Sam terá acesso à nossa cafeteria. Ela fica aberta vinte e quatro horas, e pode fazer o que quer que ele queira.
É urgente, Mickey ... Eu não iria trazer vocês aqui se não fosse.
Seu amigo,
Joey
P. S. Marcus não sabe que vocês estão vindo. Eu pretendo surpreendê-lo com você. Talvez vocês dois possam "fazer alguma coisa" juntos!
Eu estava sorrindo de orelha a orelha e li o e-mail para Sam. Exceto pelo PS, é claro. Uma dama deve ter alguns segredos, até mesmo de seu parceiro.
Sam estava babando.
-O que ele quer dizer com qualquer coisa que eu queira?
-A Justice Security tem seu próprio refeitório interno. - expliquei. - Os cozinheiros trabalham vinte e quatro horas por dia. A alimentação é gratuita para os funcionários que desejam comer lá. Joey faz isso para que sua equipe nunca tenha que se perguntar de onde virá sua próxima refeição. Aparentemente, ele estendeu essa condição para você ... mas não acho que ele tem noção do que fez.
Os olhos de Sam estavam vidrados, pensando em pratos exóticos que ele nunca seria capaz de comer em casa, muito menos em um restaurante. Nas nuvens, ele perguntou:
-Eu me pergunto que tipo de conversa ele ouviu que o faz realizar uma manobra como esta?
Eu balancei minha cabeça, lendo o e-mail novamente.
-Não faço ideia, parceiro. Mas deve ser uma grande.
***


TRINTA E QUATRO ANOS antes, Lido Bouvier nascera em um bayou da Louisiana. Seus pais eram cajuns, isto é, americanos de ascendência francesa, e falavam francês com mais frequência do que inglês. Lido aprendeu a falar os dois idiomas fluentemente, mas isso foi a única coisa boa de sua infância.
A cabana dos Bouvier foi construída sobre palafitas no bayou e era cercada por águas pantanosas. Alguns montes de lama cheios de ervas daninhas abriram caminho pela água. O musgo espanhol pendia das árvores e aquela parte do bayou ficava permanentemente escondida do sol. O barraco não era estável. Durante as tempestades, Lido sempre se perguntava se a cabana inteira desabaria no bayou.
A mãe de Lido, Josephine, havia perdido toda a beleza que possuía para os demônios do álcool e para as sessões de massagem regulares dos punhos do marido. Ela cuidou do filho pequeno o melhor que pôde, em meio à névoa alcoólica, olhos frequentemente inchados e aos ossos quebrados ocasionalmente.
O pai de Lido também era alcoólatra. Ele fabricava vinho caseiro, uísque e cerveja, mas nunca os vendia - entre os pais de Lido, não sobrava o suficiente para vender. O nome do pai de Lido era Pierre. Ele caçava no bayou, principalmente crocodilos. Naquela época, caçar crocodilos era ilegal. Isso não impediu Pierre. Ele tinha um comprador amigável com o qual se encontrava em um local tranquilo no bayou, e Pierre lhe vendia todas as peles de crocodilo, carne seca de jacaré e outras peles de animais que conseguia.
Josephine e Lido nunca foram convidados para essas viagens. E o comprador nunca foi convidado para o barraco.
Mãe e filho nunca foram vistos por outras pessoas. Eles estavam isolados no meio do bayou, e Pierre se certificou de que ninguém soubesse deles. Pierre se casou com Josephine na ilha caribenha da Martinica e a levou ilegalmente para os Estados Unidos por meio de Nova Orleans, depois para o bayou. Ninguém, exceto Pierre, sabia que ela estava nos Estados Unidos.
Lido havia nascido na cabana. Josephine não teve epidural, nem orientação, nem médico. O único anestésico tinha sido um pouco de uísque 50%. Quando Lido surgiu, Pierre deu um tapinha no bumbum do bebê... ou era a intenção dele. Pierre estava bêbado demais para acertar o alvo e deu um tapa no rosto da criança. O resultado foi o mesmo, no entanto - a criança começou a chorar com todas as suas forças.
Dar um tapa na cara do filho era uma prática que Pierre manteve por anos.
Josephine batizou seu filho de “Lido”, em homenagem a uma praia na Itália que ela havia visitado quando era menina.
Quando Pierre celebrava uma grande venda de peles de jacaré e peles de animais, ficava extremamente bêbado no geral. Durante esses períodos de bebedeira, ele usava sua esposa e, ocasionalmente, seu filho, como sacos de pancadas. Josephine geralmente suportava o peso dessas surras abusivas, mas, ocasionalmente, se Josephine estivesse muito bêbada ou muito ferida para proteger a criança, Pierre batia em Lido no estômago ou no rosto. Os socos eram fortes o suficiente para derrubar a criança no chão e jogá-la na parede. Pierre achava isso muito engraçado e muitas vezes ria da situação até desmaiar de tanto beber.
Lido tinha oito anos quando sua mãe morreu. Ele tinha ido acordá-la para o café da manhã, mas ela não acordava. Seu pai tinha desmaiado no velho sofá surrado da cozinha / sala de estar. Lido sacudiu o pai, apavorado com o humor em que Pierre poderia acordar. Quando seu pai acordou, Lido disse:
-Não consigo acordar a Maman.
Pierre disse ao menino para repetir sua declaração duas vezes antes que as palavras fossem registradas. Pierre sentou-se, esfregou o rosto com as mãos duas vezes, como se fosse enxaguar, e se levantou.
-Me mostre.
Lido levou Pierre até Josephine, que estava quase morta. Ela não apanhava havia quase duas semanas e não tinha bebido na noite anterior. Ela aparentemente havia falecido de causas naturais.
Lido não sabia ao certo se era uma lágrima na bochecha do pai ou apenas uma gota de suor de umidade.
-Ela está morta. Você fica aqui, garcon.
Pierre pegou a esposa nos braços e se levantou.
-Vou enterrar sua maman, e depois conversaremos, tá bom?
-Sim, Papa - respondeu Lido.
Pierre colocou Josephine por cima do ombro como um bombeiro e desceu a escada para o barco largo de fundo chato. A última vez que Lido viu sua mãe, ela estava deitada no fundo do barco, enquanto Pierre empurrava o barco para o fundo do bayou.
Mais tarde naquela noite, Pierre voltou, trazendo silenciosamente o barco para a escada. Ele largou o mastro, amarrou o barco a uma das palafitas e subiu na cabana.
Lido estava sentado em silêncio à pequena mesa da cozinha.
Pierre estava sóbrio ... por enquanto.
-Você já comeu alguma coisa?
Lido sacudiu a cabeça.
Pierre, sem palavras, abriu um armário e tirou duas maçãs. Ele as entregou ao menino.
-Coma isso e vá para a cama.
Enquanto Lido dava uma mordida, seu pai disse:
-Amanhã, você aprenderá a caçar crocodilos, tá bom?
***


-OH, MAS É TÃO grande! - disse a loira sentada no colo de Manny Salazar.
Manny, que examinava os seios nus da mulher, disse distraidamente:
-É?
-Oh, sim! Eu nunca tinha visto uma janela tão grande em um escritório tão pequeno!
Manny, que estava nu, deslizou ainda mais para baixo em sua cadeira para que pudesse se mover com um pouco mais de energia. Claro, a jovem sentada em seu colo também estava nua e estava usando parte de seu corpo para envolver parte do corpo de Manny. Para o prazer de Manny, ela estava movendo lentamente os quadris para cima e para baixo ao longo de seu pênis.
A cabeça de Manny caiu abaixo do topo da cadeira da escrivaninha, assim que a cabeça da mulher subiu mais alto.
Manny ouviu um TINK! que soou como vidro quebrando. Ele notou que um pequeno buraco redondo apareceu na testa da mulher, e um grande pedaço de seu crânio e cérebro respingou na mesa e na parede oposta à mesa.
A mulher havia se tornado um peso morto.
Manny ejaculou involuntariamente.
***


MEU TELEFONE ESTAVA tocando.
Eu tinha acabado de dar uma mordida enorme em um sanduíche de linguiça italiana do Lucky's, então não pude responder na hora.
Eu grunhi algo para Sam.
Ele sorriu.
-Quer que eu resolva isso, Mickey?
Eu balancei a cabeça extravagantemente.
Rindo para si mesmo, Sam apertou o botão.
-Polícia de Chicago, Detetive Tanner. - Pausa. - Péra aí, como é que é? - Pausa. - Ah, merda! E tinha que ser ela? - Pausa.
A essa altura, eu tinha mastigado um pedaço de sanduíche do tamanho da minha cara.
-Sam, o que foi?
Sam colocou a mão sobre o receptor e disse:
-Era um policial de patrulha. Diz que foi chamado para um nove-um-um no escritório de algum babaca particular. A garota levou um tiro. A bala entrou pela janela.
Eu estava tendo um mau pressentimento. Eu estava com medo de expressar o pensamento de quem eu pensava que fosse o babaca particular.
-Era o Manny.
Ah, merda. Mas é claro que era ele.
-Ela e Manny estavam...em flagrante delito.
Para o cara no telefone, Sam disse:
-Não brinca.
Para mim, ele disse:
-Ele “chegou lá” quando a nuca dela explodiu. Então, ele caiu no chão.
Sacudi minha cabeça. Tem como esse dia ficar pior?
Peguei minha bolsa e meu casaco.
-Diga a eles que estamos indo.
***


-Bon sang!
O rifle havia sido desmontado e colocado de volta na pasta. Ao sair do prédio do outro lado da rua do escritório de Manny, o assassino deu de ombros.
-Malchance. Mas, talvez, minha sorte mude!
***


PUDE OUVIR MANNY ASSIM que saí do elevador.
-Como diabos eu vou saber? Não tive nenhum caso desde que deixei a força que possivelmente pudesse terminar com alguém me querendo morto!
Manny me avistou quando desci o corredor em direção ao seu escritório.
-Mickey! Conte pra eles! A maioria das pessoas me ama ! - Ele abriu as mãos ao dizer isso.
Ele estava com uma toalha na cintura.
Sacudi minha cabeça.
-Manny, o que você fez?
Seus olhos se arregalaram, surpresos.
-Mickey, você sabe melhor do que ninguém!
No caminho, Sam tinha me perguntado o que realmente tinha acontecido quando Manny deixou o DP. Manny e eu éramos parceiros há anos - Sam sabia disso. E ele sabia que Manny havia deixado a força em desgraça, por causa de um escândalo. Sam e eu éramos parceiros havia quatro anos ... desde que havia me tornado Tenente.
Eu sabia que aquele dia chegaria em que Sam perguntaria. Era hoje, aparentemente.
Respirei fundo.
-Manny e eu fomos designados para um caso de sequestro de crianças. Estávamos trabalhando no caso da melhor maneira que podíamos. Os federais estavam limitados neste porque era dentro da cidade, e você sabe o quão bem os policiais locais trabalham com os federais.
Sam bufou.
-Sei. Basicamente, de jeito nenhum. A menos que você seja convocado, como fizemos com o Justice.
Assenti e sorri.
-Você tem razão. Bem, o dia em que aconteceu era meu dia de folga. Eu vesti um short, uma camiseta, um rabo de cavalo e um boné do Cubs e desci a rua até a Wrigley. Acho que os Cubs estavam jogando em Atlanta ou algo assim ... Eu realmente não me lembro. Eu tenho certeza de que não estava com meu celular. Eu tinha esquecido a maldita coisa - de propósito - e eu nunca soube de nada a respeito até chegar em casa tarde naquela noite. - Eu dirigi um pouco. - Veio uma pista sobre a localização da menina. Manny atendeu a ligação. Ele tentou me contatar, mas...
Dei de ombros.
-Então, ele saiu para verificar a localização - era no lado leste, perto do lago. Mas, de repente ele recebeu uma ligação safadinha. Ele tinha uma antiga namorada que morava na mesma área, então ele parou para atender ao pedido da ligação. - Respirei fundo. - A menina foi morta. O legista marcou o tempo no mesmo intervalo de tempo em que Manny estava dando uns pegas na sua antiga namorada.
Eu respirei um pouco.
-O capitão Baker ficou pálido. Palavras muito duras foram trocadas, e Manny ergueu as mãos e deu o fora. No local. - Virei na rua de Manny. - Quando descobri, fiquei enojada. Fiquei desgostosa com Manny desde então. - Eu olhei para Sam. - Manny era um bom policial. Normalmente, ele teria cuidado dos negócios antes do prazer, especialmente se eu estivesse com ele ... mas, não daquela vez. E isso acabou com ele.
Sam acenou com a cabeça enquanto eu estacionava o Fusca Beetle e abaixava o visor de forma que o cartaz “Detetive de plantão” aparecesse no para-brisa.
-Nunca pensei que ele fosse um policial mau, porque sabia que você não teria continuado a ser parceira dele se ele fosse.
Quando saímos, eu disse:
-Manny simplesmente não conseguia manter as calças no lugar. - Fiz um gesto em direção ao seu prédio. – Eis o nosso caso.
Agora, eu olhava para Manny.
-Sim, Manny, eu te conheço bem. Eu ouvi que você...terminou algumas coisas... depois que a garota morreu.
-Não consegui evitar! Não foi de propósito, droga!
Eu estava gostando de assistir Manny se contorcer. Eu também não podia evitar. Havia apenas algo... como um carma... sobre Manny tentar justificar o fato de ter ejaculado em uma garota morta.
Percebi que ele já tinha sofrido bastante assédio quanto a isso. Para Sam, eu disse:
-Vamos dar uma olhada.
Sam e eu passamos pelos uniformizados na porta do escritório de Manny. Manny nos seguiu, mantendo a boca fechada pela primeira vez. Um jovem detetive estava lá dentro, olhando em volta, estudando o esquema do assassinato. Ele olhou para cima quando entramos.
Fui até ele e ofereci a mão.
-Tenente Mickey Rooney. Este é meu parceiro, Sam Tanner.
O jovem apertou minha mão.
-Terceiro Detetive Bryan McGee, senhora. - Ele acenou com a cabeça para Sam, que acenou de volta.
-O que você tem para mim, Detetive? — perguntei.
-Observei a trajetória do tiro e acredito que foi disparado do telhado do outro lado da rua.
Ele nos mostrou o local em que a bala entrou pela janela. Estranhamente, só havia deixado um pequeno buraco, em vez de estilhaçar a janela inteira. McGee usou uma régua para mostrar o caminho percorrido pela bala. O ângulo era de aproximadamente 35 graus. Ele continuou:
-Agora, se você notar, a bala entrou lá, atingiu a vítima e se alojou na parede ali. - Ele apontou a direção. - Pelo que entendi do Sr. Salazar, e a julgar pela trajetória do tiro, não acredito que a mulher fosse o alvo pretendido. - McGee fez uma pausa. - Eu acredito que o tiro foi destinado ao Sr. Salazar.
***


O PAI DE LIDO CHUTOU Lido com força na perna.
-Acorde, garcon! Hoje você aprende a caçar jacaré!
Lido se sentou na cama, esfregando os olhos. Ainda não tinha amanhecido.
-Vista-se! Temos que estar no bayou antes que o sol nasça!
Lido se vestiu. Ele foi para a cozinha.
Seu pai entregou-lhe um biscoito velho de bom tamanho.
-Você come isso. Guarde as migalhas se quiser le dejeuner!
-Sim, Papa.
Eles desceram a escada para o barco. Pierre segurou uma lâmpada de querosene para iluminar o caminho. Os animais residentes do bayou fizeram muitos ruídos quando os dois Bouviers começaram sua jornada nas profundezas do bayou.
-Papa?
-Sim?
-Onde estão as outras pessoas?
Pierre bufou.
-Por que você precisa de outras pessoas? Você tem a mim e tem o bayou. Do que mais precisa?
Lido permaneceu quieto.
Pierre finalmente olhou para o menino e depois se virou.
-As outras pessoas, elas estão fora do bayou. Nós não precisamos delas. Temos tudo o que precisamos aqui. - Ele olhou de volta para Lido. - Sem mais conversa, hein? A gente perto dos crocodilos.
Lido olhou em volta, mas não viu nenhum crocodilo. Ele viu várias toras flutuando na água turva. Quando ele olhou ao redor, ele viu uma camisa vermelha em um tufo de grama. Parecia idêntica à que sua mãe estava usando da última vez que a viu.
-Papa! Olhe! É a camisa da Maman! - Lido apontou freneticamente.
Pierre rapidamente deu um tapa na boca do menino.
-Quieto, garcon! - Pierre sibilou.- Os crocodilos - ao nosso redor!
-Mas, Papa...!
-Sim, é a camisa da sua maman! - Pierre apontou para os troncos flutuantes. - Ela é isca! Les crocodils, non vem quando você assobia!
Lido não poderia ter ficado mais chocado. Seu pai havia usado o corpo da mãe de Lido para atrair crocodilos!
Pierre pegou um rifle.
-Agora, observe, garcon, e veja como atirar em jacaré! - Ele começou a atirar.
Com horror crescente, Lido observou enquanto os crocodilos tentavam escapar, mas seu pai era rápido demais para eles. O rifle continuou a explodir, e o som era um ruído contínuo.
Finalmente, Pierre largou o rifle. Ele estava rindo.
-Tem pelo menos dez! Estamos em alta agora!




Capítulo Dois


Manny começou a balbuciar.
Meu celular começou a tocar.
Deixei Manny com Sam e saí para o corredor para atender o telefone.
-Rooney.
-Oi, Mickey!
Demorou alguns segundos para registrar a voz.
-Joey Justice! O que diabos você quer?
-Menos conversa, Mickey. Acabei de falar ao telefone com o seu capitão Baker. Seu voo sai assim que você puder chegar a O'Hare. É o avião particular da Justice Security, e aqui está o que você precisa fazer ... - Ele explicou sobre o portão privado e todas as informações pertinentes. - E, ouça ... traga o Manny! Ele é parte disso!
-Engraçado você mencionar Manny. Estamos em ...
Joey me interrompeu.
-Não importa onde você está! Não em uma linha celular aberta! Não use seu Beetle para chegar ao aeroporto. Se um carro patrulha não puder levá-los, peguem um táxi. Eu vou te reembolsar. Mas, saia agora!
Eu estava fervendo.
-Eu quero saber...
Justice me interrompeu novamente. Não é uma boa coisa a se fazer.
-Eu sei que você quer, e eu sei que você está com raiva, Mickey. Digamos que peguei algumas conversas e todos corremos algum perigo. Quanto mais rápido vocês chegarem aqui, melhor todos nós estaremos. - Ele fez uma pausa. - Mickey, por favor. Podemos discutir quando você chegar aqui, certo? Mas, acredite em mim quando digo que é urgente! Vá agora!
Eu finalmente percebi o medo de Joey. Era quase pânico.
-Estamos a caminho, Joey.
Desliguei.
Eu voltei para o escritório de Manny.
-Sam! Temos que ir, agora! - Eu apontei para Manny. - Você está vindo também! Agora!
-Deixe-me colocar uma roupa... - começou Manny.
Eu interrompi.
-Não. Agora. - Apontei para um dos uniformizados que guardava a porta. -Pegue seu carro patrulha. Você está nos levando para O'Hare o mais rápido possível! Acenda algumas luzes vermelhas!
***


NA MANHÃ SEGUINTE, Lido foi acordado por um soco forte no estômago.
-Acorde, garcon! Você e eu, vamos conseguir mais crocodilos!
Pierre ainda estava bêbado da celebração da noite anterior e, aparentemente, não tinha ido para a cama.
Essa percepção gelou Lido. Era quando seu pai era mais perigoso.
Lido se vestiu rapidamente e pegou duas maçãs da cozinha. Ele desceu a escada para o barco de fundo plano o mais rápido que pôde.
-Pegue o mastro! Vamos rápido! - disse Pierre.
O homem e o menino empurraram o barco de fundo chato para o fundo do bayou. Finalmente, eles pararam. A água tinha menos de um metro de profundidade, e vários pequenos outeiros cobertos de musgo os rodeavam.
Pierre pegou um pedaço de corda e cambaleou ao se virar para encarar Lido.
-Você vem aqui.
Lido se moveu até ficar na frente de seu pai.
Pierre amarrou a corda com firmeza na cintura de Lido. O nó era forte.
Balançando em seu assento, Pierre disse:
-Vai prrá água.
Os olhos de Lido se arregalaram.
-Mas, papa...!
Pierre deu um tapa na boca do menino.
-Vai prrá água!
Com os lábios sangrando, o aterrorizado Lido escalou a lateral do barco. A água atingiu seus ombros. Suas mãos agarraram o lado com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
Pierre disse:
-Agora, vá um tchiquinho pra lá. Eu puxo você de volta antes que o jacarré te morda.
O terror do menino quase o fez congelar no lugar. Ele finalmente largou a lateral do barco e começou a se afastar do barco. Quando ele estava a cerca de sete metros de distância, seu pai o chamou.
-Stá bom, garcon ...pare aí.
Lido parou. Seus olhos, arregalados de terror, tentavam estar em toda parte. Ele não confiava em seu pai para puxá-lo para um lugar seguro a tempo, mas sentia como se não tivesse escolha. Ele tinha medo de acabar como sua mãe, cortado em pedaços e dado como alimento a crocodilos famintos.
Depois de alguns momentos, Lido não tinha visto nenhum crocodilo. Ele relaxou ... um pouco.
Lido olhou para seu pai, sentado no barco e balançando de um lado para o outro. Ele não ouviu nem viu o jacaré de vinte pés que estava descansando em um montículo coberto de grama deslizar na água. O crocodilo estava nadando vagarosamente na direção de Lido.
***


NÓS QUATRO ENTRAMOS na viatura. Sentei-me na frente com o uniformizado. Sam estava sentado no banco de trás com Manny.
Manny ainda estava reclamando.
-Olha, Mickey, sei que tivemos nossas desavenças, mas me oponho fortemente a ser conduzido sem roupas!
-Você tem um cobertor da moda aí... Tenho certeza de que as mulheres vão ficar devidamente impressionadas.
-Oh, claro, faça piadas, Mickey! Você não daria uma resposta tão rápida se fosse você no cobertor! - Ele parou enquanto um sorriso malicioso se espalhava por seu rosto. - Você já esteve entre os cobertores, Michelle? - ele perguntou, usando meu nome de batismo.
-Mais uma piadinha, Manny, e vou jogar você para fora do carro!
-Sim, e também não foi você que levou um tiro! - Manny respondeu, logo que o para-brisa traseiro explodiu.
-DIRIJA! - Eu gritei para o patrulheiro surpreso. - AGORA!
Em favor dele, o patrulheiro - Eric Limbird - saiu disparado como uma bala, as luzes e a sirene no máximo. Quando me certifiquei de que ninguém estava ferido, estávamos na metade do caminho para o aeroporto.
***


LIDO NÃO SABIA QUE sexto sentido o fazia olhar para trás. Ele não tinha ouvido nada que o fizesse virar.
O menino de oito anos urinou involuntariamente.
Ele tentou chamar seu pai, mas Lido não conseguia fazer sua voz funcionar. Cada vez que ele tentava gritar, sua voz ficava presa na garganta. Seu pânico agora crescia exponencialmente.
Quando o jacaré estava a seis metros de distância, Lido respirou fundo e finalmente conseguiu gritar:
-PAPA! PAPA!
Pierre se mexeu, viu o crocodilo se aproximando do filho e começou a puxar a corda em direção ao barco. Mão após mão, parecia que o homem mal conseguia manter o menino à frente do crocodilo.
Agora que Lido havia encontrado sua voz novamente, ele não conseguia parar de gritar de terror.
Destemido, o réptil nadador continuou nadando constantemente em direção ao menino.
Finalmente, Pierre deu um grande puxão na corda e puxou o menino mais um metro e meio. Ele deu mais um puxão enorme e Lido estava pulando pela lateral do barco.
Pierre agarrou seu rifle e atirou no jacaré perseguidor entre os olhos.
Lido estava deitado, em pânico, com a respiração ofegante.
Pierre sorriu para o menino.
-Viu só, garcon? Nadjinha com que se preocupar!
Lido olhou para o pai com ódio nascente e sabia que, um dia, mataria aquele homem.
***


ENQUANTO O PATRULHEIRO Limbird dirigia a viatura com rapidez e facilidade pelo trânsito, falei pelo rádio com a polícia do aeroporto, informando-os do que eu precisava que eles fizessem. Eles me disseram qual portão o jato particular estaria usando e que o avião pousaria nos próximos vinte minutos.
Isso nos deu tempo de sobra para encontrar o portão.
Sam estava sentado ereto novamente no banco de trás.
Manny ainda estava agachado no chão.
-Oh, Deus, quem está tentando me matar? Por que eles estão tentando me matar? Que diabos está acontecendo?
Sam começou:
-Manny, cale a boca. Tenho a sensação de que quem está atirando em nós está tentando matar nós três.
Manny ficou quieto por um minuto.
-Você acha? - Ele olhou para Sam e ficou de joelhos para olhar para mim. - O que vocês sabem? Desembuchem, pessoal!
Eu olhei por cima do ombro para Manny.
-Mais tarde, Manny. Mais tarde, ok? - Eu olhei para Limbird. - Você está bem, Limbird?
Limbird sorriu.
-Ah, sim. Foi a coisa mais divertida que já tive que fazer no trabalho até agora!”
Eu balancei minha cabeça em descrença. Aparentemente, o jovem patrulheiro não havia sido baleado o suficiente em sua vida.
Eu olhei para o lado de fora. Estávamos chegando ao terminal principal. Limbird desligou as luzes e a sirene e perguntou:
-O que devo colocar no relatório, Tenente?
-Descreva o que aconteceu e encaminhe quaisquer perguntas para mim ou para o Detetive Tanner.
-Sim, senhora.
Dois policiais do aeroporto se aproximaram da viatura e um deles abriu a porta para mim. O outro abriu a porta traseira do carro para Manny e Sam.
Saímos, agradeci a Limbird e os policiais do aeroporto nos acompanharam até o portão do jato particular. Sem barreiras de segurança para passarmos, o que era uma coisa boa. Manny teria dado um grande choque a um agente da TSA quando abrisse seu cobertor para uma revista.
Os dois oficiais do aeroporto estavam do lado de fora da porta que dava para o portão. Eu os havia instruído que ninguém deveria entrar na sala de espera até que tivéssemos saído.
Sam percebeu minha preocupação.
-Joey sabe quem está fazendo isso?
Manny ouviu isso e imediatamente perguntou:
-Joey? Você quer dizer Joey Justice? No que aquele idiota meteu a gente agora?
Eu dei a Sam um olhar que dizia: "Por que você abriu essa boca grande?" Sam parecia envergonhado enquanto eu respondia à pergunta de Manny da melhor maneira que eu consegui.
-Não sabemos ainda, Manny. Tudo o que sabemos é que ele pediu que fôssemos até a Justice Security. Sam e eu íamos trazer você. Originalmente, apenas Sam e eu iríamos para lá na sexta-feira, mas aparentemente tornou-se mais urgente depois que sua namorada foi assassinada. Foi quando nos disseram para trazer você.
Vimos um jato particular marrom de dois tons manobrar até o portão.
-Eu sabia. Eu soube no minuto em que conheci o Justice que ele ainda acabaria comigo.
-Ah, cale a boca e vamos logo.
Nós nos levantamos e caminhamos ao longo da ponte aérea até a porta aberta do jato. Uma mulher atraente, mais ou menos da minha idade, esperava por nós.
-Olá. Sou a capitã Gena Trotter, da Justice Security. Eu serei sua piloto hoje. Infelizmente, não tive tempo suficiente para garantir um copiloto ou um comissário ou comissária de bordo, mas espero que me perdoem.
Eu sorri e fiz as apresentações. Quando cheguei ao Manny, expliquei o que tinha acontecido, sem a ejaculação, e perguntei se havia alguma roupa a bordo.
-Não, sinto muito, não há. Isso não é algo que planejamos... pelo menos, com alguma frequência.
Subimos a bordo e nos sentamos.
A capitã Trotter apontou para o monitor montado na parede na frente do avião.
-Assim que estivermos no ar, vou ligar isso. Joey está esperando do outro lado. É uma linha segura e ele lhes dirá o que está acontecendo.
Eu balancei a cabeça em agradecimento.
A piloto apontou para a parte de trás do avião.
-As bebidas estão no fundo, junto com frutas, queijos e outros petiscos. Por favor, sirvam-se e eu ponho a gente a caminho.
Assim que Trotter disse “bebidas”, Manny estava voltando. Ele voltou com um quinto de Jack Daniels.
Manny levantou a garrafa para mim e disse:
-É bom ver um velho amigo no bar. - Ele tomou um longo gole da garrafa.
Sam também fez uso dos comes e bebes. Ele voltou com um prato carregado com três docinhos e uma variedade de fatias de queijo. De um lado do prato havia uma banana pequena e solitária.
Encontrei um pouco de café pré-pronto nas xícaras do almirante. Assim que peguei meu café, não precisei procurar por creme ou açúcar.
O avião começou a manobrar para uma pista. A voz da capitã Trotter veio pelo interfone da cabine.
-Por favor, sentem-se e apertem os cintos, pessoal. Agarrem-se aos seus refrescos - será uma subida rápida e um voo igualmente rápido para o sul.
Todos nós sentamos, afivelamos o cinto e assistimos pelas janelas enquanto Chicago era rapidamente deixada para trás.
***


QUANDO LIDO BOUVIER fez 12 anos, seu pai percebeu que não poderia mais usar seu filho como isca de crocodilo. O menino era tão alto quanto o pai e pesado demais para usar a corda para afastá-lo de crocodilos famintos.
Lido pediu ao pai que o ensinasse a usar o rifle.
Pierre, bêbado, olhou para o filho.
-Porr que você querr usar o rifle, garoto?
Lido agora tinha desenvolvido uma boa cara de paisagem. Ele não demonstrou nenhuma emoção que seu pai pudesse interpretar. Ele respondeu:
-Posso ajudar, Papa.
Pierre estudou seu filho o melhor que pôde através da névoa de embriaguez. Finalmente, ele assentiu.
-Vamos começar amanhã, oui?
Lido concordou.
-Oui, Papa.
***


DEPOIS DE NIVELARMOS, a capitã Trotter anunciou mais uma vez:
-Ok, os cintos de segurança podem ser retirados. Joey Justice está aparecendo no monitor. Ele será capaz de ver e ouvir vocês, então fiquem à vontade para falar como quiser.
O grande monitor ganhou vida e lá estava Joey Justice. Outro homem, de baixa estatura, estava sentado ao lado dele. O homem tinha feições de rato e parecia nervoso.
Joey sorriu para mim.
-Oi, Mickey!
-Oi pra você também.
Os olhos de Joey se voltaram para Sam.
-Oi Sam! Já avisei o refeitório sobre você. Eles estão se preparando agora.
O rosto de Sam ficou sonhador.
-Ahhhhh ... obrigado, Joey!
Joey olhou para Manny.
-Manny ... o homem que salvou minha vida. Estou tão feliz que te encontramos a tempo.
Manny acenou com a garrafa de uísque para Joey.
-Idiota.
Joey riu.
-Agora que estamos aqui, tenho que dizer o que está acontecendo.
Eu o encarei com um olhar cortante.
-Já é um começo. Eu só tenho uma pergunta, Joey: é o Fernandez de novo?
Joey inclinou a cabeça e levantou-a.
-Tipo isso. Fernandez contratou um pistoleiro para matar pelo menos três de nós, senão todos os quatro.
Todos nós olhamos para o monitor.
Joey disse:
-É Lido Bouvier.
-Ah, merda. - eu murmurei.
***


PARA SURPRESA DE SEU pai, Lido provou ser bastante proficiente com o rifle. Ele nunca mais falhou depois disso.
Em seu décimo quinto aniversário, Lido e Pierre saíram de barco novamente, para caçar mais crocodilos.
O pai de Lido parou de abusar dele quando o menino cresceu e se tornou tão alto quanto ele. Pierre notou os músculos jovens e viu o ódio cada vez que golpeava Lido, e temia que o menino revidasse.
Pierre estava correto.
Esta foi a última viagem de barco da dupla, embora Pierre não soubesse disso na época.
Pierre estava bêbado. Parecia que estar bêbado havia se tornado seu estado normal. Como resultado, isso o envelheceu terrivelmente.
Quando o barco entrou fundo no bayou, Lido disse:
-Papa.
Pierre se virou para Lido, cambaleando ao fazê-lo.
-Oui, garcon.
Lido estendeu um pedaço de corda.
-Amarre isso na cintura.
Os olhos de Pierre se arregalaram com isso.
-Eu não farrei uma coisa dessa!
Lido ergueu o rifle. Estava apontado para a cabeça de Pierre.
-Então eu vou atirar. Eu não ligo.
Pierre viu a verdade nos olhos do jovem. Lentamente, ele amarrou a corda em volta da cintura.
-Vai prra água, Papa.
Pierre, cambaleando, olhou de Lido para a água e depois olhou ao redor da área em que haviam parado. Vários jacarés descansavam em pequenos outeiros e árvores caídas.
-Tem crocodilos aqui, garcon.
-Oui. E você será isca prra els. - Lido deu um sorriso sem humor. - Não se prreocupe, Papa. Vou puxar a corda antes que o jacarré te morda.
Pierre escalou silenciosamente a lateral do barco, tentando de tudo para não fazer nenhum som. Ele agarrou a lateral do barco com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
-Agorra, saia do barco - disse Lido. - Eu te digo quando forr o suficient.
Pierre se afastou lentamente. Seu medo era quase paralisante. Ele não sabia a quem temer mais - os crocodilos ou seu filho.
A cerca de sete metros, um grande respingo explodiu ao lado de Pierre. Ele se virou para encarar Lido e viu o jovem sorrindo.
-Erra eu. Eu joguei uma pedra.
Todos os crocodilos se voltaram para o som e viram o homem na água. Vários escorregaram silenciosamente de seus lugares de descanso e começaram a nadar em sua direção.
Pierre gritou:
-Ande logo com essa corrda, Lido! - Quando ele olhou para Lido, Lido ergueu os rolos restantes da corda e os jogou no pântano.
-Mon Dieu, olhe só prra isso! Papa, eu deixei cair a corda! Oops!
Pierre não acreditou no que viu. Ele começou a tentar correr com água na altura da cintura enquanto os crocodilos se aproximavam. Ele deu uma última olhada em Lido.
Lido apontou o rifle para Pierre. Ele disse:
-Est é pela Maman, vous connard!
Lido puxou o gatilho e a cabeça de Pierre explodiu ... assim que os crocodilos se aproximaram para a refeição.
Lido calmamente empurrou o barco para a cabana.
Ele tinha ouvido seu pai falar sobre a saída do pântano. Ele também ouvira o pai falar sobre os barcos a vapor no grande rio a sudeste do bayou. Ele estava resmungando enquanto estava bêbado, mas Lido notou cada palavra.
Lido refletiu sobre o pouco que seu pai lhe ensinou, além de atirar com o rifle. Ele sabia como lutar com uma faca - ainda tinha a cicatriz nas costelas que seu pai lhe fizera. Sabia contar e fazer algumas contas. Sabia ler e escrever. Ele já tinha jogado todos os tipos de pôquer e conseguia jogar os dados com grande habilidade. Ele também foi ensinado que a vida só valia o dinheiro que pudesse conseguir.
O coração frio de Lido e a disposição - quase uma alegria - de matar ditariam o resto de sua vida.
Isso, e uma necessidade avassaladora de jogar.
E quando Lido chegou ao grande rio, ele descobriu que havia perdido o barco daquele dia, mas haveria outro em dois dias.
Isso foi tudo que ele perdeu, no entanto. Ele olhou em volta e mergulhou em tudo o que viu. Ele era muito falante com as pessoas que encontrava e deixava claro que gostava de jogar cartas por dinheiro.
Lido recebeu o endereço de um lugar onde poderia jogar pôquer por dinheiro. Ele tinha algum dinheiro, o que havia sobrado dos potes de picles do tamanho de um galão que seu pai tinha escondido debaixo da cabana.
Lido ganhou muito dinheiro.
Quando os outros jogadores se opuseram a Lido ganhar todo seu dinheiro, as facas foram sacadas.
Lido deixou os outros mortos e ensanguentados no chão. Ele também se serviu do dinheiro restante que ainda não havia ganhado. Não fazia sentido deixá-lo para trás.
Lido gradualmente espalhou por aí que estaria disposto a eliminar seres humanos problemáticos... por um preço, é claro.
Lido ficou conhecido em certos círculos como o “Lido Nevoeiro” ... e como um dos melhores assassinos do ramo.
Ele se tornou um homem alegre, usando sua ascendência franco-americana para esconder sua maneira fria e calculista de ganhar a vida.
Ele também se tornou conhecido como jogador e se tornou um viciado. Não apenas em cartas ou dados, mas em caça-níqueis. Quando Lido jogava com eles, ele dizia que estava "tentando a sorte". Às vezes ele ganhava e ganhava muito. Na maioria das vezes, ele perdia tudo para eles.
Mas Lido não conseguia parar. Finalmente, o homem fez uma pequena fortuna com seu negócio. Ele ficou longe do jogo e estava quase na quantia de que precisava para cumprir seu objetivo de se aposentar do ramo.
Tudo que ele precisava era de mais um trabalho. Mais um trabalho deve bastar.
Então, Esteban Fernandez ligou.
***


-ENTÃO, SUPONHO QUE você já ouviu falar de Bouvier? - perguntou Joey.
-O Lido Nevoeiro. - respondi.
-Lido o que? - perguntou Manny.
-Bouvier é conhecido por mudar de um lugar para outro enquanto persegue suas vítimas. Ele alterna diversos lugares para se esconder, métodos de assassinato, e lugares para executar suas mortes, fazendo com que os investigadores sempre se sintam como que cercados por um nevoeiro. - respondi. - Ele já usou armas, facas e garrotes. Suas mortes podem ser horríveis ou limpas.
-Então ele é muito bom no que faz?
-Manny, ele teria dado um fim em você nesta manhã se você não tivesse se abaixado na cadeira quando o fez. - eu disse a ele. Para Joey, eu disse - Como você descobriu?
-Que bom que você perguntou. - Joey gesticulou para o homem ao lado dele. - Eu gostaria que você conhecesse Snickers. Snickers está em ... bem, nos computadores. E ele é uma fonte primária de informação no submundo. Ele geralmente pode descobrir tudo o que você precisa saber sobre atividades criminosas.
Eu sorri.
-Oi, Snickers.
Sam disse:
-Prazer em conhecê-lo.
Manny, mergulhado na garrafa de uísque, murmurou:
-E aí?
-Prazer em conhecer vocês. Sabe, eu, você sabe, ouvi muito sobre vocês. - disse Snickers.
Eu bufei.
-Aposto que sim!
Sam riu enquanto Joey tentava parecer ofendido.
-Não tente negar nada, Joey Justice! – Eu comecei. - Você me explodiu, lembra?
-Eu não. Aquilo foi a porta, que prendeu a gente na parede!
-Mesma coisa! Nos atingiu por causa da explosão!
Joey riu.
-Foi divertido, não foi?
Tentei não sorrir.
-Cale a boca. Snickers, por favor, diga-nos como você descobriu isso?
-Bem, eu estava, você sabe, na cidade para dizer adeus à, você sabe, Dexter, e...
-Espera, o quê? O que aconteceu com Dexter?
-Oh, ele tinha que, você sabe, colocar a cabeça dele no lugar, sentindo falta, sabe, de Megan e tudo.
-Megan? O que diabos aconteceu com Megan? - Eu esperava não parecer tão surpresa quanto estava me sentindo.
Joey comentou:
-Longa história, Mickey. Vou te informar sobre isso aqui.
-Melhor mesmo!
Depois de alguns segundos, Snickers continuou.
-Então, eu fui parar no, você sabe, no McFeelme's e...
-Mc onde? – Eu comecei.
-McFeelme's... oh. O nome verdadeiro do bar é, você sabe, McFeely's, mas é no, você sabe, Hooker Hollow, então seu apelido se tornou, você sabe...
-McFeelme's - eu terminei.
-Indiotah. - Manny conseguiu dizer isso sem murmurar.
-Então, eu, você sabe, entrei no bar e dei uma gorjeta para um cara que eu não via há algum tempo. Ele me perguntou se eu ainda estava interessado em coisas sobre, você sabe, Fernandez. Eu disse que sim, e ele me disse que, sabe, havia um rumor que Fernandez havia contratado esse assassino. - Snickers acenou com a mão. - Eu perguntei a ele quem, você sabe, ele contratou, e o cara disse que era, você sabe, o Lido Nevoeiro.
O homem tomou um gole d'água de uma garrafa que tinha na mesa à sua frente e continuou.
-Eu, sabe, perguntei atrás de quem o assassino estava, e o cara riu, sabe, e disse que eu devia estar tentando, sabe, roubar o trabalho. Eu disse ao cara, sabe, porra, não, eu não estava roubando de atirador, e ele riu e, sabe, me disse que ele estava atrás de quatro pessoas. Alguns estavam em, você sabe, Shytown, e o outro era, você sabe, Joey. Voltei para contar a Joey assim que pude.
-Joey Jushtish é um indiotah. - Manny estava prestes a desmaiar. Não posso dizer que realmente o culpei. Se eu tivesse levado um tiro e 'chegado lá' em uma mulher morta, eu também teria enchido a cara.
-Por que Manny está tão bêbado? - perguntou Joey.
Então, expliquei a Joey o que aconteceu com Manny naquela manhã, sua ejaculação acidental e o tiro que quebrou a janela do carro de patrulha.
-Oh, mal posso esperar para contar a Louie sobre isso! Manny nunca terá um momento de paz!
Oops, pensei, e sorri.

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