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Cora??o Maldito
Blankenship Amy
Os irm?os guardi?es s?o imortais muito possessivos quando se trata de proteger Kyoko de Hyakuhei, de dem?nios, at mesmo de si mesma. Mas como quuando vai longe demais? Se os irm?os soubessem que tinham que se matar um ao outro s para estar perto dela, eles fariam isso? Se isso permitisse que eles a amassem, ent?o eles fariam isso num piscar de olhos. Ser que a morte deles ser suficiente para manter Kyoko longe do senhor demnio, Hyakuhei, que a amou por toda a eternidade? ?s vezes at mesmo o sangue n?o suficiente quando Kyoko n?o joga pelas regras dos seus cora??es amaldi?oados.



?ndice

Cap?tulo 1 "Sacrif?cio" (#ulink_c6a12e7f-033b-53b5-a118-c9caa113c4cd)
Cap?tulo 2 "Uma voz do passado". (#ulink_51a41f14-f630-5f39-9791-b0e8a00461cd)
Cap?tulo 3 "Os Hormnios Somos Ns, na Escola Secundria". (#ulink_9517bd13-e635-5ece-a221-4d2ca31b7db1)
Cap?tulo 4 "Bad Boys and Romeo" (#ulink_f448a0e9-fc39-5cee-87eb-208300feed39)
Cap?tulo 5 "O Fantasma da pera". (#ulink_12c9cb67-50a0-5d4e-b049-7aff790293f8)
Cap?tulo 6 "O que os demnios temem" (#ulink_e4b3b4df-d510-59ce-8456-fc8689c9ac0c)
Cap?tulo 7 "Despertar (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 8 "Enigma" (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 9 "Sedu??o" (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 10 "Ci?mes Perigosos". (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 11 "Sem ser convidado". (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 12 "Rivalidade Fraterna". (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 13 "Cora??es Invejosos". (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 14 "Apanhados no Meio" (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 15 "Comportamento Perturbador" (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 16 "Ponto de Partida" (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 17 "Anjo Alado Negro". (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 18 "Os demnios entre ns". (#litres_trial_promo)
Cap?tulo 19 "Gravatas que ligam" (#litres_trial_promo)

Cora??o Maldito
Sries O Guardi?o do Cora??o de Cristal Livro 8

Amy Blankenship
Translated by Luis Navega

Copyright 2010 Amy Blankenship
Edi??o em Ingl?s Publicada por Amy Blankenship
Segunda Edi??o Publicada pela TekTime
Todos os direitos reservados.

Cap?tulo 1 "Sacrif?cio"
Os irm?os guardi?es juntaram-se em torno dos restos da esttua da donzela. Mesmo feridos e sangrentos, eles ainda eram um espectculo a contemplar. Suas asas transl?cidas estendiam-se por trs deles como anjos da lenda, mas as armas mortais que usavam para reprimir a chuva de demnios diziam da sua verdadeira natureza. Os guardi?es eram mais perigosos e letais do que os demnios poderiam esperar ser.
Eles s?o os protectores do Cora??o do Tempo... o portal do tempo que a liga??o entre o mundo demon?aco e todos os humanos. O tempo e o espa?o separam os mundos para que ningum possa atravessar sem o uso do portal sagrado. Os guardi?es nunca esperaram virar o seu poder contra o que tinham nascido para proteger.
Os ventos de mudan?a haviam come?ado h tr?s anos, quando a esttua inaugural de repente come?ou a brilhar, revelando o facto de que a sacerdotisa humana tinha renascido do outro lado do Cora??o do Tempo. Hyakuhei, uma vez que era o guardi?o mais poderoso, agora senhor dos demnios, tinha atacado, enviando os seus subordinados demon?acos num frenesim como eles tentaram chegar ao portal ... tentando chegar ? sacerdotisa do outro lado.
Os guardi?es sabiam porque Hyakuhei tinha atacado com tanta f?ria apaixonada, mas a raz?o do guardi?o escuro n?o importava... eles n?o podiam permitir isso. A sua intensa guerra durou tr?s longos anos, nunca parando, enfraquecendo ambos os lados do conflito... at hoje. Hyakuhei tinha libertado o mais astuto dos demnios, juntando-os com os mais fracos para lutar com vingan?a.
Enviando o exrcito do mal para invadir os guardi?es em grande n?mero, Hyakuhei tinha estendido suas asas sombrias, invocando o seu poder supremo para desestabilizar a barreira e escapar para o reino humano. Tinha acontecido t?o rpido que os guardi?es nem sabiam quantos demnios tinham escapado atravs da barreira com ele e a ?nica forma de impedir mais de o seguir tinha sido destruir o Cora??o do Tempo.
Agora os guardi?es estavam numa encruzilhada. Hyakuhei e os demnios estariam livres para perseguir a sacerdotisa dentro do reino humano, porque com o portal do tempo destru?do... os guardi?es n?o conseguiam alcan?-la.
''N?o dev?amos ter feito isso'', Toya rosnou, olhando para a pilha de escombros de onde se ajoelhou no ch?o. A perda de sangue tinha absorvido a sua energia, mas n?o a sua raiva. Ele tinha enviado toda a energia que podia atravs do portal do tempo um instante atrs de Hyakuhei. Ele s esperava ter ferido o senhor demnio no processo. - Hyakuhei vai ca?-la!
''Ela apenas um beb. Tr?s anos de idade e impotente contra eles.'' A tristeza na voz de Kamui era grossa como os seus olhos que brilhavam com lgrimas. Ele tentou limpar a evid?ncia, mas s conseguiu deixar uma mancha de sangue na bochecha dele.'' E se os demnios a encontrarem antes dele?''
''Ela n?o ter hiptese contra eles. - Kotaro fechou os seus olhos azuis de gelo em nega??o. - Ela n?o tem ningum l que possa proteg?-la de demnios... ou de Hyakuhei.
As asas de ametista do Shinbe desapareceram enquanto ele enrolava o bra?o ao redor do corte nas costelas. Ele iria se curar, mas isso n?o faria bem. - Ns podemos ter impedido o resto dos demnios de entrar no mundo dela... mas na verdade, ns perdemos tudo se ele a reclamar.
Kyou era o ?nico que ainda estava ? sua altura mxima, mas apenas porque ele escolheu ignorar as suas prprias feridas ? luz do dilema que eles estavam a enfrentar agora. - Ainda n?o acabou. A sua voz era desprovida da ang?stia que afligia os seus irm?os.
''De que ests a falar?'' Toya sibilou enquanto trope?ava nos ps. ''O portal do tempo est destru?do. N?o podemos salv-la.'' As suas asas prateadas desapareceram numa enxurrada de penas, dando lugar ? sua ira.
''H uma maneira... mas o pre?o alto'', informou Kyou.
''N?o h pre?o muito alto'', Kamui disse o que os outros estavam a pensar. As suas m?os estavam agora com os punhos ao seu lado e os seus olhos determinados.
O longo cabelo prateado de Kyou flutuava na brisa enquanto ele virava os seus olhos dourados para fech-los com os de Kamui. ''Morrerias por ela?''
''Se isso fosse para a salvar e ao seu mundo'', foi a resposta instant?nea de Kamui enquanto ele dava um passo em frente. ''Ent?o seria apenas um pequeno sacrif?cio.''
''Basta dizer-nos o que temos de fazer'', exigiu Toya. "As nossas vidas j lhe pertencem... Se for preciso sangue, ent?o vamos sangrar.''
Kyou olhou de um guardi?o para o outro, vendo que todos estavam de acordo. ''Se morrermos neste reino, ent?o vamos aparecer no dela... mas h um custo para tal acto. Os nossos poderes como guardi?es ser?o cortados pela metade, e as nossas asas s?o o pre?o do pagamento porque ser?o o poder que nos levar atravs do tempo e do espa?o.''
''Estaremos juntos?'' Shinbe teve o pensamento de perguntar.
''Somos irm?os e isso nunca vai mudar. N?o renasceremos... mas passaremos pelo vu do tempo como somos. Para os mortais, s apareceremos por volta das idades de dezessete a dezenove anos, mas nossa imortalidade nos impedir de envelhecer. O poder da descida nos dar uma vida como se estivssemos sempre entre eles... perto dela. A sacerdotisa inocente no reino dos humanos... ela n?o ter poder at atingir a maioridade.''
Shinbe apertou o seu punho no seu cajado enquanto olhava para o sangrento campo de batalha que os rodeava. ''Fomos atacados por demnios poderosos muitas vezes, e ainda assim vivemos. Como que um guardi?o consegue ser morto?''
A mais leve dica de um sorriso possu?a os lbios de Kyou enquanto ele respondia. '' preciso um guardi?o para matar um guardi?o.''
''Se vamos fazer isso, mais vale fazermos um teste de for?a'', insistiu Kotaro, tentando afastar o horror de matar o irm?o.
Shinbe acenou com a cabe?a, entendendo o que Kotaro estava a tentar fazer. ''Sempre nos perguntmos qual de ns o mais forte.''
Os olhos brilhantes de Kamui ficaram pretos e a cor do bano rapidamente se espalhou pelas suas asas como se estivesse a comer a poeira estelar que brilhava l em manchas multicoloridas. O instante em que Kamui chegou ao seu verdadeiro poder, tornou-se numa luta at ? morte.
Dentro de momentos, Toya foi o ?ltimo a ficar de p. Ele ficou de joelhos com a dor do que acabara de fazer e do que ainda tinha que fazer. Ningum tinha pensado no sacrif?cio mais verdadeiro a ser feito.
''Para estar contigo'', a sua voz era apenas um sussurro, enquanto ele mantinha o resto dos seus pensamentos dentro dele. Pegando nos seus punhais gmeos num aperto de m?o, ele enfiou-os no seu prprio cora??o. O ?ltimo do seu poder activou os punhais sagrados ? medida que o gelo se espalhava rapidamente pelo seu cora??o... seguido pelas chamas.

Cap?tulo 2 "Uma voz do passado".
15 anos depois...
A Kyoko parou em frente ? porta do escritrio sem querer entrar. Ela tinha estado no internato de todas as garotas at onde ela se lembrava e ser chamada para o escritrio da Sra. Crap nunca foi uma coisa boa. Isso deu um novo significado ?s palavras 'Oh Crap'.
''Entra em Hogo.'' Mesmo abafada do outro quarto, a voz feminina parecia dura e inflex?vel, do tipo que basicamente ralava os nervos das pessoas.
Kyoko se perguntou como diabos a velha senhora sabia que ela estava ali parada. Ela demorou um segundo para olhar ao seu redor, procurando pela c?mara secreta de espionagem que ela nunca tinha encontrado e ent?o encolheu os ombros e abriu a porta.
Vendo que a chefe n?o estava sozinha no escritrio, Kyoko passou de um p para o outro perguntando o que ela tinha feito para se meter em problemas dessa vez. Como a escola estava no meio do nada e n?o havia homens permitidos nas instala??es, ela nunca tinha estado na mesma sala com o sexo oposto e instantaneamente olhou para longe dele.
''Sente-se, Srta. Hogo, temos muito que conversar.'' A Sra. Crap disse com toda a arrog?ncia que podia. At mesmo ela parecia estar abalada com o facto da sua escola justa ter sido invadida por um homem. ''Este o Sr. Sennin, um advogado que tem sido responsvel pela propriedade da tua fam?lia desde que foste colocada aqui na nossa escola. Ele me chamou a aten??o para o facto de que o seu trabalho est agora terminado e todos os direitos da propriedade revertem para ti a partir da meia-noite de hoje.''
Kyoko piscou vrias vezes em estado confuso. A fam?lia dela o qu?? Sempre lhe disseram que ela era uma pupila da escola e assumiram que isso significava que ela era rf?. O seu aniversrio era amanh?, mas... Kyoko recuou nos seus pensamentos quando a Sra. Crap de repente parou e se dirigiu para a porta do escritrio.
As costas da senhora idosa estavam firmes como uma tbua e os seus calcanhares batiam alto no ch?o de madeira do escritrio. Ela olhou para baixo do nariz para alm dos culos irritantes que estavam pendurados na ponta do nariz. ''Eu deixarei o Sr. Sennin para explicar o resto.'' A porta fechou com um estrondo retumbante, deixando Kyoko e o homem sozinho dentro do escritrio.
''Posso cham-la de Kyoko? ''Sr. Sennin perguntou educadamente. Pessoalmente, ele estava feliz que a velha novilha os tivesse deixado sozinhos.
Sua voz era envelhecida e spera, mas suave e doce ao mesmo tempo, fazendo Kyoko finalmente levantar os olhos esmeralda para encontrar os dele. Ele estava vestido com um fato de negcios como um advogado, mas o sorriso dele pertencia ao av? de algum porque aquele sorriso chegava at os seus olhos cinzentos cintilantes. Ela acenou com a cabe?a, precisando de um momento para encontrar a sua voz.
''Voc? conhece a minha fam?lia?'' Kyoko fez a ?nica pergunta que ela achava que nunca teria uma resposta.
''Eu conhecia-os muito bem. O seu av? era o meu melhor amigo.'' Ele suspirou quando pegou a cadeira da Sra. Crap e a puxou ao redor da mesa ao lado da Kyoko. ''O seu av? trouxe-te at mim quando voc? tinha apenas tr?s anos de idade, com instru??es muito expl?citas e um testamento. Ele foi morto num acidente estranho apenas algumas horas depois de deixar a minha firma de advocacia.''
O velho respirou fundo como se a memria ainda o magoasse profundamente, ent?o ele come?ou a explicar. ''O seu av? veio ter comigo em confid?ncia. Ele me disse que todos na sua fam?lia estavam em perigo. Os seus pais tinham acabado de morrer em circunst?ncias estranhas e ele temia pela sua vida... com medo que voc? fosse a prxima, suponho.''
Ele ficou agitado como se estivesse a lutar para explicar. ''Voc? v?... a sua m?e e o seu pai foram encontrados na sala de estar da sua fam?lia, aparentemente maltratados at ? morte por algum tipo de animal.'' Os olhos dele escureceram na memria. ''Mas nunca se encontrou nenhuma evid?ncia de que animais tenham estado dentro da casa. ''
O Sr. Sennin franziu: ''Quando a pol?cia chegou, eles procuraram o seu irm?o mais novo Tama, mas ele tinha desaparecido sem deixar vest?gios. Voc? estava com o seu av? na feira do condado durante o tempo da morte dos seus pais. Mas quando os investigadores revistaram a casa, foi o seu quarto que mais danos sofreu. Foi quando o seu av? a trouxe ao meu escritrio.''
''Eles foram todos embora?'' Kyoko sentiu que estava presa nos faris... descobrindo que tinha uma fam?lia e sabendo que tinha perdido todos na mesma hora. ''Ningum nunca me disse nada disso. Eles sempre disseram que eu era uma pupila da escola. Nunca me deixaram sair do campus.'' Ela piscou os olhos pensando se teria sido melhor n?o saber.
O Sr. Sennin acenou, ''As minhas instru??es eram para te mandar para um internato isolado o mais longe que eu pudesse encontrar da casa de sua fam?lia, e ent?o n?o ter nenhuma forma de contacto consigo at o seu dcimo stimo aniversrio. Eu sempre enviei as taxas escolares por meio de uma conta off shore para que n?o pudessem ser rastreadas.''
Ele olhou ao redor da sala sentindo pena pelo isolamento dela. "A ?nica raz?o pela qual escolhi este lugar foi porque o ch?o aqui sagrado... aben?oado pelos monges que vivem no mosteiro bem acima da montanha. Os seus ancestrais e tradi??es s?o os mais antigos do mundo... e os mais poderosos. Eu tambm pedi que voc? nunca fosse autorizada a sair da escola. Veja, o seu av?, estava convencido de que se voc? n?o estivesse escondida em algum lugar... que os demnios a encontrariam.''
Kyoko recuou de surpresa. ''Demnios?'' Esse era o seu segredo e ela nunca o tinha contado a ningum. Os companheiros de quarto sempre lhe perguntavam sobre os seus pesadelos quando ela acordava a gritar, mas ela simplesmente lhes dizia que n?o se lembrava dos sonhos. Ela lan?ou os olhos para baixo sem querer que ele visse o medo dentro deles.
Ele limpou a garganta pensando se tinha falado demais e rapidamente virou-se para a sua papelada como se pudesse empilh-la ainda mais limpa do que j estava. ''Colocando as coisas dessa maneira, eu confiei no seu av? tanto quanto ele confiou em mim.''
Kyoko tentou bloquear as vis?es que estavam a tentar formar-se na sua mente. O retrato mental da fam?lia que ela tinha secretamente guardado no seu cora??o agora estava coberto de sangue. Piscando a vis?o para longe at que tudo o que ela podia ver era o homem gentil que tinha falado com ela sem rodeios, ela perguntou, ''O que acontece ? meia-noite de hoje?'' A Sra. Crap disse...
''Mrs. Crap'', o Sr. Sennin riu-se e depois limpou a garganta.'' Voc? tem que admitir que o nome combina com ela.'' Ele compartilhou um sorriso com ela e ent?o colocou a sua pasta de papelada na mesa na frente de Kyoko. ''H uma casa bem grande e uma soma ainda maior de dinheiro que reverte para voc? hoje ? meia-noite. Voc? pode ficar aqui o tempo que quiser, ou voc? pode voltar para o lugar onde nasceu e terminar seu ?ltimo ano do ensino mdio.''
Os lbios de Kyoko se separaram e os seus olhos de esmeralda ficaram ainda maiores quando ele falou. ''Eu tenho uma casa?''
Ele parecia um pouco envergonhado quando respondeu: ''Sim. na periferia da cidade e a terra atrs dela sua at onde os olhos podem ver. Tem ainda uma piscina aquecida no ch?o, dentro dos jardins de flores, atrs da casa, que n?o se pode ver da estrada. Voc? ter toda a privacidade que sempre quis.''
V?-la morder o seu lbio inferior, ele tentou aliviar os seus medos. ''A casa n?o est no meio do nada como este lugar. H uma casa enorme do outro lado da rua e h sempre muitos carros a passar por l. Eu notei porque a minha mulher e eu fomos ? sua casa uma vez por m?s para limp-la nos ?ltimos quinze anos. At a abastecemos recentemente para o caso de voc? decidir voltar para casa.''
Um sorriso lento se espalhou pelos lbios de Kyoko, enquanto ela alcan?ava a ?nica coisa que sempre quis. Dentro da pasta havia uma foto de uma casa grande com um jardim de flores bem cuidado e um longo caminho de acesso. Casa.... ela tinha uma casa, um lugar onde sua fam?lia j viveu e foi feliz.
Olhando para o Sr. Sennin, ela sorriu mais uma vez e deu-lhe a sua resposta. ''Quando podemos partir?''

*****

Kyoko estava no relvado da frente a olhar para a casa onde o Sr. Sennin disse que uma vez viveu com a fam?lia. A casa tinha dois andares, branco slido, com colunas enormes segurando o tecto da varanda da frente que atravessava a frente da casa. Ela estava ali de p por quase dez minutos, apenas aproveitando tudo, mas o sol estava a p?r-se rapidamente e ela concentrou a sua aten??o na porta da frente.
Ela estava t?o nervosa deixando a escola das garotas e tomando um avi?o atravs do oceano, mas agora que ela estava em casa, uma serenidade tranquila tinha se assentado sobre ela. O Sr. Sennin tinha sido uma grande ajuda ao enviar a sua bagagem ? sua frente e ter a sua esposa a entreg-la em casa. Ele at mesmo mandou enviar os seus registos escolares para a escola secundria da cidade, para que amanh? tudo o que ela teria de fazer era aparecer nas aulas.
Vendo os faris se moverem pela frente da casa, Kyoko olhou por cima do ombro na resid?ncia do outro lado da pequena estrada de duas faixas. A casa tinha aproximadamente o mesmo tamanho que a dela, mas era diferente. Cada luz na outra casa estava acesa e com tantos carros na entrada... parecia cheia de vida. Ambos foram colocados perto da estrada, sem nada alm de pousar ao redor deles at onde os olhos pudessem ver. Era como se fossem os ?nicos aqui na beira da floresta e das montanhas.
Os faris em quest?o eram na verdade de um jipe que parou de gritar quase na entrada da outra casa. Ela ouviu moer as engrenagens antes de ver a porta do jipe aberta. Balan?ando de volta, ela percebeu o qu?o solitria essa casa realmente era.
Ouvindo a porta do jipe bater, ela subiu os degraus com a chave e fechou a porta com protec??o atrs dela antes mesmo de acender a luz. Por alguma raz?o, ela n?o estava pronta para conhecer os vizinhos com a sua fam?lia feliz e vida normal. Ligando o interruptor de luz, Kyoko soltou a respira??o que ela n?o tinha percebido que estava a segurar.

*****

Toya empurrou o jipe para o parque e saiu a olhar para a casa do outro lado da rua. Ele podia jurar que tinha acabado de ver algum parado no jardim da frente. Uma sobrancelha escura subiu sob a franja dele enquanto a luz aparecia na sala da frente. Inclinou-se contra o jipe, perguntando-se quem estava na casa de Hogo.
''Voc? pegou a pizza?''
Toya quase saltou da pele quando Kamui falou de menos de um metro atrs de si. ''Raios, Kamui! Um dia eu vou tirar a tua cabe?a antes que eu perceba que s tu que me ests a apanhar assim.''
Kamui sorriu, ''N?o estava a matar-me uma vez o suficiente para ti?'' Os seus olhos coloridos de estrelas brilharam vendo as caixas de pizza espalhadas pelo banco de trs. Sabendo que Toya estava conduzindo, foi uma maravilha eles terem sobrevivido ? viagem. Apanhando-os, Kamui voltou para casa e percebeu que Toya n?o tinha se mexido.
Seguindo a linha de vis?o de Toya, ele olhou do outro lado da rua sem ver nenhum carro na entrada da garagem. Ele mal reconheceu o facto de que uma luz fraca podia ser vista l em baixo. - ''A senhora idosa estava l hoje mais cedo, provavelmente apenas limpando-a novamente. Acho que ela se esqueceu de apagar a luz.'' Kamui encolheu os ombros. ''Vens?''
''O que que tu s, a minha ama?'' Toya deu um insulto sem cora??o e nem se preocupou em olhar para ele.
''N?o, mas eu sou o guru da pizza e eu digo que se tu n?o te apressares, n?o ters nenhuma.'' Kamui come?ou-se a rir quando ouviu o rosnado de Toya.
Toya esperou at que ele estivesse sozinho na entrada da garagem para come?ar a ir em direc??o ? propriedade Hogo. Ele esteve na casa muitas vezes nos ?ltimos quinze anos ? procura de pistas sobre onde a sacerdotisa tinha desaparecido. Quando entraram pela primeira vez no reino humano e entraram na casa, os guardi?es acharam que tinham chegado tarde demais. Rapidamente perceberam que a sacerdotisa n?o tinha estado entre os mortos. Eles ainda podiam sentir a sua for?a de vida dentro deste reino e os demnios continuavam a ca?-la tambm.
Na primeira lembran?a que Toya teve desta casa, havia ambul?ncias e carros de pol?cia por toda parte. A m?e e o pai estavam mortos, e as crian?as e o av? estavam desaparecidos. Sem se revelarem aos humanos, os guardi?es tinham esperado e observado. Assim que a casa ficou vazia, eles entraram nela... sentindo o cheiro maligno que os demnios tinham deixado no seu rasto.
Alguns dias depois, o corpo do av? foi encontrado com o pesco?o partido. O mdico-legista determinou que foi um acidente, mas os irm?os sabiam melhor. O velho estava a segurar um pergaminho que o Shinbe retirou da cena antes de chamar o 112. Shinbe foi tambm o ?nico a decifrar o pergaminho. O velho homem tinha voltado para a propriedade e estava no meio de uma tentativa de fazer da casa e da terra um terreno consagrado para afastar os demnios quando ele tinha sido morto.
Os demnios nunca se afastaram desta rea e, com o tempo, os humanos apanharam o suficiente para pensar que a cidade estava assombrada. Os federais tinham mesmo enviado os seus investigadores paranormais e extraterrestres muitas vezes pensando que talvez tenha sido uma invas?o alien?gena. Mas eles geralmente chegavam um pouco tarde demais para encontrar a evid?ncia. Toya e os seus irm?os tentariam chegar l primeiro, matar os demnios ou pelo menos encobri-la.
Por quinze anos os guardi?es viveram na casa em frente a esta e se misturaram com o resto da humanidade da melhor forma poss?vel. Kamui at se tornou um nerd dos computadores para evitar que o governo os denunciasse. Ningum jamais perguntou como cinco homens jovens tinham um suprimento infinito de dinheiro e uma casa enorme na periferia da cidade.
Toya ficou nas sombras enquanto dava um passo at a parte de trs da casa. Olhando para a piscina, ele notou que ela tinha sido reaberta recentemente. O seu olhar estreitou-se sobre a gua cristalina vendo uma tonalidade vermelha deslizar atravs do l?quido como se o tivesse alcan?ado.
Estreitando os seus olhos dourados, ele deu um passo atrs.
A vis?o assustadora desapareceu enquanto ele observava o vapor saindo da gua aquecida e ele tentou sacudir a sensa??o de que tinha acabado de pisar na sua prpria sepultura.
Ele rejeitou a possibilidade de que algum pudesse ter vendido a casa. Se a casa tivesse sido colocada ? venda, os guardi?es teriam sido os primeiros a saber e teriam comprado a casa. Alm disso, se algum estranho tivesse comprado o lugar secretamente, o facto da casa estar assombrada iria rapidamente livrar-se dos novos donos... ou pelo menos seria assombrada se fosse necessrio. Ele e os seus irm?os certificar-se-iam disso.
Toya segurou a sua m?o sobre a fechadura da porta de vidro deslizante e ouviu um suave clique. Escorregando para dentro, ele a fechou atrs de si e ficou de p ouvindo. A casa estava t?o silenciosa no in?cio que ele pensou que estava enganado, mas ent?o ele ouviu uma voz suave vindo da sala de estar. Seguindo o som, ele parou perto da porta sombreada.
Havia uma garota de p em frente ? lareira fria e ela estava olhando por cima dela para a parede. Toya olhou para cima vendo o enorme retrato de fam?lia que sempre esteve l. Era de um homem de cabelos prateados, quase como o de Kyou. Mas o cabelo desse homem era mais curto, chegando apenas aos ombros dele. O seu rosto parecia muito jovem, mas havia um olhar nos seus olhos que mantinha a sabedoria alm da de um mero humano.
O m?sculo da mand?bula de Toya pulou sabendo que o homem era mortal... muito humano, e muito poderoso por direito prprio. Este homem j tinha sido chamado de feiticeiro... mas n?o nesta vida. Agora eles apenas os chamam de cientistas e f?sicos. Campos de tor??o e buracos de vermes nunca foram feitos para serem adulterados por humanos. A sua apar?ncia n?o tinha mudado, n?o importa quantas vezes ele e a sua fam?lia renasceram no mundo.
O olhar de Toya moveu-se para a linda mulher de cabelos castanhos que se abra?ava ao lado dele. Ela estava a segurar uma crian?a nos bra?os enquanto o pai tinha uma menina com cabelo castanho-avermelhado sentada no colo dele. As crian?as n?o podiam ter mais de um ano de diferen?a de idade. Toya tinha vindo aqui tantas vezes.... olhando para a foto. Ele tinha certeza que todos os guardi?es tinham.
Os olhos da menina brilhavam como esmeraldas, mesmo na cor apagada da foto. Ela tinha os olhos do pai. Os lbios dela estavam cheios como se o fotgrafo tivesse acabado de lhe dizer para ficar quieta e um belo rubor coloriu as suas bochechas.
''Estou em casa, M?e.... Pai'', Kyoko estendeu a m?o e tocou na madeira elegante que emoldurava a foto. A vis?o dela perdurou no seu irm?o mais novo enquanto ela tentava colocar o rosto dele na memria. ''Tama.''
Os olhos de Tama eram da mesma cor que os dela, embora na foto um pouco do azul beb ainda n?o tivesse desaparecido... mas ela podia dizer a sua verdadeira cor. Ele estava a sorrir como se tivesse feito algo maravilhoso... t?o cheio de vida. O Sr. Sennin disse que Tama tinha desaparecido quando os seus pais foram mortos. Ser que ele ainda pode estar l fora em algum lugar?
''Eu gostaria que voc? estivesse aqui comigo Tama. Seria bom ter pelo menos uma pessoa na escola amanh?.''
Toya esqueceu-se de respirar enquanto estendia a m?o e agarrava a moldura da porta para firmar os seus joelhos de repente fracos. Ele deu um rpido passo para trs, mais fundo nas sombras enquanto a garota fazia um c?rculo completo para olhar ao redor da sala. Quando os olhos esmeralda dela captaram a luz... a respira??o que ele estava a segurar saiu rapidamente dele como se ele tivesse sido esmurrado no est?mago.
Ela tinha longos cabelos castanhos, e naquele momento os seus lbios estavam mais uma vez num estado de melancolia. Os seus olhos dourados seguiam o uniforme da escola dela, como ele s tinha visto em filmes catlicos do ensino mdio. A saia era curta, lembrando-o do uniforme de uma l?der de claque seguida de longas pernas bem torneadas. Ela tinha desabotoado a camisa o suficiente para que Toya soubesse que as freiras n?o teriam aprovado.
Ele j a tinha visto antes... do outro lado do cora??o do tempo. A esttua de solteira que segurava o portal do tempo nas suas m?os... esta menina imitava a pedra, nascida na carne e no sangue. Ele tinha encontrado a sacerdotisa e ela era de tirar o f?lego. Ele fechou os olhos para a memria fantasma de beij-la... n?o era a sua memria para guardar.
Kyoko mordeu o lbio inferior sentindo-se assustada agora que ela estava aqui no mundo sem a Sra. Crap e todas as suas regras. Talvez tenha sido porque essa foi a primeira vez dela para tudo. ''Anda l Kyoko'', ela disse em voz alta para quebrar o sil?ncio estrondoso enquanto pegava a mala. ''Se queres estar pronta para a escola amanh?, ent?o melhor ires procurar um quarto e desfazer as malas.''
Toya ficou l por mais alguns momentos.... reaprendendo a respirar.

*****

Nos contrafortes, quilmetros atrs da casa Hogo, sentiu-se um tremor quando o cheiro da sacerdotisa foi transportado atravs da terra pelo vento de Outubro. Olhos vermelhos de sangue abriam-se e as garras dos demnios podiam ser ouvidas a raspar as paredes de pedra quando chegavam at ela.
Cavernas e t?neis interminveis tinham sido escavados h muito tempo por aquelas mesmas garras. T?neis que foram lentamente transformados em corredores elaborados iluminados por lanternas de pedra. Esculturas de vitrias demon?acas decoravam quase todas as superf?cies, enquanto a rocha de quartzo natural no ch?o adicionava um brilho brilhante ao ambiente escuro e sombrio.
As grandes cavernas foram transformadas em salas separadas contendo quartos, salas de banho e at mesmo o que se pensava ser uma sala do trono com uma cadeira esculpida em pedra negra. Mais pedra de quartzo foi incrustada nas paredes dos quartos, reflectindo a fraca luz das tochas e amplificando-a. Pedras semi-preciosas tambm foram encontradas para incrustar nas paredes, enquanto longas cortinas de seda e brocado penduradas nos tectos... adquiridas por meios desconhecidos.
Era um castelo constru?do no subsolo para proteger uma coisa muito preciosa, ainda mais preciosa do que as pedras nas paredes.
Dentro das entranhas das cavernas, num dos quartos, olhos verdes esmeralda eram sombreados pela curiosidade enquanto rapidamente olhavam para o tecto coberto de seda, perguntando-se o que tinha agitado os demnios. Sentindo o ar parado a mexer ao lado da sua cama, ele olhou para encontrar o homem que o tinha criado desde um beb e deu-lhe tudo o que ele sempre quis... at o poder de controlar demnios.
''Hyakuhei, os guardi?es encontraram-nos?'' Tama perguntou quase ansioso pela luta. Ser adolescente j era duro o suficiente para um garoto normal... e Tama n?o estava nem perto do normal.
Os cantos dos lbios de Hyakuhei se curvaram levemente na sugest?o de um sorriso. Tudo dentro dele ficou calmo enquanto ele inalou.'' o cheiro da sacerdotisa que agitou os demnios esta noite... Acredito que ela voltou para casa.''
Os olhos de Tama iluminaram-se de excita??o escura. ''A minha irm? finalmente voltou para ns?'' Ele lan?ou os seus sentidos para fora, tentando senti-la usando o poder que Hyakuhei tinha compartilhado com ele. Ele inalou profundamente, saboreando a do?ura no ar, mas tambm p?de sentir o poder dos guardi?es prximos.
Se eles tivessem deixado Hyakuhei ir em paz para a sua irm?, ent?o nada disso teria acontecido. Eles s?o criaturas malignas... pensando que s?o melhores que os demnios. Foi por culpa do guardi?o que os demnios foram atrs da sua fam?lia quando vieram pela primeira vez a este mundo.
Na chegada deles, os demnios correram livres... matando ele e os seus pais porque Hyakuhei tinha sido ferido e o segundo Toya tinha destru?do o Cora??o do Tempo. Aquela les?o custou ao senhor demnio o controlo sobre os demnios durante algum tempo.
Hyakuhei ainda estava dentro do portal do tempo quando ele foi destru?do... fazendo com que o seu corpo f?sico se transformasse numa sombra para n?o ser destru?do. Se os guardi?es n?o tivessem feito isso, ent?o Hyakuhei teria permanecido no controlo dos demnios. Nem Tama... nem a sua m?e e o seu pai teriam sido mortos.
Hyakuhei encontrou-o deitado no seu ber?o. Os demnios n?o tinham danificado o seu corpo como fizeram com os seus pais, mas ele estava morto na mesma. Lembrando o quanto a sacerdotisa amava o seu irm?o pequeno no passado... Hyakuhei usou a sua for?a restante para ficar inteiro o suficiente para respirar um pouco da sua for?a vital nele, revivendo a alma que ainda n?o tinha deixado o corpo.
Durante todo esse tempo, ele e o seu salvador permaneceram escondidos dos guardi?es, esperando que Kyoko retornasse. Nos ?ltimos anos, Hyakuhei lentamente recuperou algumas das suas for?as, mas isso ainda o esgotou quando ele usou aquela energia para transformar o seu corpo de uma sombra de volta em carne e sangue. Assim que aquela reserva de poder fosse gasta, ele voltaria a ser uma sombra. A ?nica vantagem de ser uma sombra era que ele podia espiar os guardi?es... at mesmo estar na mesma sala com eles e eles nunca saberiam disso.
Muitas vezes, quando Tama era crian?a, ele havia perguntado silenciosamente a Hyakuhei por que eles n?o enviavam os demnios para atacar os guardi?es. Ele simplesmente respondeu: - N?o h necessidade de guerra quando ainda n?o h nada por que lutar. - Como Hyakuhei tinha usado a sua for?a vital para o trazer de volta ? vida, eles n?o s podiam se comunicar atravs de uma liga??o mental, mas Tama tambm podia ver as sombras das memrias de Hyakuhei do seu ponto de vista... sentir os seus sentimentos. Ele sabia que Hyakuhei estava certo em esperar.
Tama lembrou-se das histrias que Hyakuhei lhe contou sobre a sua irm?. Histrias da garota humana que acidentalmente atravessou o portal do tempo h tanto tempo... trazendo uma vila inteira de humanos com ela para o reino dos demnios. Hyakuhei e o seu irm?o gmeo Tadamichi tinham impedido os demnios de matar Kyoko e os humanos que de repente se encontravam dentro do reino dos demnios maci?os.
Enquanto sob a sua protec??o, Hyakuhei apaixonou-se por ela e deu-lhe o poder de ser a sua sacerdotisa... o poder de atravessar entre mundos para que ela pudesse voltar para ele. Com uma raiva ciumenta, o seu irm?o g?meo Tadamichi roubou-a dele e a empurrou de volta para a sua prpria dimens?o, selando o portal entre os mundos. Tinha sido um acto malicioso cheio de ci?mes pela sacerdotisa.
O cora??o de Hyakuhei tinha sido despeda?ado. Ele ent?o se afastou do seu irm?o com raiva e declarou os demnios como os seus novos aliados. Tornando-se o seu mestre, a sua guerra com os guardi?es tinha acontecido por uma raz?o... para encontrar um caminho atravs do cora??o do tempo para que ele pudesse reclamar a sua sacerdotisa perdida. Por causa do poder que ele lhe deu, a sacerdotisa era agora imortal ... reencarnar uma e outra vez como a chave para o portal entre os mundos. Mas com o passar do tempo, ela tinha-se esquecido do seu verdadeiro poder e do seu amor por Hyakuhei.
Os olhos de Tama queimavam de dio por Tadamichi e pelos guardi?es. Ele imaginou o retrato que tinha visto dentro da sala de estar da sua fam?lia quando entrava e sa?a de casa sem que os guardi?es percebessem. Ela era adorvel e ele queria a sua irm? de volta.
Hyakuhei silenciou os demnios que esperavam pelo seu comando sabendo que ele teria que ter cuidado por agora. Ele olhou para o jovem que ele havia criado para ser o pr?ncipe escuro dos demnios... O irm?o mais novo de Kyoko. Quando ele quebrou o portal do tempo, ele veio para Kyoko, quis ergu?-la ao seu lado at que ela atingisse a maioridade para que ele a reivindicasse. Mas o velho a escondera dos demnios que tinham atacado a fam?lia.
Os seus demnios mais letais j tinham matado o rapaz e os seus pais antes de ele os poder apertar. Eram aqueles mesmos demnios que ele agora mantinha presos dentro do seu corpo para que pudesse ter poder sobre eles. Sem o seu controlo r?gido, os demnios teriam matado todos os homens que encontrassem... espalhando a morte como uma praga.
Sabendo que Kyoko ainda estava viva e que um dia voltaria, ele queria um presente para ela... o seu irm?o mais novo. Ele deu a Tama alguma da sua for?a vital junto com o poder de ajud-lo a governar os demnios. Desde o primeiro momento em que Tama respirou, eles tinham uma liga??o teleptica. E embora o menino nunca tivesse dito uma palavra at hoje... eles podiam ouvir os pensamentos um do outro. Desde ent?o, Tama tinha ficado ao seu lado voluntariamente... como a sua irm? uma vez fez.
''Ela agora maior de idade... eles v?o desej-la.'' A raiva de Hyakuhei pelo pensamento podia ser ouvida na sua voz. ''Eles v?o tentar ganhar a confian?a dela dizendo-lhe que a est?o a proteger dos demnios. Uma vez que ela fa?a amizade com eles, eles tentar?o reivindicar o seu poder para controlar o portal do tempo.''
''Ent?o, ela est segura por enquanto'', ponderou Tama. ''Mas n?o podemos deix-la ficar com eles. Ela n?o pertence l.'' A sua ?ris esmeralda expandiu-se e depois escureceu at ao bano. ''Tens um plano?''
''Teremos que ser astutos. Eu n?o fui capaz de trazer muitos demnios comigo para este mundo e as minhas prprias for?as s?o passageiras. Quando as for?as da tua irm? forem despertadas pelos guardi?es e ns estivermos reunidos, as minhas for?as ser?o restauradas.'' Hyakuhei podia sentir a influ?ncia dos demnios dentro dele, enquanto eles agitavam as suas paredes da pris?o, querendo o poder que estava dentro da sacerdotisa. Se os demnios conseguissem chegar at ela, for?-la-iam a abrir o portal do tempo e deixariam o resto dos demnios entrar neste dom?nio.
Ele rosnou sabendo que n?o s teria que ser mais esperto do que os guardi?es... ele teria que enganar os demnios tambm. Ele tinha descoberto que a ?nica maneira de vencer o mal era ser muito mais.
''Uma vez que a tua irm? esteja ao meu lado, eu trarei o meu exrcito e os guardi?es n?o ser?o mais um obstculo assim. Por enquanto, eles esperam que os demnios venham atrs dela, e eles vir?o'', informou Hyakuhei.
''Enquanto os guardi?es estiverem ocupados, Kyoko ser contactada pelo seu irm?o h muito perdido e ele a avisar sobre o engano dos guardi?es. Mas devemos tomar o nosso tempo e ser cuidadosos, ou a colocaremos em perigo. Se eles acham que ela vai tra?-los... ent?o eles n?o v?o despertar o seu poder. Em vez disso, eles v?o-se virar contra ela.''
O ci?me torceu a voz de Tama quando ele sentiu a for?a das mentes dos demnios ? sua volta, ''Eles n?o conseguem mant?-la.''
''N?o'', Hyakuhei sorriu sabendo de um plano ainda mais profundo, ''Mas primeiro... vamos deix-los pensar que podem.''
Quando Tama franziu a sobrancelha e olhou para ele, Hyakuhei tinha desaparecido. Usando a sua telepatia para se comunicar, ele perguntou, ''Vais v?-la?'' a sua voz era triste e cheia de melancolia. Ele queria ver a sua irm?, mas sabia que tinha que esperar por Hyakuhei para ter certeza que era seguro.
''Shhhh'', o sussurro de Hyakuhei foi assombrado enquanto ele cortava a conex?o entre ele e Tama. Outro benef?cio de ser uma sombra era o tele-transporte. Ele se materializou dentro da sala de estar de frente para a foto que segurava tanto ela quanto Tama. A sua aten??o lentamente virou-se para as escadas.
Recusando-se a se tele-transportar, ele se for?ou a tomar cada grama de dor que o atraso estava a causar-lhe enquanto ele subia as escadas e se inclinava contra a moldura da porta aberta quando ela se aproximava. Ele sabia que v?-la iria doer e saboreou cada momento. A mala dela estava aberta na cama e ela estava a andar de um lado para o outro, pendurando roupas no armrio.
Ela era a ?nica no mundo que tinha a habilidade de simplesmente tirar a respira??o dele sem sequer tentar. O seu cabelo castanho-avermelhado estava em longas camadas com cachos saltitantes soltos... o corpo de uma deusa... a sua sacerdotisa. Ele observava como ela se desacelerava e ent?o parou ao lado da cama, aparentemente perdida em pensamentos. Ela rastejou no colch?o e se enrolou numa bola, abra?ando um dos travesseiros no seu peito.
''Est t?o calmo aqui, M?e... Pai. Eu queria que Tama voltasse para casa. Ent?o talvez o sil?ncio n?o fosse t?o ensurdecedor'', Kyoko suspirou enquanto estava deitada de lado na cama, sem sequer se preocupar em rastejar debaixo dos cobertores. Pestanejando um par de vezes, ela sentiu que a exaust?o a reclamava.
Hyakuhei sentou-se na cama ao lado dela, vendo-a respirar. N?o vai demorar Kyoko.... tu vais realizar o teu desejo. Nunca mais vais ficar sozinha. Usando a energia de um momento, o seu corpo cintilou para a exist?ncia enquanto ele tirava a cobertura do fundo da cama. Ele lentamente o deslizou para cima e sobre o corpo dela e ent?o inclinou-se para baixo e gentilmente beijou a sua t?mpora antes de desaparecer.

*****

''Ele vai matar-nos a todos se n?o sobrar pizza nenhuma!'' Kamui tinha um punho apertado numa extremidade da caixa da pizza, enquanto Shinbe e Kotaro tinham um punho de morte na outra extremidade. Kamui deixou ir assim que a porta se abriu e depois riu-se quando Shinbe e Kotaro lentamente colocaram a caixa na frente da cadeira de Toya como se estivessem a proteg?-la para ele.
Quando Toya n?o tocou neles como normalmente fazia, Kyou olhou para cima de seu laptop e viu Toya sentar-se na mesa.... no lugar errado. Ele armou uma sobrancelha escura quando Shinbe e Kotaro encolheram os ombros e abriram a caixa de pizza de Toya. Eles come?aram a devor-la. Toya nem sequer olhou para eles.
"Toya", disse o Kyou, em alerta mximo quando o Toya n?o o reconheceu.
Ao virar o laptop fechado, ele agarrou o ombro de Toya e come?ou a sacudi-lo, mas Toya vacilou, olhando para ele como se estivesse saindo do choque. Kyou silenciosamente questionou-se se Toya se tinha encontrado com outro demnio que estava ? espreita perto da casa. Ele espalhou os seus sentidos invadindo a aura do seu irm?o, mas n?o sentiu nenhuma pista de contacto com demnios... em vez disso ele encontrou algo mais perturbador.
"Aconteceu alguma coisa?" Kyou quis ouvir o batimento rpido do sangue do Toya debaixo da pele dele.
Toya acenou... depois assustou toda a gente ? mesa quando os seus lbios se levantaram num sorriso. O Toya nunca sorriu. "Acho que precisamos de ir para a escola amanh?."
"Aqui, queres a tua pizza de volta?" Shinbe deixou cair o peda?o que tinha acabado de dar uma dentada na m?o do Kotaro, fazendo-o largar o peda?o roubado de volta para a caixa tambm. Ele deslizou-o lentamente sobre a mesa at estar em frente ao Toya.
"Tu podias ter lutado connosco por isso, em vez de nos fazeres perder aquele sorriso assustador", queixou-se Kotaro.
"Acho que ele n?o estava a brincar", disse Shinbe enquanto fechava os olhos ametista com os olhos dourados demasiado grandes de Toya. Ele inclinou-se para trs na sua cadeira, agora que todos estavam a prestar aten??o. Ao ver o olhar atordoado a tentar rastejar de volta para os olhos de Toya, ele suspirou. "E por que querer?amos de repente juntar-nos ?s aberra??es do liceu de Hormones Are Us?"
"Porque, a rapariga que acabou de se mudar para o outro lado da rua come?a l amanh?." A respira??o do Toya estava um pouco esfarrapada agora que ele finalmente o disse em voz alta.
Quando vrias cadeiras se retiraram da mesa, Kyou bateu com as palmas das m?os no tampo da mesa com um estrondo. "Senta-te! Para baixo!" Foi como carregar no bot?o de pausa na TV e depois rebobinar muito lentamente. Depois de todos terem obedecido, ele voltou-se para Toya. "Diz-nos do que ests a falar."
"Ela est sozinha... ela ela." Toya esfregou a sua t?mpora mesmo sabendo que os guardi?es n?o podiam ter dores de cabe?a. "Kyoko"... Ela estava a falar com o jarro por cima da lareira. assim que eu sei que ela vai come?ar a escola amanh?."
"Como que ela ?" Kamui pediu para ter o mesmo olhar que tinha assombrado os olhos de Toya apenas um momento antes.
"Eu n?o falei com ela", admitiu Toya, ent?o os seus ombros ca?ram um cent?metro. "Eu n?o podia, mas ela estava vestida como eles fazem naqueles colgios internos."
"Podemos descobrir onde ela esteve se os seus registos j foram transferidos para a escola local", acrescentou Kotaro de forma ?til.
"Nele", Kamui arrancou destemidamente o porttil do Kyou. Ele conhecia um backdoor no banco de dados do sistema escolar porque verificava regularmente todas as escolas ao redor para ver se havia algum sinal de algum que tivesse entrado e sa?do por volta da idade de Kyoko ou Tama.
"Tens a certeza que ela?" Kyou perguntou a Toya enquanto se inclinava para a frente em sua cadeira.
"Ns t?-la-?amos conhecido ? vista. Kyoko parece a esttua de solteira... mas viva." Toya fechou os olhos saboreando o fato de que at agora ele era o ?nico que a tinha visto. Se ele tocasse na parte dele que era Tadamichi... ent?o ele poderia at lembrar-se de como ela sabia. Se os outros guardi?es soubessem do seu segredo, teriam ficado com ci?mes. "Olhos verdes esmeralda, cabelo castanho, mas ela parecia frgil... como se ainda fosse uma menina."
"Eu digo", Kamui concordou enquanto os seus olhos se alargavam no ecr?. "Os seus registos indicam que ela tem vivido numa escola s de meninas no meio da terra desde os tr?s anos de idade. Kyoko Hogo, 17 anos de idade. Toda a informa??o est aqui e at tenho o horrio das aulas dela para amanh?." Ele franziu o sobrolho pensativamente: "Mas n?o vejo nada sobre o irm?o dela come?ar a escola com ela."
O Toya abanou a cabe?a. "Eu sei que espervamos que eles estivessem num lugar seguro juntos, mas Tama nunca esteve com ela. Ela est completamente sozinha ali. Lembra-me outra vez porque n?o lhe podemos dizer quem somos." Ele j sabia a resposta, estava apenas a chate-lo porque queria contar-lhe.
Kamui olhou do laptop enquanto ele respondia primeiro. "Ns j fizemos esta vota??o antes. Qualquer pessoa no seu perfeito ju?zo chamaria a pol?cia se lhes dissssemos quem realmente somos. Ela Toya humana... sem a menor ideia de ser uma sacerdotisa. Temos de ter cuidado."
Shinbe disse: "Alm disso, a ?ltima coisa que precisamos ou queremos s?o os federais a bisbilhotar porque a pol?cia est a investigar-nos por perseguirmos a rapariga da porta ao lado. E se os dem?nios descobrirem que a sacerdotisa est de volta, eles provavelmente v?o armar uma confus?o que vai ter os federais de volta ? rea de qualquer maneira. J ser perigoso o suficiente com todos ns a aparecer na escola amanh?."
"Alm disso, se ns apenas nos levantamos e lhe dizemos que os demnios vieram atrs dela aos tr?s anos de idade e ela acredita em ns... ent?o ela provavelmente se culparia pela morte da sua fam?lia", Kotaro explicou como outra raz?o justificvel.
Toya olhou para os outros guardi?es, mais uma vez n?o gostando das respostas. "J pensaste mais nisto, n?o foi?"
"O que esperavas? Tivemos quinze anos para virar essa quest?o do avesso." Kamui deu a Toya um sorriso apologtico.
"Shinbe, acho que devias ir ver as alas demon?acas que rodeiam a casa." Kyou acenou para Shinbe e de repente s estavam quatro deles na sala.
"Raios, ele saiu t?o depressa que senti uma brisa." Kotaro esfregou-lhe os bra?os como se a corrente de ar o tivesse arrefecido.
Os dedos de Kamui voaram atravs do teclado enquanto ele falava: "Sempre tive tudo preparado como se todos tivssemos sido educados em casa pelo nosso pai adoptivo e estivssemos todos no 12? ano". A partir de amanh?, vamos mudar para a escola p?blica para nos formarmos como adolescentes normais."
"Oh, isso n?o vai mandar uma bandeira vermelha", disse Kotaro sarcasticamente. "Cinco irm?os a come?ar no mesmo ano, ao mesmo tempo. Mesmo que os professores entendam o que est a acontecer, ns continuaremos a ser a conversa da escola pelos alunos. N?o como se tivssemos uma hiptese no inferno de nos integrarmos com adolescentes de verdade".
"Tenta", Kamui deu-lhe um olhar nivelado. "De qualquer forma, d-me algum crdito. Eu vou escalonar a nossa agenda para que um de ns esteja na turma da Kyoko o tempo todo. Tenho os nossos registos escolares actualizados todos os anos desde o infantrio, por isso a nossa idade seria igual ? dela se ela alguma vez tivesse voltado."
"S por curiosidade", Kotaro sorriu, "Mas e se a sacerdotisa tivesse voltado aos dez anos?"
"Deixa-me em paz", Kamui deu-lhe um clar?o. "Ou eu vou fazer com que as tuas notas sejam uma porcaria."
Mudando completamente de assunto, Kyou comentou: "Se eu estiver certo, os demnios n?o conseguiram localiz-la por causa do internato estar em solo sagrado... pela mesma raz?o que ns n?o conseguimos encontr-la". At agora, os demnios espalharam-se causando caos apenas aqui e ali. Mas agora, eles v?o apanhar o cheiro dela e um a um voltar?o."
A voz dele ficou t?o fria que sugou o calor para fora da sala, "E s porque n?o encontramos nenhum sinal de Hyakuhei neste mundo, n?o significa que ele n?o esteja aqui."
"Ns sabemos que ele est aqui", Toya rosnou sentindo o seu dio e depois acalmou instantaneamente. "Viemos a este mundo para que pudssemos estar com ela e proteg?-la. Ela n?o devia estar l sozinha nem por um minuto."
"Todos concordamos contigo, Toya... mas tens de te lembrar que ela uma inocente. por isso que nos vamos tornar os seus novos melhores amigos", Kyou informou-o.
"Como que vamos fazer isso?" O Toya passou-se.
"A tua m?e nunca te ensinou a fazer amigos?" Kamui sorriu, mas os olhos dele se alargaram quando Toya rapidamente se levantou.
Toya notou que Kamui vacilou e levantou uma testa escura. "Vou s ver porque que o Shinbe est a demorar tanto tempo."

*****

Shinbe confirmou que os seus pupilos demon?acos n?o tinham sido perturbados, embora ele se preocupasse com o facto de os demnios n?o serem o seu ?nico problema. O fato de Hyakuhei ter quebrado a barreira em torno do Cora??o do Tempo falou muito sobre o perigo em que a sacerdotisa estava realmente. Claro, as alas ajudariam a escond?-la e a impedir que os demnios mais fracos atravessassem as linhas, mas n?o seria suficiente para impedir Hyakuhei se ele sa?sse do esconderijo.
Uma coisa que ele sabia sobre Hyakuhei era que o senhor demnio era paciente... paciente o suficiente para fingir estar morto durante os ?ltimos quinze anos. Os demnios que os guardi?es tinham apanhado a farejar por a?, foram destru?dos. Mas agora que a sacerdotisa estava aqui... n?o se sabia o que iria rastejar para fora da floresta. Ela precisaria de melhor protec??o.
Quando notou que uma das luzes do andar de cima se acendia, Shinbe rapidamente escalou as paredes exteriores incapazes de se ajudar. Parecia que a sua prpria alma estava atra?da por ela. Os seus olhos de ametista brilhavam enquanto ele olhava para a janela, vendo-a de p dentro do enorme banheiro. Toya tinha raz?o... ele a teria conhecido quando a visse.
Ele observava os graciosos movimentos dela enquanto ela chegava ao chuveiro para testar a temperatura da gua. Ele tentou virar-se, mas quando ela come?ou a desabotoar a camisa tinha sido a sua queda... ele estava congelado at ao local.
"Ent?o era assim que a esttua inaugural ficaria sem roupa", Shinbe respirou e come?ou a subir mais alto para que ele pudesse v?-la mais do que apenas da cintura para cima. De repente, ele perdeu o controle sobre a parede quando um bra?o lhe deu a volta ao pesco?o e o sacudiu para trs.
Toya grunhiu quando ele bateu no ch?o de costas, mas isso n?o foi t?o ruim quanto Shinbe pousar em cima dele. "Sai de cima de mim!" Toya rosnou.
"Larga o meu pesco?o e eu vou", Shinbe assobiou enquanto enfiava o cotovelo nas costelas do Toya.
Toya empurrou o Shinbe e rapidamente rolou para os seus ps. " suposto estares a verificar as enfermarias dos demnios, n?o..." Ele gritou para a janela, "... s um pervertido, sabias?"
"Eu s queria v?-la." Shinbe come?ou a olhar de volta para a janela, mas o perigoso rosnado do Toya parou-o.
"Acho que j viste o suficiente." Os olhos dourados do Toya giraram de merc?rio.
Shinbe discutiu lembrando ao Toya que havia muito mais para ver, mas ele sabia quando n?o pressionar a sua sorte. "Muito bem, amanh? h sempre o vestirio das raparigas na escola." Isso deu-lhe uma bofetada agitada na cabe?a, mas ele apenas se riu.
"Vamos l, temos uma reuni?o para assistir." Toya voltou para casa deles empurrando o Shinbe para a frente dele o caminho todo.
Todo o humor deixou o rosto de Shinbe enquanto ele contava ao grupo os seus medos sobre a fraqueza da barreira. "Eu sei que matmos muitos dos demnios que assombram a rea que a espera, mas ?s vezes interrogo-me se teremos esquecido o verdadeiro problema."
"Vamos fazer turnos a tomar conta dela esta noite." A ordem de Kyou come?ou a velha discuss?o sobre quem iria primeiro, mas Kyou ganhou.
Na sua forma sombreada, Hyakuhei encostou-se ? parede distante da mesma sala onde eles estavam a ter o seu encontro secreto. Ele mal prestava aten??o aos sobrinhos enquanto a sua mente se deslocava pela estrada at onde a rapariga em quest?o dormia. Ele achava triste que eles ainda evitassem dizer o seu nome e se questionava se era a culpa que os impedia de o fazer.

Cap?tulo 3 "Os Hormnios Somos Ns, na Escola Secundria".
A Kyoko tinha ficado frustrada toda a manh? a tentar descobrir o que vestir. N?o era como se ela tivesse muita escolha, j que usava a mesma coisa todos os dias no colgio interno. Felizmente, ela encontrou uma fatia de cor para combinar com a sua roupa aborrecida.
Uma das raparigas tinha-lhe dado uma camisa no ano passado para o Natal. Era verde esmeralda, curta, e frisada. Ela sempre a tinha adorado, mas nunca tinha tido a oportunidade de a usar. Agora que ela a vestia com uma de suas saias pretas da escola, ela se sentia quase excitada com a perspectiva de ir ?s compras depois das aulas e substituir o seu guarda-roupa.
O Sr. Sennin tinha-lhe dado ontem no avi?o o cart?o bancrio juntamente com as informa??es da sua conta. Kyoko quase tinha gritado alto quando lhe tinha dito o saldo da conta. Ela ficou contente por n?o o ter feito quando ele acrescentou o facto de o cart?o ser apenas da conta do lazer. As suas verdadeiras posses estavam numa conta completamente diferente.
Agora ela estava diante do seu primeiro dilema... como chegar ? escola. Eles n?o permitiam que as garotas tirassem a carteira de motorista no colgio interno e ela n?o tinha a m?nima ideia se o autocarro passasse por esta rua... n?o que o motorista do autocarro a apanhasse de qualquer maneira. Ela ficou assustada com o pensamento dela quando uma buzina tocou l fora.
Ao abrir a porta da frente, Kyoko sorriu e acenou para o txi. "Obrigado Sr. Sennin", ela sussurrou enquanto pegava no saco do livro e se dirigia para a entrada.
"Bem, isso responde a essa pergunta." Shinbe subiu para o banco do passageiro do jipe do Toya enquanto Kyou e Kamui se dirigiam para o elegante mustang preto. "S espero que o feiti?o de barreira que lhe coloquei ontem ? noite a consiga esconder o suficiente para impedir que demnios vadios invadam o liceu."
Toya cerrou os dentes sabendo que todos os guardi?es tinham estado no quarto dela separadamente ontem ? noite, mas a ideia de qu?o perto Shinbe deve ter estado para lan?ar aquele feiti?o estava a irrit-lo.
Kotaro colocou os seus culos de sol e passou a perna sobre as costas da motocicleta. "O ?ltimo ali tem de fazer os trabalhos de casa de todos."

*****

Ao querer ver a sua irm? com os seus prprios olhos, Tama sentou-se na parede de tijolos de tr?s metros de altura, em frente ao liceu. Ele olhou de relance para Hyakuhei, que estava encostado ao tijolo mesmo ao seu lado, embora Tama soubesse que ningum mais poderia v?-lo, j que ele era uma sombra. At agora ele tinha ficado em sil?ncio enquanto ambos observavam os alunos a entrar na escola.
Com o seu corte de cabelo de rapaz patinador e roupas novas, Tama misturou-se com os outros alunos enquanto ele observava e esperava. Os seus olhos verdes esmeralda escondiam-se por um momento atrs da escurid?o dos seus pensamentos, enquanto sentia o poder dos guardi?es passar por perto e entrar na escola. Ele n?o olhou para eles pelo risco que a sua avers?o pudesse mostrar.
Ontem ? noite, ele tinha enviado um dos seus demnios para vigiar a casa dela e alert-lo se a sua irm? sa?sse. Algum tempo, nas primeiras horas da manh?, um dos guardi?es tinha-o matado. Como mestre do demnio... ele tinha sentido a sua morte violenta. Ele sabia que controlar os demnios n?o era a mesma coisa que ter animais de estima??o, por isso n?o o incomodava quando um morria. ?s vezes, ele prprio sentia vontade de os matar quando um dos demnios escapava ao seu poder e feria um humano... ou pior.
Sentindo um pico de energia ? sua volta, ele virou a cabe?a para ver uma rapariga a afastar-se de um txi que tinha parado para a frente da escola. Os lbios da Tama separaram-se sabendo sem d?vida que era a Kyoko. Ela tinha longos cabelos castanhos, com ondas grandes e soltas que saltavam enquanto caminhava. Parte dela estava num rabo de cavalo perto do topo da cabe?a, enquanto o resto ficou pendurada quase at a cintura. Ela olhou para ele com olhos esmeralda brilhantes e logo olhou para o lado como se estivesse nervosa.
Hyakuhei manteve sua aura escondida enquanto ela se aproximava deles. S de v?-la de novo, t?o rpido, mandou uma s?bita necessidade de bater atravs dele. Ele podia ouvir o batimento card?aco de Tama acelerar enquanto o rapaz sussurrava na sua mente... "Est aqui, n?o est?''
"Sim.'' A voz de Hyakuhei era uma mistura de emo??es ? medida que as memrias ressurgiam para o assombrar. "Est na hora de deixar o nosso presente para os guardi?es.
Tama deu um sorriso malicioso quando se aproximou e tirou a vi?va negra do seu ombro, colocando-a no tijolo ao seu lado. Ele observou enquanto Hyakuhei passava a m?o atravs do aracn?deo venenoso, fazendo com que parecesse mais uma car?cia do que o que realmente era. A sombra que a aranha lan?ou no sol da manh? abriu os seus olhos vermelhos de sangue.

*****

A Kyoko estava uma pilha de nervos quando entrou no edif?cio. Parecia que algum estava a observ-la e a sensa??o deixou arrepios frios nos seus bra?os. Este lugar n?o era nada como o colgio interno. Algumas das crian?as que ela acabou de passar estavam a fazer de tudo, desde fumar cigarros, at curtir ali mesmo em frente ? escola. Como se isso n?o fosse suficiente... o que eles estavam a usar fazia-a sentir-se quase inferior.
Quase perdendo a coragem, Kyoko virou-se e encostou a m?o ? porta, querendo fugir. Olhando para todos os alunos, os olhos dela viraram-se para o rapaz sentado sozinho. Ela notou que ele a observava quando ela sa?a do txi e ele ainda a observava. Ele era mais alto que ela, mas por volta da mesma idade, com um corpo letal que a moda alternativa n?o escondeu bem.
Ele a lembrava de algo que voc? sabe que perigoso, mas que voc? a desejava de qualquer forma. Ao ver o sol brilhar dos olhos dele enquanto ele inclinava a cabe?a, ela podia jurar que as ?ris dele tinham mudado de preto para verde brilhante. Achando que era s a imagina??o dela, Kyoko virou-se e suspirou sabendo que era hora de encarar a m?sica.
Tentando evitar o contacto visual com algum, ela dirigiu-se para as portas de vidro com a palavra OFFICE afixada ao lado. Ela inclinou a cabe?a para todas as raparigas que estavam a moer ? volta das portas a olhar e a sussurrar. Ela apanhou todo o tipo de comentrios de, olha para aquele rabo, a quem eu chamo de direitos.
Quando ela estava dentro da sala com a porta fechada atrs dela, Kyoko olhou em volta notando que era ainda mais barulhento aqui do que fora no corredor. Ela come?ou em direc??o ? secretria comprida, mas puxou para cima, vendo vrios alunos ? sua frente.
A secretria estalou a l?ngua dela em aborrecimento. "Ainda nem sequer tive tempo de verificar o fax, por isso, ter de se sentar at eu conseguir arranjar os seus horrios."
"Os nossos horrios j est?o aprovados e devem estar com o resto da papelada." A voz do Kyou estava gelada. Se a velha o tivesse conhecido melhor, ela estaria trope?ando em si mesma para fazer o que ele pediu. Com um olhar de relance para o fax, ela clicou e come?ou a imprimir.
O olhar de Kyoko fixou-se no tipo cuja voz lhe tinha dado arrepios, mas assim que ela o viu, os lbios dela separaram-se. N?o admira que estivesse uma multid?o de raparigas a espreitar pelas portas. Ele tinha o cabelo mais comprido que ela j tinha visto num tipo e era branco-prata... n?o como o de um homem velho, mas de aspecto suave e vibrante. A roupa dele era a de um mi?do rico e parecia que ele estava habituado a fazer as coisas ? sua maneira. O sorriso que ele deu ? secretria era perverso e frio, mas a sua cara era uma pura perfei??o.
Ele parecia que deveria ter ido a uma sess?o de fotos em algum lugar para aqueles an?ncios de roupa ?ntima do Calvin Klein. As bochechas dela aqueceram quando a express?o dele amoleceu instantaneamente e ele olhou para ela como se tivesse ouvido os seus pensamentos. Kyoko deu um passo atrs, desviando o olhar dele. O tapete era muito mais seguro de se olhar.
"Voc? Kyoko Hogo?" A senhora praticamente gritou de trs da secretria.
O olhar de Kyoko estremeceu e ela acenou, n?o gostando dos holofotes.
"Aqui est a sua agenda." A senhora segurou o papel mas manteve os olhos no tipo que estava ? sua frente. "O seu advogado teve a previd?ncia de enviar a sua informa??o na semana passada em vez da ?ltima hora." A voz dela n?o poderia ter sido mais doce se lhe tivesse sido derramado a??car. A Kyoko sabia que o sarcasmo era para o tipo com quem tinha discutido e n?o para ela.
"Podes ir para a tua primeira aula." Ela acenou Kyoko em direc??o ? porta e depois voltou-se para os outros: "N?o acredito que tenho seis novas inscri??es para fazer num dia."
A Kyoko virou-se e correu para a porta apenas para encontrar um dos tipos que a tinha aberta para ela. Ela j tinha ficado bastante envergonhada, ent?o sem sequer olhar directamente para ele, ela rapidamente murmurou, "Obrigada", enquanto passava.
Ela voltou para o corredor e colocou vrios ps entre ela e as garotas que se babavam antes de finalmente sentir o n?vel de tens?o cair. Olhando para baixo para o peda?o de papel e depois voltando para cima nos enormes corredores, Kyoko notou que elas iam em diferentes direc??es, mesmo subindo os degraus. "ptimo... ent?o como que eu vou encontrar o quarto 101?"
"Suba as escadas e a primeira porta ? sua esquerda", disse Tasuki enquanto se debru?ava sobre o ombro dela, olhando para a sua agenda. "Ei! Na verdade temos as mesmas aulas." Ao v?-la rodopiar como se ele a tivesse assustado, Tasuki deu-lhe o seu sorriso de "sou t?o inocente". "Nunca te vi aqui, e sei o quanto aquele escritrio pode ser uma asneira. Por isso, pensei em vir c e apresentar-me caso precisasses de ajuda."
Ele estendeu a m?o. "Tasuki... e tu s?"
Kyoko n?o conseguiu evitar o sorriso que lhe puxou os lbios enquanto a sua m?o quente pegou na dela e a segurou. A curiosidade entrou na mente dela sentindo que ela o conhecia de algum lugar. Ela piscou quando o sentimento n?o desapareceu, embora soubesse que n?o havia maneira de o ter conhecido antes.
O seu cabelo era t?o escuro que tinha estranhas madeixas azuis a passar por ele ? luz e ficou pendurado em camadas aleatrias por cima dos seus ombros. Ela podia ver um brinco cruzado a espreitar de um lado e pensava que ele parecia o vocalista de uma banda de rock dos anos 80. Uma das meninas da sua escola estava constantemente com problemas para contrabandear cartazes de rock e coloc-los em vrios lugares ao redor do campus.
"Kyoko", ela deu-lhe o seu primeiro nome, j que era tudo o que ele lhe tinha oferecido.
"E os professores afirmam que eu n?o sirvo para nada." O seu sorriso foi brilhante quando acenou com a m?o em direc??o ?s escadas. "Agora posso provar que est?o todos errados, impedindo que se percam hoje."
Kyoko, felizmente, seguiu-o pelas escadas acima enquanto ele continuava a falar sobre os professores, que faziam os trabalhos de casa e os que n?o faziam. Quando eles entraram na aula de ci?ncias, ela notou que estava montada com carteiras duplas.
"Sim", Tasuki franziu o sobrolho. "Toda a gente j tem um parceiro. A escola tem uma coisa sobre colocar carteiras duplas em cada aula." Ele deu de ombros, "mas a secretria ao lado da minha est vazia."
Kyoko estava apenas feliz que a professora simplesmente sorriu para ela e depois olhou para o lado em vez de a apresentar ? turma. Encontrando um livro de ci?ncias j em cima da mesa, ela rapidamente se organizou enquanto os outros alunos enchiam lentamente as cadeiras. Tasuki foi o ?ltimo de p desde que ele estava folheando o livro dela, apontando em que cap?tulo eles estavam.
"Tasuki... pra de tentar polinizar e toma o teu lugar." A voz masculina profunda veio da frente da classe fazendo Kyoko virar vrios tons de vermelho quando alguns dos alunos se viraram para olhar para eles. "Ela pode ser nova, mas pelo aspecto das notas anteriores, acho que a falta de um parceiro n?o a vai magoar."
"Se ela precisar de um parceiro..." Shinbe entrou na classe como se pertencesse l, "... ent?o eu vou ser voluntrio." Ele deu um deslize para o professor e passou a ocupar o ?nico lugar vazio na sala.
Enquanto a professora olhava para o jornal, os olhos de Kyoko se alargaram e ela tirou as suas coisas da cadeira ao lado das dela. Ele imediatamente a lembrou da Tasuki porque eles pareciam ter o mesmo penteado. Mas os olhos deste tipo n?o eram castanhos macios como os da Tasuki... ela podia jurar que eram ametista. Onde a Tasuki tentou parecer uma estrela de rock, este tipo n?o tinha de tentar... ele simplesmente tentou.
"Podes partilh-lo comigo?" Shinbe trancou o olhar dele com o dela enquanto ele tomava o seu lugar.
"Heh?" Kyoko respondeu t?o elegantemente. Porque que a temperatura dela tinha acabado de subir ao telhado?
"O teu livro", Shinbe sorriu a pensar no que ela estava a pensar. "Parece haver apenas um."
"Oh. Sim." Kyoko acenou com a cabe?a deslizando o livro entre eles enquanto ele deslizava a cadeira dele contra a dela. Ela silenciosamente se questionou se seria uma regra em algum lugar que a nova garota tivesse que corar o dia todo.
Olhando para ele em Tasuki, ela notou que o sorriso de sua nova amiga havia desaparecido e ele estava rapidamente a bater o lpis contra a sua mesa enquanto olhava para um buraco no novo parceiro dela. Ele n?o era o ?nico a olhar fixamente. Parecia que todas as garotas na sala decidiam que precisavam de algo do saco do livro para que pudessem virar-se e olhar.
Shinbe colocou um cotovelo sobre a mesa e inclinou-se para bloquear a vis?o dela do tipo que ele tinha visto lev-la pelas escadas acima do escritrio pela m?o. "Parece que afinal vais ter um parceiro. O nome Shinbe", piscou-lhe o olho querendo toda a aten??o dela.
Uma hora depois, Kyoko ficou quase triste ao ver a aula chegar ao fim. Shinbe tinha-se revelado muito divertido como eles fizeram naquele dia de experi?ncia cient?fica. S a mesa deles e a mesa da Tasuki tinham acertado.
Shinbe pegou no livro de ci?ncias deles ao mesmo tempo que ela pegou. Colocando a m?o dele sobre a dela, ele puxou-a na direc??o dele. Enquanto ela olhava para ele com aqueles grandes olhos esmeralda, era tudo o que ele podia fazer para n?o envolver o bra?o em volta da cintura dela e lev-la contra ele. "Vou guardar isto", a voz dele era rouca e depois igualou ao acrescentar: "Como n?o h trabalhos de casa". O polegar dele acariciou a parte de trs da m?o dela enquanto ouvia o batimento card?aco dela a acelerar.
Kyoko acenou com a cabe?a, sentindo-se fraca nos joelhos, e depois puxou a m?o dela para longe da dele com relut?ncia. Havia algo nele que a fazia querer rastejar nos seus bra?os e isso era apenas perturbador. Ela virou-se para tirar a mochila do ch?o, mas reparou que o bra?o de outra pessoa j estava a alcan?-lo.
Tasuki pegou a mochila do livro antes que ela pudesse e rapidamente se espremeu entre ela e Shinbe. "Pronta para o clculo?"
A Kyoko acenou com a cabe?a contente pela distrac??o. "Nunca." Ela riu-se do olhar na cara do Tasuki.
Tasuki percebeu a piada, rolando os olhos e gemendo. "Sim, sempre que penso que descobri a matemtica, eles atiram algo ainda mais est?pido para cima do quadro negro s para se poderem rir de mim." Ele agarrou a m?o da Kyoko, puxando-a para trs, "Vamos, eu mostro-te o caminho para o inferno."
Shinbe viu-os sair com os olhos estreitos na m?o que segurava a dela de forma t?o possessiva. "Ele pensa que sabe o que o inferno, eh? Eu posso mostrar-lhe o verdadeiro." Shinbe sussurrou com ci?mes sob o seu f?lego. Ele deu de ombros com a necessidade de partir os dedos do rapaz.
Fechando os olhos por um momento, ele deixou os seus poderes fanticos por toda a escola numa onda enquanto procurava por quaisquer sinais de que os demnios estavam ? espreita. Quando a onda passou por Kyoko e pela sua amiga, Shinbe franziu o sobrolho. N?o era que o rapaz fosse um demnio... a aura era estranhamente familiar.
Na sala de aula seguinte, Tasuki come?ou a lev-la na direc??o da mesa que ele sabia que estava aberta, mas de repente parou no seu rasto. Kyoko seguiu o seu olhar, e todos os outros estavam na sala de aula. Os olhos dela se alargaram vendo os longos cabelos prateados do tipo que ela tinha visto a discutir com a secretria. Como se sentisse que estava a ser observado, a sua cabe?a virou-se lentamente e os seus olhos de ouro l?quido capturaram os dela e a mantiveram imvel.
"Quantas pessoas novas temos a come?ar hoje?" Tasuki n?o perguntou a ningum em particular.
"Seis", Kyoko respondeu-lhe, lembrando-se do que a secretria lhe tinha dito.
"O meu lugar bem aqui em cima", disse Tasuki, com calma, enquanto passava lentamente por ele.
Kyoko sentiu uma sensa??o de dj? vu quando ela notou um livro de matemtica e que ele j o tinha deslizado entre os dois assentos como se estivesse esperando por ela. Ela afastou o pensamento pensando que talvez a professora lhe tivesse pedido para partilh-lo com ela antes de entrar na sala. Quanto mais ela se aproximava dele, mais perturbada ela se sentia. Era como se todas as hormonas do corpo dela tivessem acabado de se levantar e de tomar nota.
Quando ela se sentava, ele se aproximava mais da cadeira e ela sentia o calor a subir-lhe para as bochechas. Olhando para o outro lado da sala, ela notou que algumas das meninas estavam agora a franzir-lhe o sobrolho. Sabendo que esta seria a aula mais longa da histria, Kyoko fechou os olhos e esfregou a sua t?mpora.
Assim que a aula de matemtica come?ou, Kyoko lutou para se lembrar de como fazer os problemas, mesmo tendo aprendido isso no ano anterior no colgio interno. Ao ver a m?o de Kyoko quase a voar atravs da pgina, Kyoko suspirou interiormente tendo ficado presa no segundo problema.
A professora estava a andar pelas ilhas e reparou que Kyou estava quase a terminar a pgina. "Vejo que tu j aprendeste como fazer isto, Kyou. Fazes-me o favor de ajudar a explicar isso ? Kyoko?" A professora sorriu docemente mas n?o esperou por uma resposta quando apareceu na fila seguinte dos alunos.
A Kyoko ficou mortificada. Ela ficou completamente imvel enquanto o via a empurrar os seus prprios papis. Quando ele se inclinou para ela para aproximar a dela, uma mecha de cabelo dele deslizou sobre a m?o dela. Sentindo a seda fria, Kyoko confirmou os seus piores medos... ela ia falhar em matemtica este ano.
Os cantos dos lbios de Kyoko inclinavam-se na ponta mais baixa de um sorriso enquanto ele ouvia os pensamentos dela. Inclinando-se para baixo para que ele a pudesse olhar directamente nos olhos, colocou a m?o sobre os dela e sussurrou: "N?o te vou deixar falhar."
No final da aula, a Kyoko tinha-se lembrado de como fazer os problemas de clculo. Eles at tinham terminado o trabalho de casa daquela noite antes da aula terminar. Dj? vu bateu novamente quando ele se ofereceu para ficar com o livro para eles. Ao ver Tasuki esperando por ela ao lado da porta, ela se apressou.
"Tens mesmo economia domstica?" A Kyoko pediu-lhe para n?o olhar por cima do ombro para o Kyou.
"Claro. Na verdade, a maior parte dos rapazes est a frequentar a aula este ano." Os olhos dele brilharam enquanto ele piscou. "Ns homens temos de saber cozinhar para os queridos e mant?-los felizes." Tasuki sorriu: "Alm disso, podemos cozinhar quase todos os dias, por isso como comer um lanche antes do almo?o."
"Ah! Ent?o, a verdade est finalmente revelada. Eu sabia que havia uma raz?o para eu querer fazer esta aula." Kyoko deu a ele um sorriso atrevido sabendo que ela precisava desta aula provavelmente mais do que as outras. At ontem ? noite, ela nunca tinha sido autorizada a entrar numa cozinha e se questionava se ela seria capaz de fingir o suficiente para n?o se tornar o palha?o da classe. Agora que ela estava a cozinhar para si mesma... ou passava na aula ou aprendia a amar Cheerios.
Esta aula foi montada de forma completamente diferente de todas as outras. Havia mesas e cadeiras como num refeitrio, em vez de secretrias.
"N?o havia lugares marcados." Tasuki sacudiu as sobrancelhas e rapidamente as conduziu para uma mesa no fundo da sala. Todo o lado direito da sala era composto por tudo o que eles precisavam para cozinhar, incluindo cinco fog?es. Kyoko rapidamente olhou em volta contando cinco mesas e assumiu que cada mesa estaria cozinhando junta.
Dois outros rapazes juntaram-se ? mesa e Tasuki a apresentou a Yohji, que parecia um atleta americano de todas as idades. Quando ele perguntou o nome do outro tipo, Kyoko percebeu que ele deve ser um dos novos alunos. Novamente ela sentiu-se atra?da a ele por algum ?m? invis?vel que s funcionava em novos alunos.
"Ol", ela sussurrou enquanto ele sorria e acenava com a cabe?a. Ele era t?o marcante quanto os outros dois novos rapazes que ela tinha conhecido esta manh?. O cabelo dele era fantstico... era escuro e claro ao mesmo tempo, com madeixas ametistas por todo o lado. Tinha o comprimento dos ombros mas indomvel, como se estivesse numa tempestade de vento e os seus olhos... n?o eram de uma cor... eram de todas as cores, e ela podia jurar que brilhavam com uma luz n?o natural.
Ele parecia estar a olhar para ela com tanta for?a como ela estava a olhar para ele. Quando o olhar deles se encontrou, Kamui deu um sorriso que teria conquistado o prprio diabo.
"Voc?s os dois podiam arranjar um quarto, por favor?" Yohji reclamou, fazendo a Tasuki rosnar e Kamui rir.
"S se pudermos trancar-te nele", Kamui sorriu para o Yohji quando ele ficou rijo. Ele tentou n?o se rir em voz alta quando lhe ocorreu que o atleta era claustrofbico. "Eu s estava a escolher a pessoa para quem estava a cozinhar. O que que se passa? Ci?mes? Queres que eu cozinhe para ti em vez disso?"
Yohji deu de ombros ao decidir ir com ele, "S se isso te fizer feliz, querida."
Tasuki sentou-se de novo na cadeira dele a ver o novo rapaz a olhar para a Kyoko. Eles estavam errados. N?o era o Yohji que estava a sentir as agulhas dos ci?mes. Talvez estivesse na hora de conhecer a competi??o. Ele olhou para o sorriso feliz na cara da Kyoko e decidiu que era melhor arranjar um plano.
"Hoje vamos fazer doces de Halloween do in?cio", anunciou a professora enquanto distribu?a as receitas.
"E agora vamos comer as cabe?as dos monstros!" Kamui acrescentou como se tivesse acabado de ganhar a lotaria. Quando Kyoko come?ou a rir-se com ele, Kamui sentiu o calor do seu sangue e viu-se a lutar pela necessidade de a alcan?ar. Ele silenciosamente questionou-se se os seus irm?os estavam a lutar contra essa mesma ?nsia.
Cada um deles escolheu um cortador de biscoitos diferente em forma de Halloween e fez dez biscoitos cada um, colocando-os numa bandeja de tamanho exagerado. Quando terminaram, era Kamui que estava l para tirar a bandeja do forno. Vendo que os biscoitos em forma de abbora da Kyoko estavam muito deformados, ele sussurrou uma palavra rpida numa l?ngua esquecida enquanto tirava a bandeja do forno.
"Como que isso aconteceu?" Kyoko perguntou com admira??o enquanto trazia a bandeja para a mesa. Os biscoitos dela eram perfeitos e os rapazes pareciam crian?as de cinco anos.
"E por isso que a maioria dos rapazes t?m aulas", Kamui sorriu enquanto dava uma dentada no biscoito da Kyoko e depois piscou quando ouviu um rosnado fraco vindo da Tasuki. Olhando melhor para o tipo que se tinha nomeado guarda-costas da Kyoko para o dia, Kamui inclinou a cabe?a para a sensa??o de pressgio.

Cap?tulo 4 "Bad Boys and Romeo"
O almo?o foi o prximo e quando Tasuki entrou na fila da cantina, Kyoko olhou para fora das grandes janelas de vidro e come?ou a comer na rea externa. Vendo mesas espalhadas por toda parte no cimento, ela olhou para alm delas e reparou num par de mesas de piquenique debaixo de lindas rvores de sombra.
Precisando de alguns minutos de consolo para se acalmar de toda a excita??o da manh?, ela escolheu a maior rvore e sentou-se na base dela, virada para longe da escola.
Hyakuhei encostou-se ? rvore ao lado de Kyoko, embora soubesse que era um ponto discut?vel para o fazer. Os seus olhos estavam escuros, sem qualquer emo??o e os seus lbios n?o lhe mostravam o estado de esp?rito. Ele j estava cansado de ser invis?vel para ela, mas ele sabia que tinha que esperar o seu tempo. Como ele poderia consolar algum que nem sabia que ele estava l?
Ao chegar ? mochila, Kyoko puxou o pequeno e macio refrigerador que ela recheou de uvas e relaxou contra a casca lisa da rvore. Ao ouvir uma mota por perto, ela olhou para cima. Um rapaz de tons escuros, vestido de preto, com longos cabelos em camadas, lentamente, junto ao passeio.
Ela n?o conseguia ver os olhos dele, mas conseguia perceber que ele estava a olhar directamente para ela.
Ela n?o conseguia decidir se era por n?o ter estado perto do sexo oposto, ou se era simplesmente o facto de esta escola estar cheia de gajos que se iriam formar apenas para se tornarem super modelos. Ela podia apenas imaginar o rapaz da mota na capa de um filme sobre rapazes sexy e maus. Ela comeu algumas das suas uvas e fechou os olhos para tentar bloquear o site delicioso. As hormonas dela j tinham tido uma lambidela hoje e ela estava a come?ar a sentir-se dobrada.
N?o foi como se nada disso realmente a chocasse porque no colgio interno ela tinha conseguido escapar com uma coisa... ler. Quando as outras raparigas iam ? biblioteca p?blica, ela dava sempre ? apaixonada por estrelas de rock uma lista de livros para ela. Ela pegava ent?o na capa de um livro de Shakespeare e embrulhava-o ? volta do livro que estava a ler para que ningum conhecesse o seu prazer culpado... Livros rom?nticos de todos os tipos.
Ela tinha come?ado com romances histricos onde o ?ndio raptaria a rapariga branca e a levaria para a tenda dele, mantendo-a l at ela se apaixonar por ele. Depois ela tinha-se ramificado para o romance paranormal... os vampiros tambm eram conhecidos por raptar a rapariga e mant?-la l at ela se apaixonar por ele. Aqueles livros se inclinavam mais para o erotismo e ela os culpava por causa dos seus horm?nios estarem fora do controlo agora.
Durante o ?ltimo ano, ela tinha lido todo tipo de romance paranormal em que conseguia deitar as m?os e quanto mais escuro melhor. A Kyoko tirou a franja dos olhos dela sabendo que a sua inoc?ncia tinha desaparecido... nem que fosse mentalmente.
A ouvir a campainha da escola, ela agarrou-se, percebendo que nem sequer tinha comido mais de tr?s uvas. Enfiando o recipiente de volta no saco do livro, ela assustou-se ao encontrar uma m?o que a ajudava a levantar.
Tasuki ajoelhou-se ? frente dela enquanto lhe pegava na m?o. "Ests pronta?" ele sorriu lentamente quando reparou que ela tinha o mesmo olhar na cara dela que tinha com os tipos novos.
Talvez ele n?o tivesse perdido afinal de contas.
Kyoko devolveu o seu sorriso, "Leva-me at Shakespeare."
"Como que sabias?" O Tasuki parecia confuso.
"Porque n?o consegui ter a sorte de pensar que a aula de literatura mundial nos permitiria ler uma srie de vampiros." Ela riu-se quando ele picava uma sobrancelha escura. Quando entraram na aula, Tasuki apontou para a mesa vazia na parte de trs, depois foi ver se o professor tinha uma cpia extra de Romeu e Julieta.
Kyoko j estava sentada e a tirar o caderno quando a cadeira ao lado dela se arrastou pelo ch?o. Ela olhou para cima e o seu hlito ficou preso na garganta dela. O tipo que ela tinha visto a observ-la das costas da moto durante o almo?o estava a atirar o casaco de couro para o outro lado da cadeira.
Tasuki virou-se para o professor com a cpia de Romeu e Julieta na m?o quando percebeu que Kyoko n?o estava mais sozinha. "Eu simplesmente n?o posso ganhar, posso?" ele perguntou ao ar ? sua frente enquanto apertava o seu punho no livro indefeso.
"Desculpa?" perguntou o professor a pensar que o Tasuki estava a falar com ele.
O Tasuki olhou por cima do ombro, "Acho que por acaso n?o tem duas cpias?" Ele dirigiu-se ? secretria da Kyoko.
"Ns t?nhamos cpias extras, mas parece que algum arrombou o armrio de suprimentos e invadiu os livros do 12? ano ontem ? noite. dif?cil de acreditar que algum queira um monte de livros de matemtica e ci?ncias." O professor encolheu os ombros quando se virou e come?ou a empilhar os papis na sua secretria.
Tasuki deu um passo ? frente antes de perceber o que o professor tinha dito... Faltavam matemtica, ci?ncia e os livros de Romeu? Isso foi estranho. Ele olhou para o tipo ao lado da Kyoko com desconfian?a. "O que sabes sobre todos estes tipos novos que apareceram hoje?" Ele perguntou rapidamente.
"N?o muito. Apenas que s?o cinco... adoptados na mesma fam?lia e todos no mesmo grau. T?m sido educados em casa at agora." Ele pousou os papis na secretria e encolheu os ombros, "Pede-lhes apenas para partilharem."
Os ombros do Tasuki ca?ram e de repente ele estava a sentir-se fora de n?mero. Ao fechar a dist?ncia entre eles, ele se sentiu um pouco mais alto no sorriso que Kyoko lhe deu. Entregando-lhe o livro que ele se inclinou e sussurrou ao lado do ouvido dela: "S h uma cpia... desculpe. Mas se houver trabalho de casa, podemos ambos usar a minha cpia e faz?-lo juntos." Ele escondeu o seu sorriso quando o tipo ao lado dela lhe lan?ou um olhar sombrio na sua direc??o.
"Obrigado", Kyoko disse a palavra e depois virou-se para o tipo que estava ao seu lado. Os lbios dela separaram-se para lhe dizer que tinham que partilhar, mas as palavras ficaram presas na garganta dela. Ele estava a olhar directamente para ela enquanto lhe tirava os culos de sol escuros. Os olhos dele eram azuis gelados... n?o o azul normal que as pessoas cobi?avam, mas realmente como um gelo azul profundo. Lembrava-a da cor de uma luz negra, mas mais azul.
Ela sentiu o seu cabelo mover-se contra a sua cara como se um ligeiro vento soprasse, mesmo estando l dentro, e questionou-se sobre isso. "Temos de partilhar." A voz da Kyoko estava sem f?lego.
"Eu serei Romeu se tu fores Julieta", disse Kotaro numa voz que foi feita para seduzir.

*****

Kyoko caminhou ao lado de Tasuki no caminho para a aula de teatro. Ela ainda trope?ou num tipo que parecia o l?der do bando de motards maus rapazes que podiam ler Romeu como se ele o tivesse praticado toda a sua vida. Ela saiu do seu devaneio quando entraram pelas portas do auditrio da escola e percebeu que n?o ia ser numa sala de aula que eles estavam a ter um drama.
"A turma tem reunido as coisas para a decora??o do baile de mscaras de sexta ? noite", Tasuki informou-a. "Vai ser no edif?cio da velha escola mesmo atrs deste." Ele reparou em todas as caixas alinhadas na beira do palco e nos alunos que as agarravam e sa?am pela porta dos fundos com elas. "Acho que est na hora de decorar."
Tasuki pegou em duas caixas e fez uma pausa no final do palco esperando a Kyoko para se juntar a ele. Quando ela pegou numa caixa sem olhar para ver o que estava l dentro, ele viu-a cambalear pelo seu peso. Antes que Tasuki pudesse colocar as caixas dele no ch?o e correr para ela, algum j estava l.
A Kyoko agarrou-se sabendo que ia largar tudo enquanto ca?a. Ela pestanejou quando o peso da caixa pesada desapareceu de repente. A caixa estava de volta ao palco como se ela n?o a tivesse movido e dois bra?os fortes estavam ? sua volta por trs para evitar que ela ca?sse.
Quente... ela sentiu-se t?o quente. Bra?os fortes, ela podia sentir os m?sculos duros do peito dele e n?o podia evitar, pois encostava-se para trs contra a for?a dele. Ela nunca se tinha sentido t?o segura na sua vida como neste momento e ela queria ficar.
" Ests bem?" Toya perguntou enquanto ela se derretia contra ele. Era tudo o que ele podia fazer para n?o enterrar o seu rosto no cabelo dela e beijar a pele macia no arco do pesco?o dela. Tudo dentro dele queria ficar com ela. "Meu", Toya sussurrou interiormente quando sentiu o batimento card?aco deles bater ao mesmo tempo.
Kyoko come?ou a fechar os olhos, mas algum agarrou o pulso dela e a puxou para fora do calor.
"Kyoko?" O Tasuki n?o conseguiu esconder o p?nico na voz dele. "Fala comigo. Parecia que quase desmaiaste agora mesmo."
"Eu estou bem." Kyoko pestanejou e olhou para trs dela. O heri dela estava inclinado para pegar na caixa de volta quando os olhos se encontraram. Olhos elctricos como o ouro derretido... tal como os do Kyou. Ele tinha cabelo de bano com a mesma cor de prata destacando-o, desta vez em mechas e camadas muito longas. Ela questionou-se instantaneamente se ele e o tipo da aula de clculo eram irm?os.
Ele sentia-se t?o forte... imvel, apesar de n?o ser muito maior que o Tasuki. Mas algo sobre a forma como ele se movia lhe dava uma gra?a elegante e predadora que a lembrava de uma pantera quando estava a ca?ar. A forma como ele olhava para ela f?-la sentir-se como a presa.
Ao ver o outro tipo a dar-lhe um olhar firme por cima do ombro da Kyoko, a Toya pegou na caixa e come?ou a ultrapass-la. "Eu carrego esta." Enquanto se movia ao redor deles, ele engoliu o gosto do ci?me quando notou que o cara ainda n?o tinha soltado o pulso dela.
Assim que ele estava fora da vista deles, Toya encostou-se ao tijolo ao lado da porta e ouviu para se certificar de que ela realmente ficaria bem. Satisfeito como ela estava, ele fechou os olhos saboreando a maneira como ela se sentira contra ele. Ele afastou-se da parede sentindo pela primeira vez em muito tempo que tinha uma raz?o para existir.
Os lbios da Kyoko separaram-se ao perceber que ela nem sequer lhe tinha dito obrigado.
Afastando-se de Tasuki, ela come?ou a agarrar outra caixa para alcan?-lo, mas Tasuki se agarrou ao pulso e a balan?ou de costas.
"Kyoko, pra. Tira um momento para respirar e diz-me o que foi aquilo", insistiu Tasuki quando notou o olhar de p?nico nos olhos dela e a maneira como ela tremia de repente.
Sabendo que ele estava certo, Kyoko encostou-se de costas ao palco e respirou fundo para se firmar. "Sinto muito Tasuki. A caixa estava muito pesada e acho que talvez tenha quase desmaiado. Eu realmente n?o comi muito nos ?ltimos dias por causa da mudan?a." Ela n?o estava a mentir, talvez tivesse sido isso.
A Kyoko olhou novamente para a porta. "Nem cheguei a agradecer-lhe por me ter apanhado." O pensamento entristeceu-a. " Tu conhece-lo?"
Os olhos de Tasuki escureceram enquanto ele encolhia os ombros: "Suponho que ele seja um dos cinco irm?os que come?aram hoje. estranho como cada um deles encontrou uma maneira de estar perto de ti no seu primeiro dia." Ao ver o franzido da Kyoko, ele tentou transform-lo numa piada. "Acho que eles s querem estar perto da rapariga mais bonita da escola." Ele piscou o olho e verificou o peso das caixas atrs delas at encontrar uma que estava quase vazia. "Aqui, podes levar esta."
Quando ele colocou a caixa nos bra?os da Kyoko, ela segurou-a com uma m?o. "O que sou eu? Cinco?" Ela riu-se enquanto atravessavam o terreno da escola em direc??o ao edif?cio mais antigo. A mente dela recuou em rela??o ao que ele tinha dito sobre os novos rapazes. "Irm?os"? Ent?o porque est?o todos no mesmo ano?"
Tasuki sorriu, agradecendo secretamente ao professor que tinha respondido ?s suas perguntas. "Adoptado, e at agora, educado em casa." Ele rapidamente mudou de assunto, n?o querendo compartilh-la mais do que j tinha hoje. "Vens na sexta-feira?"
"Onde?" A Kyoko perdeu a sua linha de pensamento.
"Para o baile de mscaras", acenou em direc??o ? caixa que ela trazia, " sexta-feira, noite de Halloween."
"N?o sei", Kyoko sorriu enquanto pensava na liberdade de finalmente ir a algum lugar como uma adolescente normal, mas ao mesmo tempo ela n?o fazia ideia de onde comprar uma fantasia.
"H algum lugar que venda fantasias t?o tarde no mercado?"
"O centro comercial tem uma loja de fantasias que s abre durante algumas semanas do ano. Como esta festa de mscaras uma tradi??o escolar, eles t?m uma selec??o muito grande". Ele queria pedir-lhe para ir com ele, mas a ideia de ela dizer que n?o fez-lhe doer o est?mago. Ele teve uma vis?o de um dos novos tipos pedindo para ela ir e ele pisou a vis?o num ponto gorduroso dentro da sua mente invejosa.
"Pode ser muito divertido se formos juntos", Tasuki susteve a respira??o chutando mentalmente o seu prprio rabo.
"Est bem", a Kyoko sorriu a srio ao dizer sim ao seu primeiro encontro. "Oh, uau!" Os seus olhos esmeralda iluminaram-se vendo a transforma??o do que deveria ter sido um velho ginsio escuro e poeirento. Os alunos o tinham esfregado t?o bem que quase brilhou e agora estavam acrescentando a escurid?o do Halloween.
"Sim", Tasuki sorriu, de repente o tipo mais feliz do mundo. "Vai parecer ainda melhor na sexta-feira ? noite."
Toya manteve a dist?ncia depois de ouvi-la dizer a Tasuki que ela iria ? festa de mscaras com ele, mas ele n?o precisava de estar perto para ouvir cada palavra que ela dizia. Esta festa de mscaras seria uma pssima ideia para ela vir tambm, mas vendo a felicidade no seu rosto... ele n?o teria tentado impedi-la por nada deste mundo. Parecia que ele e os outros guardi?es teriam de arranjar um traje e afast-la do seu encontro.
As m?os de Toya bateram-lhe com os punhos quando Yohji tentou lev-la a subir uma escada para pendurar decora??es. O pervertido o irritou, mas antes que ele pudesse entrar, Kyoko colocou as m?os nos seus quadris e olhou para Yohji como se ele fosse est?pido e isso f?-lo rir.
O olhar de Kyoko sondou a sala ? procura do eco do riso, mas desistiu quando a Yohji estava suficientemente fraca para lhe perguntar porque que ela n?o penduraria as decora??es quando todos os outros tinham tomado a sua vez.
"Vou fazer um acordo Yohji", Kyoko deu-lhe um sorriso frio que deveria t?-lo avisado.
"Amanh? trago-te uma saia curta e podemos fazer turnos para pendurar as decora??es." Ela virou-se para voltar ao auditrio para outra caixa.
Yohji baixou o olhar para ver a saia dela enquanto ela se afastava. Ele come?ou atrs dela, mas teve pouco tempo quando Toya pisou directamente no seu caminho.
"Eu n?o faria isso se estivesse no teu lugar", a voz de Toya era baixa e perigosa e, se Yohji tivesse olhado, ele teria notado a estranha cor prata que come?ava a sangrar com o ouro das ?ris de Toya.
Infelizmente, o atleta idiota n?o era conhecido pelo seu crebro. "Isso uma amea?a?"
A cara do Toya era muito sria, "Podes crer."
Vivendo ? altura da sua reputa??o, Yohji come?ou ao redor de Toya apenas para acabar de cara em baixo quando trope?ou em alguma coisa. "Oww, mas que raio?" O Yohji gritou para alcan?ar o tornozelo e procurar no que trope?ou. Sem ver nada, ele come?ou a olhar para o Toya, mas n?o o encontrou em lado nenhum.
Tasuki pisou no Yohji a caminho da porta. "N?o parece que vs dan?ar muito na sexta ? noite." A preocupa??o estava ausente da sua voz.
Kyoko conseguiu voltar para o auditrio mas assim que a porta se fechou atrs dela, ela sabia que algo estava desligado... muito desligado. Para come?ar, a sala toda estava preta e totalmente silenciosa. Ao ouvir algo a correr pelo ch?o em direc??o a ela, ela virou-se e correu para fora da porta e para uma parede de tijolo.
Os bra?os do Toya contornaram a Kyoko instantaneamente para a segurar. Ele sentiu o mal misturar-se dentro da escurid?o enquanto as portas duplas se fechavam lentamente atrs dela, prendendo-a por dentro. Enquanto ele envolvia os dois bra?os ? volta dela, perguntou: "Ests bem?"
Kyoko acenou enquanto ela encostava a cara ao peito dele. Era a segunda vez que ele lhe perguntava isso. "Acho que est ali um animal ou algo assim."
"Tasuki est ? tua procura", Toya mentiu ao colocar as m?os sobre os ombros dela e gentilmente a moveu em torno dele. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Toya estava dentro do prdio com a porta fechada firmemente atrs dele.
Kyoko percebeu que ele tinha feito isso novamente... desapareceu antes mesmo de ela pensar em lhe agradecer. Ao chegar ? ma?aneta da porta e vir-la, ela franziu o sobrolho. Trancada?
Tasuki tinha-a visto nos bra?os do Toya ? dist?ncia e a vis?o f?-lo ranger os dentes. Antes que ele pudesse alcan?-los, Toya j estava l dentro e Kyoko parecia estar trancada para fora.
"O que aconteceu desta vez?" Tasuki tentou esconder o aborrecimento que estava a aumentar ? velocidade com que estes novos rapazes da escola pareciam ter vindo para a Kyoko.
Kyoko puxou a porta mais uma vez e depois desistiu. "Acho que h algum tipo de animal l dentro, mas a Toya trancou-me l fora, por isso n?o tenho a certeza do que era."
Tasuki abanou a cabe?a: "Provavelmente apenas uma partida de Halloween para manter os contos grandiosos sobre a cidade sendo assombrada. Coisas estranhas t?m acontecido por aqui desde que eu era pequeno. Eu n?o me preocuparia com isso. Vamos l, a aula acaba daqui a uns minutos de qualquer maneira."

Cap?tulo 5 "O Fantasma da pera".
Toya ouviu o clique das fechaduras nas portas ao redor e p?de sentir os seus irm?os a fecharem-se a um ritmo rpido. Quando a sala se iluminou com uma luz cintilante, o seu olhar procurou por Kamui reconhecendo que era a sua magia a iluminar a sala. Ao ver os quatro irm?os a irem na sua direc??o, os seus sentidos ficaram em alerta mximo.
"Alguma ideia do tipo de demnio que ?" Ele recuou na linha com os seus irm?os quando as cortinas pesadas do palco ca?ram das cordas que os seguraram, quase sem ele.
"Acho que quer ser o fantasma da pera quando crescer", disse Shinbe, ent?o eles ouviram um barulho de clique que soava como garras batendo palmas atravs da madeira dura. Ele moveu-se t?o rpido que tudo o que eles viram foi uma rajada de escurid?o.
" Saiam, saiam, onde quer que estejam", chamou Kotaro, fazendo a sua voz ecoar suavemente no teatro.
"Belo toque", Kyou elogiou-o com um aumento da sobrancelha. "Agora podemos ser adultos e matar esta coisa?"
Toya acenou para a rea mais escura do palco. Enquanto a aten??o de todos se concentrava nela, a sombra se esticava e ondulava, descascando-se das paredes e do ch?o. Os olhos vermelhos de sangue abriram-se, mas a sua forma n?o era t?o humanide como uma tor??o entre o humano e o aracn?deo. A parte superior do corpo permaneceu na sua maioria sombreada, enquanto as pernas se encheram de espig?es sseos afiados nas articula??es e pontas. A sua boca abriu-se como o queijo na pizza derretida e soltou um grito ao subir a parede e atravessar o tecto.
"Ainda bem que quase Halloween ou ter?amos dificuldade em explicar aquele som arrepiante a passar pelos corredores da escola." Kamui tremeu a sacudir o som arrepiante. O ?ltimo sino do per?odo soou fazendo o demnio gritar novamente enquanto arrancava o alto-falante da borda superior da parede e depois o atirava aos guardi?es.
"Bom... n?o h testemunhas." Kotaro olhou a criatura de forma cansada, tomando nota do facto de se estar a preparar para saltar.
"Esta coisa vai ser uma chatice", Toya rosnou mesmo antes de ser empurrado para a fila de assentos atrs dele. Ele rapidamente puxou o punhal prateado da sua cintura e balan?ou o seu bra?o de lado, cortando o demnio deformado atravs do que s poderia ser descrito como o seu est?mago.
Tentculos de apar?ncia desagradvel irromperam das suas costas assim que Kotaro o atacou, tentando tir-lo de Toya. Os tentculos envolveram-no, unindo-se ao impulso de Kotaro e atirando-o atravs da sala e para a borda do palco.
Toya viu a apari??o escura montando o demnio aranha inclinar-se para ele e inalar como um aspirador demente fazendo o seu cabelo levantar-se do ch?o. As presas da aranha estavam a aparecer enquanto ela abria lentamente as suas mand?bulas para atacar.
"Maldi??o! Cheira a Kyoko em mim." Os bra?os do Toya estavam agora presos debaixo do seu pesado corpo, deixando-o em desvantagem.
Kyou levantou a m?o, formando uma bola incandescente que se tornou rectangular ao mover a m?o de um lado para o outro. Estendendo a m?o para fora, a forma estendeu-se pela sala, formando um chicote e chicoteando-se ? volta da cabe?a do demnio. Mexendo a m?o para trs, Kyou arrancou o demnio de Toya, mas ele teve que lutar com ele para evitar que ele voltasse para Toya enquanto o guardi?o prateado se levantava do ch?o.
"Porque raio que s depois do Toya?" Kamui queixou-se. Ele rapidamente levantou as m?os, sussurrando palavras enquanto acrescentava a estranha linguagem gestual para dar for?a ao feiti?o. O demnio desviou-se para os lados e para trs, tentando evitar o ataque que se aproximava, mas Kamui virou-se, seguindo todos os seus movimentos. Chegando ao fim do canto, as palmas das m?os dele viraram-se para fora e a ?ltima palavra ecoou por toda a sala, lan?ando o feiti?o sobre o demnio.
O demnio gritou, alcan?ando Toya enquanto a for?a da explos?o o enviava a sulcar atravs das vrias filas de assentos antes de se esmagar na parede. As suas pernas se viraram instantaneamente para dentro enquanto se apoiava contra a parede para a usar como um encosto para o ricochetear.
Antes que pudesse saltar, Shinbe estava ? sua frente, lan?ando outro feiti?o que o segurava contra a parede estilha?ada enquanto os outros guardi?es subiam para a frente e literalmente o arrancaram membro a membro. Shinbe observou o demnio sombra a tentar escorregar pela parede e escapar deles.
Num piscar de olhos, ele saltou a parede e foi como uma jaula ? sua volta. "Hey Mauz?o, onde pensas que vais?" ele rosnou enquanto uma barreira azul cristal apareceu sobre ele como uma meia bolha. Shinbe empurrou-se da parede, aterrando facilmente nos seus ps. O corpo mutilado do aracn?deo que estava espalhado no ch?o se torceu vrias vezes e depois cedeu sobre si mesmo enquanto se transformava em p.
" Tu n?o podes simplesmente deixar isso a?", Kamui atirou o seu polegar para a estranha vis?o da sombra que se deslizava por dentro de... o que come?ava a parecer-se com um saco de ovos azul transparente.
"Sim de pouca f", Shinbe sorriu ao ver o saco a ficar cada vez menor. "Quando acabar de encolher, vai ser preciso um microscpio para o encontrar. Agora..." ele virou-se e caminhou direto para Toya e cheirou.
O Toya deu-lhe um olhar que o devia ter mandado correr. Quando o seu irm?o foi est?pido o suficiente para n?o levar a dica, ele estendeu a m?o e agarrou Shinbe pela garganta, levantando os ps vrios cent?metros do ch?o para apoi-lo at o comprimento do bra?o. "N?o voltes a fazer isso." O Toya deixou-o cair suavemente.
O Shinbe empurrou-se do ch?o com um sorriso de conhecimento. "E tu chamas-me pervertido. N?o admira que o Homem-Aranha te quisesse tanto. Tu tens o cheiro da Kyoko em cima de ti." Os seus olhos ametista estreitaram-se enquanto o seu humor desaparecia. "Porqu? isso?"
"Por falar em Kyoko", a voz de Kyou fez com que a temperatura na sala ca?sse vrios graus. "Se estamos todos aqui... ent?o quem est de olho nela?"

*****

Quando Kyoko perguntou a Tasuki se ela poderia usar o telemvel dele para chamar um txi, ele rapidamente lhe ofereceu uma boleia para onde ela quisesse ir. Kyoko aceitou com gratid?o, n?o querendo se aventurar pela primeira vez numa cidade estranha, sozinha.
"O centro comercial"? Claro. Ei, se quiseres, posso ajudar-te a escolher um fato para o baile de mscaras." Tasuki come?ou a imaginar todo o tipo de coisas que ele escolheria para ela. Ent?o ele rapidamente recuou, percebendo que n?o queria que outros a vissem com metade desses trajes. " essa a raz?o de irmos ao centro comercial? Um traje de Halloween?"
Kyoko suspirou e olhou pela janela do carro a pensar se lhe devia dizer a verdade ou n?o. Quando eles passaram em frente ? escola no tr?nsito lento, ela notou que o mesmo fulano desta manh? estava mais uma vez sozinho na rua. Ela se questionou-se sobre o que era ele que continuava a chamar a sua aten??o.
Enquanto olhava para ele, percebeu que todos os outros estudantes o rodeavam... mas ele era a quietude no meio de uma tempestade furiosa, e ele olhava para ela com olhos negros como o pecado. Entristeceu-a ver que ela estava errada sobre eles serem verdes.
Ela inclinou-se para mais perto do vidro para olhar melhor para ele enquanto eles se aproximavam e lentamente passavam. Ele a observava com tanta fome nos olhos, que Kyoko sentiu isso claro at a alma dela. Isso fez com que ela quisesse chegar at ele. Ele virou a sua cabe?a lentamente enquanto eles passavam; mantendo os seus olhos nela e Kyoko viu os seus lbios se moverem.
"O qu??" Kyoko sussurrou tentando entender, ent?o ela sentiu a m?o de Tasuki no seu ombro.
"Voc? o conhece?" O Tasuki perguntou ainda com um brilho no espelho retrovisor. Algo sobre aquele tipo estava errado. Ele conhecia toda a gente na escola, mas nunca tinha visto aquele tipo at hoje. "Ele n?o um estudante."
Kyoko sentou-se no seu lugar, mas rapidamente olhou por cima do ombro, incapaz de se ajudar. Por sorte, Tasuki virou a esquina no sinal de stop e o estranho perdeu-se na dist?ncia. "N?o." A Kyoko abanou a cabe?a ao querer deixar cair o assunto: "Estou apenas nervosa porque nunca fui a um centro comercial... ou a qualquer outro tipo de loja, na verdade."
"O qu??" Tasuki disse um pouco alto demais. "Ests a brincar... certo?"
"Quem me dera." Kyoko sorriu para o olhar na cara dele. "Vou contar-te um segredo, mas tens de prometer que o guardas para ti."
Tasuki acenou com a cabe?a ao volante um pouco mais apertado. "Eu nunca faria nada para te magoar Kyoko, por isso se quiseres confiar em mim... ests segura."
"Obrigado." A Kyoko voltou a sentar-se no seu lugar a olhar para a frente e lentamente contou-lhe a histria toda... n?o deixando nada de fora. "Ent?o a primeira coisa que eu preciso de um novo guarda-roupa."
Tasuki tinha estado estacionado no centro comercial durante os ?ltimos dez minutos a ouvi-la. Foi a coisa mais triste que ele j tinha ouvido. "Quer dizer que nunca sequer foste beijada?" Quando ela olhou para ele de forma estranha, ele sorriu e fechou a dist?ncia entre eles.
Os olhos de Kyoko se alargaram quando os lbios dele pegaram o de baixo dela entre os dele e ele a beijou. Ele ent?o se moveu para fazer o mesmo com o lbio superior dela. Ela estava sem palavras quando ele puxou um cent?metro de dist?ncia e inalou enquanto ele observava a reac??o dela ao seu primeiro beijo. Ele deve ter gostado do que viu porque os cantos dos lbios dele insinuaram um sorriso de satisfa??o quando ele voltou para o seu lugar para olhar para o shopping na frente deles.
"Sabes o qu?, Kyoko?" O Tasuki olhou para ela como se n?o tivesse feito nada. "Estamos prestes a dar um novo significado ?s palavras... comprar at tu ca?res."

*****

Tama ficou na porta do ginsio abandonado a ver os guardi?es a sa?rem do auditrio. Eles tinham matado o demnio aranha que tinha ido em busca deles, tal como tinham planeado. Tinha sido apenas um teste e eles tinham falhado miseravelmente.
"Os guardi?es distraem-se facilmente pensando que a est?o a manter segura." Hyakuhei n?o estava preocupado com o demnio que eles tinham perdido. Antes de entrar neste mundo, ele tinha escondido muitos dos seus demnios mais poderosos, onde ningum os conseguia encontrar... no fundo da sua prpria alma. Por agora, ele usaria os demnios mais fracos como carne para canh?o e atrairia os guardi?es para uma falsa sensa??o de vitria. "Deixa-os pensar que a est?o a proteger o melhor que podem."
"Posso ir ter com ela agora? O Tama olhou para o guardi?o conhecido como Toya. Enquanto eles lutavam contra o demnio sombra dentro da escola, Hyakuhei tinha-se ligado ? mente do demnio, deixando Tama ver a batalha atravs dos olhos do demnio. Ele sabia que Toya tinha o cheiro de Kyoko mais sobre ele do que os outros guardi?es. O dio ardia nos seus olhos enquanto o ci?me entrava no seu cora??o ferido.
"S os tolos se apressam no querido rapaz", Hyakuhei avisou-o. Foi dif?cil para Tama compartilh-la com o inimigo, mas o que Tama n?o entendeu que seria ainda mais dif?cil para os guardi?es compartilh-la entre si. Quanto mais estreita a liga??o que ela tem com eles... mais possessivos eles se tornar?o at que estejam um na garganta do outro. Seria apenas um curto espa?o de tempo at que os irm?os come?assem a auto-destruir-se. Eles n?o eram diferentes dele e de Tadamichi.
"Deixas-me falar com ela em breve?" Perguntou Tama, lembrando-se da maneira como ela olhou para ele da janela do carro. "Ela quer faz?-lo.
"A alma dela est curiosa sobre ti... sabe que s o seu irm?o, mesmo que ela n?o se lembre. a gravata que a prende a todos ns." Hyakuhei sentiu o desejo que o Tama sentia de se fundir com o seu. "Em breve, Tama... muito em breve. Vais ter a tua irm?."

*****

Hyakuhei ficou de p no topo da escada rolante do shopping observando Kyoko olhar em volta do centro comercial maravilhada. Ela sempre tinha sido uma inocente e parecia que nesta vida ela n?o era diferente. Um pequeno sorriso puxado no canto dos seus lbios.
"Vem at mim", sussurrou ele dentro de sua mente sabendo que ela ouviria a convoca??o sem se dar conta.
Kyoko olhou para o segundo andar e depois olhou para a escada rolante como se fosse um passeio de divers?o na feira. "Podemos?" ela sorriu para Tasuki e depois voltou para a escada rolante.
"Claro", Tasuki sorriu e depois riu-se quando ela o fez subir primeiro. "Oh claro... sacrifica-me... porque n?o." Ele encolheu os ombros como se n?o importasse e depois agarrou-se ao corrim?o como se estivesse aterrorizado.
Colocando a l?ngua de fora para ele, Kyoko agarrou a borracha no corrim?o e p?s-se atrs dele. "Pra de me observar como se estivesses ? espera que eu voltasse a correr pelas escadas." Kyoko avisou quando ele continuava a olhar por cima do ombro para ela. Ela olhou para cima fingindo ter feito isso antes, mas quando o seu olhar se fixou no homem que descia a escada rolante paralela ? dela, ela esqueceu-se de respirar.
Cabelos longos e escuros emolduraram o rosto mais bonito que ela j tinha visto. As ?nicas pessoas que podiam chegar perto de onde os novos rapazes que ela tinha conhecido hoje na escola. Os seus lbios estavam relaxados, mas ela conseguia senti-los contra os dela num beijo quente. Os seus olhos escuros luminosos eram emoldurados por grossas pestanas escuras.
? medida que ele se aproximava na sua inclina??o descendente em direc??o a ela, Kyoko sentiu o seu cora??o saltar uma batida e tudo abrandou. Ela podia senti-lo a alcan?-la e ela tambm o queria. A m?o dele deixou o corrim?o para mover o par de cent?metros que separava o lado dela do dele. No segundo em que ele colocou a sua m?o quente sobre a dela, o tempo voltou para trs e ela estava no topo da escada rolante.
Kyoko sentiu uma desilus?o ao passar por ela quando ela balan?ou para o encontrar, mas ele n?o estava em nenhum lugar para ser visto.

*****

"Ela est em casa", Kamui telefonou da varanda da frente e depois recuou quando os seus irm?os se juntaram a ele t?o depressa que nem os tinha visto a mexerem-se. "E olha quem est com ela."
"Tasuki", disse Toya com uma voz demasiado calma para corresponder ao calor dos seus olhos.
"Parece que ela foi ?s compras", disse Kotaro.
"Eu teria ficado bem com as saias curtas", suspirou Shinbe longamente.
"Tu terias." Kyou olhou friamente de lado para ele, fazendo com que Shinbe se mudasse para o outro lado de Kamui por raz?es de seguran?a. Uma delas era o facto de ele estar assustado.
"Ela n?o pode simplesmente fugir assim." Toya cruzou os bra?os sobre o peito, perguntando-se o que estava a demorar tanto tempo para Tasuki voltar para o carro dele.
"Mas ela n?o sabe disso", disse Kamui, "Pelo menos ela voltou para casa num momento decente".
"Um tempo decente teria sido antes de escurecer", disse Kyou, sem rodeios.
Toya come?ou a descer as escadas, mas Kyou estendeu a m?o e a colocou firmemente no seu ombro. "Tasuki s est a carregar as malas para dentro. Ele est quase a acabar."
"Eu disse-te para ficares fora da minha cabe?a." Toya olhou de volta para o Kyou, "Um dia n?o vais gostar do que vais encontrar a rastejar por a?." Ele sacudiu o ombro, obrigando o Kyou a deix-lo ir. A ?ltima coisa que ele precisava era que o Kyou ouvisse os seus pensamentos. Ter parte de Tadamichi dentro dele j era bastante assustador. Ele fez com que as suas defesas mentais fossem levantadas e depois olhou para o outro lado da rua enquanto o carro de Tasuki se afastava da casa.
"Ser que ela pensou em parar e comer alguma coisa?", murmurou Toya, pensando em voz alta.
"Porque que isso te preocuparia?" Kyou perguntou curiosamente sabendo que Toya n?o era de se dizer coisas aleatrias.
"Ela quase desmaiou durante a aula de teatro de hoje. Eu ouvi-a dizer a Tasuki que ela n?o tinha comido por causa da mudan?a", disse-lhe Toya antes de acrescentar, "Tasuki tambm a convidou para ir com ele ? festa de mscaras na sexta ? noite na escola".
Os lbios de Kotaro tornaram-se mais finos quando ele tirou uma faca de l?mina longa da cintura das cal?as e come?ou a vir-la pelos dedos como um bast?o. "Acho que Tasuki se nomeou o seu guarda-costas na esperan?a de ser um pouco mais."
"Se ele n?o tiver cuidado, estar um pouco morto." Sabendo como isso soou, Toya rapidamente acrescentou: "Ele s encontrar um alvo para os demnios se se tornar muito prximo dela."
"H cinco de ns... Acho que poder?amos superar os seus avan?os se tentssemos." Shinbe sorriu.
"Falhmos hoje." A voz de Kyou n?o tinha emo??o, mas o olhar nos seus olhos dourados era de raiva. "Ns somos os seus guardi?es e ela apenas uma rapariga humana mais frgil do que a maioria. Se ela continua a colocar-se em perigo ao desaparecer, ent?o n?o teremos outra escolha sen?o revelarmo-nos pelo que somos... os seus verdadeiros guardi?es".
"E dizer-lhe o que ela ?" Kamui abanou a cabe?a. "Ela n?o est preparada para isso... pensa nisso. A nossa sacerdotisa nem sequer est a comer bem porque o seu mundo foi virado de cabe?a para baixo. D-lhe tempo para se adaptar a isso primeiro. Entretanto, talvez dev?ssemos aproximar-nos dela para que quando lhe dissermos a verdade, ela n?o pense que somos loucos... ou pior, ver-nos usar os nossos poderes e pensar que somos uma espcie de alien?genas."
"Ainda acho que ests enganado quanto a isso. Ela precisa de se virar para ns, se acontecer alguma coisa. Neste momento, a ?nica pessoa para quem ela se voltaria seria o Shinbe que ela parece gostar tanto", apontou Toya.
"Ei, eu ressinto-me com isso", disse Shinbe a tentar esconder o seu sorriso.
N?o... tu pareces-te com isso", Kamui deu-lhe uma boa cotovelada de forma natural.
Toya manteve o seu olhar do outro lado da estrada, mas na sua mente ele estava a lembrar-se de como ela quase se derreteu nos seus bra?os. "Ela a nossa sacerdotisa. Estamos atra?dos por ela e acho que ela tambm est atra?da por ns. Duvido que ela se assuste tanto quanto voc?s temem que ela se assuste."
"Vamos nos comprometer", disse Kyou. "No caso de algo correr mal... ela precisa de saber que estamos mesmo do outro lado da rua."
"Concordo", disse Toya.
"Primeiro... ela precisa de comer." O Kyou tirou o telemvel do bolso dele.

Cap?tulo 6 "O que os demnios temem"
Kyoko tinha acabado de arrumar as suas novas roupas quando a campainha da porta ecoou fazendo-a saltar. Apressada l em baixo, ela olhou atravs da vigia e viu um entregador que segurava cinco caixas grandes de pizza. Ao abrir a porta, ela franziu o sobrolho, sabendo que era um erro. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, o tipo levantou a m?o para impedi-la.
"Sei que n?o encomendou a pizza porque a fam?lia do outro lado da rua encomendou-a para si. um presente de boas-vindas ao bairro." Ele sorriu e entregou-lhe as caixas. "E eles j pagaram as pizzas e deixaram-me uma gorjeta enorme." Ele acenou com a cabe?a e voltou para o seu carro.
Kyoko sorriu nervosamente e depois olhou para o outro lado da rua. Vendo longos cabelos prateados brilhando na luz do alpendre, ela sabia que s podia ser Kyou. Todos os rapazes da escola estavam na varanda olhando para ela do outro lado da rua. Os lbios da Kyoko curvaram-se para um sorriso verdadeiro. Ela acenou para eles e depois fez um movimento para que eles viessem at aqui.
"E ns temos o nosso convite", Shinbe quase ronronou quando come?ou a descer as escadas.
Toya estendeu a m?o e algemou-o em cima da cabe?a. "Se voc? n?o se comportar l, ent?o ser o nosso ?ltimo convite."
Shinbe estreitou os olhos e ligou o Toya. "Quem morreu e fez de ti o ?nico que podia toc-la? Ela tanto nossa como tua, seu idiota."
"Todos ns morremos, seu est?pido de merda." Toya apoiou Shinbe o resto do caminho descendo as escadas quando a prata come?ou a girar dentro dos seus olhos. A voz dele ficou perigosamente baixa enquanto rosnava: "Ests t?o excitado que eu consigo cheir-la."
"E tens tanta tes?o por ela que ests a escolher brigas", Shinbe estalou e depois virou e juntou-se aos outros que j estavam a meio caminho da entrada.
Toya rosnou de irrita??o sabendo que Shinbe estava certo, mas isso n?o significava que ele tivesse que gostar. Ele ouviu uma voz que se ria dentro da sua mente e sabia que n?o era dele. Baixando os bra?os ao seu lado, apanhou o resto deles.
"Eu n?o fazia ideia que eram voc?s que viviam do outro lado da rua!" A Kyoko disse espantada quando subiram ao alpendre dela. E pensar que ela tinha ficado com ci?mes porque a casa deles parecia t?o cheia de vida, enquanto a dela parecia solitria. De repente, ela n?o se sentiu t?o isolada. "Entre. H quanto tempo que voc?s vivem aqui ao lado?"
"Desde que tu..." O Kotaro cortou o Shinbe. "Cerca de quinze anos." Kyou inclinou-se e tirou as cinco caixas de pizza de cima dos seus bra?os. Ela levantou uma sobrancelha quando percebeu que o estava a seguir pela casa dela e ele parecia conhecer melhor o layout do que ela. Ele nem olhou quando ligou o interruptor da luz na sala de jantar.
Ao ver a sua curiosidade, Kamui aproximou-se dela com um sorriso perturbador: "Acho que as mesmas pessoas que constru?ram a nossa casa tambm constru?ram esta". Os quartos s?o os mesmos". Os olhos dele brilharam para benef?cio dela enquanto olhava para fora das portas de vidro de correr. "Mas n?o tens de partilhar a tua piscina com quatro irm?os." Ele olhou para ela a pestanejar como se estivesse a tentar n?o chorar. "Meu, sinto-me t?o despojado."
A Kyoko riu-se: "Bem, vais ter de vir e nadar nesta." Ela riu-se de novo quando o franzido dele se transformou num sorriso. "Eu vou buscar as bebidas e os pratos." Ela virou-se, mas Shinbe bloqueou o seu caminho.

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