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O Testamento: O Código De Deus
Aldivan Teixeira Torres
A história começa quando Philliphe Andrews,um auditor da fazenda marcado por uma tragédia,começa a questionar-se o porquê do seu mau destino ficando revoltado e indignado.Por um lance do destino,descobre um livro e um autor e resolve procurá-lo.Ao encontrá-lo junto com seu parceiro de aventuras decidem fazer uma viagem ao deserto distante onde supostamente encontrariam com Deus e solucionariam seus problemas.



“O Testamento:O Código de Deus”
Aldivan Teixeira Torres

O Testamento:O código de Deus
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Por:Aldivan Teixeira Torres
©2018-Aldivan Teixeira Torres
Todos os direitos reservados
E-mail:aldivanvid@hotmail.com


Este livro, incluindo todas as suas partes, é protegido por Copyright e não pode ser reproduzido sem a permissão do autor, revendido ou transferido.
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Aldivan Teixeira Torres, natural de Arcoverde-PE, é um escritor consolidado em vários gêneros. Até o momento tem títulos publicados em nove línguas. Desde cedo, sempre foi um amante da arte da escrita tendo consolidado uma carreira profissional a partir do segundo semestre de 2013. Espera com seus escritos contribuir para a cultura Pernambucana e Brasileira, despertando o prazer de ler naqueles que ainda não tenham o hábito. Sua missão é conquistar o coração de cada um dos seus leitores. Além da literatura, seus gostos principais são a música, as viagens, os amigos, a família e o próprio prazer de viver. “Pela literatura, igualdade, fraternidade, justiça, dignidade e honra do ser humano sempre" é o seu lema.

Dedicatória
Dedico esta obra a todos os altruístas ,pensadores,filósofos,escritores que contribuíram para a elevação moral da nossa sociedade.No entanto,verifiquei que há muito a se avançar em todos os aspectos e por isto a decisão da publicação de um código direcionado ao engrandecimento de todos.
Dedico também ás pessoas comuns de todas as classes que com muito jogo de cintura conseguem sobreviver num país de boa teoria mas não de prática.E em especial recomendo a leitura para aqueles que ainda não encontraram o sentido da vida nem o conhecimento das forças benignas do universo que costumamos chamar de Deus.

Agradecimentos
Agradeço a todos os amantes da literatura e em especial àqueles que acompanham a minha trajetória pessoal e a do meu projeto “O vidente”.Não seria nada sem vocês.Também não posso esquecer da família,amigos,parentes,conhecidos,colegas de trabalho que sempre estão presentes de uma forma ou de outra.Vocês são parte de mim.
E em primeiro lugar,agradeço ao pai criador que desde o meu nascimento cuidou de mim e me incentivou de uma forma especial.Devo tudo á ele.Neste caminho,andei,experimentei,tropecei mas me reergui com mais força.É como diz o ditado:“Ele não retirou as pedras para que eu pudesse aprender com o fracasso e galgar os trâmites necessários para a vitória”.
Enfim,obrigado a todas as forças visíveis e invisíveis que me acompanham.

“Será derramado outra vez sobre nós um espírito que vem do alto.Então o deserto se tornará um jardim e o jardim será considerado um bosque.No deserto habitará o direito e a justiça habitará no jardim.O fruto da justiça será a paz.De fato,o trabalho da justiça resultará em tranqüilidade e segurança permanentes”.(Isaías 32,15-17).

Introdução
O testamento:o código de Deus, narra uma aventura de amigos no deserto e seu objetivo maior é levar o leitor a uma reflexão sobre como conduzir o seu relacionamento com Deus e se ambas as partes estão satisfeitas.
O ponto central—A história de Philliphe— nos coloca em frente a questões importantes de nossa fé como por exemplo acreditar em Deus mesmo nas crises,dores e tragédias da vida.
O desenrolar da história,as experiências vividas,a ação de Javé formam um conjunto interessante de elementos que visam dar uma lição para todos aqueles que como Philliphe perderam o rumo da vida levando-os a um novo estágio capaz de lhes dar a força necessária para continuar vivendo e aproveitando a existência da melhor forma possível.
Se o que escrevi ajudar nem que seja só uma pessoa dou-me por satisfeito o trabalho desprendido na confecção do livro.Uma boa leitura.

O autor.

Sumário
“O Testamento:O Código de Deus” (#)
O Testamento:O código de Deus (#)
Dedicatória (#)
Agradecimentos (#)
Introdução (#)
Parte I—Início (#)
Tragédia (#)
A noite densa na vida de Philliphe (#)
O livro (#)
Vinte dias depois (#)
A experiência de Philliphe (#)
A descida (#)
A viagem (#)
O primeiro dia (#)
Parte II— Familyng (#)
2.1—Valores (#)
2.2—Casamento (#)
2.3—Gastos (#)
2.4—Memória (#)
2.5—Comportamento (#)
2.6—Valores da atenção (#)
2.7—Desentendimentos (#)
2.8—Condutas gerais (#)
2.9—Herança (#)
Parte III— Religious (#)
3.1—As diversas religiões (#)
3.2—O conceito de Deus (#)
3.3—Festas religiosas e profanas (#)
3.4—Idolatria e fanatismo (#)
3.5—Não se brinca com Deus e o desconhecido (#)
3.6—Como orar (#)
3.7—Transfusões ,UTIS,Cirurgias (#)
3.8—Circuncisão,promessas,o dia de sábado (#)
3.9—Videntes,cartas,terreiros,trabalhos espirituais,etc (#)
3.10—O destino do homem (#)
3.11—A ação de Deus através dos homens (#)
3.12—A noção de pecado (#)
3.13—Tópicos diversos relacionados á religião (#)
Parte Iv— A caminho de outra cidade (#)
4.1—Prostituição (#)
4.2—Virgindade (#)
4.3—Tipos de união (#)
4.4—Tipos de relação (#)
4.5—Tabus sexuais (#)
4.6—Doenças sexualmente transmissíveis( DST) (#)
Parte V— Novos Rumos (#)
5.1—Tipos de regime (#)
5.2—História política Brasileira (#)
5.3—Corrupção (#)
5.4—Tópicos diversos (#)
5.5—Retomando o debate (#)
5.6—Confidências (#)
Parte VI— Working (#)
6.1—Primeiros tópicos (#)
6.2—Setor público,privado,concursos,formação técnica (#)
6.3—Qualidade de vida,movimento sindical e direitos e deveres do Trabalhador (#)
Parte VII— Scientific (#)
7.1—O papel dos meios de comunicação (#)
7.2—Matriz energética brasileira,o universo (#)
7.3—Meio ambiente (#)
Parte VIII— SocioeconomicCity (#)
8.1—Algumas questões importantes (#)
8.2—Outros tópicos (#)
8.3—Esportes e lazer (#)
Parte IX— Educulting (#)
9.1—Modalidades educativas,escola públicax versos a privada e remuneração dos profissionais da educação (#)
9.2—Analfabetismo,papel dos professores, povos formadores,patrimônios culturais (#)
9.3—Programas de apoio a cultura,literatura e o desafio da publicação (#)
Parte x—Saúde (#)
Parte XI— Sodorra (#)
11.1—O sermão do Deserto (#)
Parte XII— Final (#)
Epílogo (#)

Parte I—Início
Tragédia
Era uma vez uma família simples de classe média residente na zona Rural do município de Arcoverde-PE com sobrenome Andrade Correia. A família era formada por cinco pessoas: Philliphe Andrews, o pai, Angélica, a mãe, Samantha, Constantina e Bartolomeu, os filhos. Por um longo tempo viveram em paz.
Philliphe era o tipo de pai distante, muito ligado ao trabalho, que geralmente só nos finais de semana prestava mais atenção na esposa e filhos. Era pouco, mas ninguém reclamava, pois era um mal necessário.
Tudo ia transcorrendo dentro da normalidade até o dia fatal. Foi exatamente no fim de ano, época de recesso escolar quando a família inteira reuniu-se, arrumou as malas, acomodaram-se no automóvel e partiu para o litoral com o objetivo de passar o final de semana longe da monotonia do dia a dia.
Inicialmente, nada de anormal aconteceu. Foram ultrapassando as barreiras da movimentada Rodovia BR 232 e chegando próximo a Caruaru, no final de uma curva, foram surpreendidos por outro automóvel que vinham em sua direção. Resultado: Colisão frontal, com os carros saindo da pista principal.
O socorro chegou rápido, todos foram encaminhados ao hospital da capital da capital do agreste com a ajuda dos bombeiros sendo atendidos em estado de urgência ao chegarem lá. Foram feitas os esforços iniciais para o restabelecimento da saúde dos mesmos e alguns tiveram que ser encaminhados á UTI.
Dentro do hospital, passaram-se dois dias e infelizmente o acidente deixara como resultado vítimas fatais: Quatro da Família Correia e outro da Família Gouveia, ocupantes do outro veículo. Da primeira, o único que restara tinha sido Philliphe. Ele ainda não sabia pois seu estado de saúde requeria cuidados.
Passou-se mais um tempo ,as feridas foram cicatrizando,e quando os médicos perceberam que ele já se encontrava bem lhe comunicaram a má notícia de que o mesmo perdera toda sua família no trágico acidente.A reação oscilou do espanto inicial á revolta.E agora?O que faria?
A primeira coisa que fez foi colaborar de todas as formas para uma recuperação mais rápida.O objetivo era se afastar o mais rápido daquele lugar triste e macabro que era o hospital.
Com uma semana de esforços,finalmente foi liberado e a primeira coisa que fez foi telefonar para um táxi.Esperou mais quinze minutos até a condução chegar,um palio azul e ao embarcar no mesmo cumprimentou o motorista e indicou o lugar de destino: A rodoviária.Ao seu sinal,o carro imediatamente partiu e enfrentando um tráfego intenso chegaram em quinze minutos até o local desejado.Philliphe pagou a passagem,despediu-se e desceu.Dirigiu-se até o guichê do estabelecimento onde foi informado que o próximo ônibus para Arcoverde chegava em uma hora.A fim de passar o tempo,atravessou a avenida,tomou suco com pão de queijo na lanchonete e ainda teve tempo de passar numa pequena livraria onde comprou suas revistas preferidas.Após,atravessou a avenida em sentido contrário e voltou á rodoviária.Comprou a passagem e esperou mais um pouco.
Chegando o ônibus com destino á sua querida Arcoverde,ele não perdeu tempo,entrando de imediato escolhendo uma das poltronas da frente.Espera mais um pouco e então finalmente é dada a partida.
Iniciava-se assim a viagem de volta.Durante o trajeto longo,teve tempo de refletir sobre o estado atual,puxou conversa com o vizinho de poltrona e aproveitou para ler as revistas que comprara.Quando se sentiu cansado,tomou um cochilo.
Três horas depois,acordou com os solavancos do carro e percebeu que estava próximo de sua terra,a querida Arcoverde de tantas histórias.Instantes depois,ele segura a mala,bate na cabine do motorista e pede parada.O motorista obedece,o ônibus para e finalmente ele desce,rumo ao seu sítio (quinze metros) ,próximo ao povoado de Caraíbas.Segurando o que restara das malas,demora mais quinze minutos até á sua casa e ao chegar,cai exausto na cama.Tentaria dormir para aliviar sua mente conturbada e só se levantaria no outro dia para dar um destino á sua pobre vida.

A noite densa na vida de Philliphe
Amanhece.Philliphe acorda,toma banho,troca de roupa,prepara e come o desjejum (pão com ovos),escova os dentes e parte para a cidade onde ia exercer sua função pública.Seu cargo era auditor fiscal da fazenda do estado,de alta hierarquia e remuneração,fruto dos seus esforços de concurseiro.
Em Vinte minutos de viagem,usando o seu carro próprio,já chega ao local do trabalho,o pólo da secretaria de fazenda do estado em Arcoverde,um prédio amplo de dois andares.Após ultrapassar o portão de entrada,passa por um corredor e mais uma porta e então tem acesso ao vão principal onde se localizam os grupos de trabalho.Gentilmente,cumprimenta seus colegas e é consolado pelo fato da tragédia.Agradece e inicia a labuta.Passa cerca de oito horas no local e em trabalhos externos com companheiros e nesta volta nenhuma anormalidade ocorreu.Ao concluir suas tarefas,despede-se,Faz o mesmo percurso em sentindo contrário,ultrapassa o portão de entrada-saída, e dirige-se para o carro que está estacionado na rua vizinha.Ao chegar,acomodasse no seu assento,liga a ignição e parte passando para resolver algumas pendências no comércio para só então ir embora.Pega a avenida principal do centro,dirige-se ao bairro boa vista e alguns instantes depois tem acesso á rodovia BR 232.
Com velocidade moderada,demora apenas quinze minutos para chegar em casa.Guarda o carro na garagem,aproxima-se da porta,usa a chave para abri-la e já dentro da casa dirige-se á cozinha e chegando no local retira da geladeira o almoço já pronto.Esquente no fogão o alimento e alimenta-se com certa pressa tamanha é a sua fome.Ao término do almoço vai cuidar de atividades domésticas e do sítio no restante do dia.Logo cedo,resolve dormir.
Nos outros dias seguintes,repete-se a rotina.Apesar de ser completamente normal,sua vida mudara de ponta á cabeça após a tragédia.Vivia apenas do trabalho para casa,se afastara dos amigos,da religiosidade e de si mesmo.Enfim,não acreditava mais em nada.
Psicologicamente,Philliphe estava arrasado,afundado num deserto sem fim.A todo o momento,perguntava-se :Que pecado cometera para cair em tal desgraça?Por que Deus não poupara sua família?O que faria da sua vida agora que estava só?Havia possibilidades de recuperação?
Por mais que o tempo passasse,não encontrava solução para seus problemas e a solidão que batia em seu peito cada vez mais forte.Estava vivendo uma noite bastante densa onde só havia desespero.
Avante,guerreiro,não desista!

O livro
O tempo avança mais um pouco e a situação mental de Philliphe é a mesma:Não conseguia conformar-se com as mudanças drásticas na sua vida.Mesmo consciente de que nada poderia mudar ,o seu inconsciente era incontrolável e falava mais alto.Fazia parte de sua personalidade e estava intrinsecamente ligado ás influências do seu Maktub.
Foi aí que algo interessante e inusitado ocorreu:Na data que completara seis meses da tragédia,fuçando na internet após o jantar encontrou um site de uma editora e um livro que realmente chamou muita sua atenção por tratar especificamente dum tema em que se enquadrava um pouco a vida desértica de sentimentos e esperanças que vivia no atual momento.O título era “A noite escura da alma” e o autor se chamava Aldivan Teixeira Tôrres.Instigado,resolveu comprar o livro,fazendo o cadastro no site e após todos os procedimentos imprimiu o boleto pois seria uma boa oportunidade de aprender e viajar um pouco enriquecendo o seu conhecimento e quem sabe ajudá-lo a despertar um pouco.Era esta a aposta.
Continuou mais um pouco navegando na internet,entre redes sociais,site de notícias,futebol,bate papo em chats,jogos,ouvindo música e pesquisando um pouco para ajudar em seu dia a dia,em sua profissão.No entanto,mesmo quando terminou a sessão de navegação,a questão do livro não saia de sua cabeça.
Cansado do dia que fora realmente corrido,dirigiu-se ao quarto para dormir.Aproximou-se da cama e antes de deitar,lembrou-se do boleto que tinha imprimido.Guardou-o em sua bolsa com intuito de não esquecer de pagá-lo no outro dia.Após o ato,finalmente relaxou.
A noite se seguiu,a madrugada chegou e próximo das seis horas da manhã, Philliphe finalmente acordou.Como sempre,levantou rápido,espreguiçou-se,foi ao banheiro,tomou banho,voltou ao quarto,vestiu roupas limpas e um sapato de camurça marrom que tinha comprado,dirigiu-se á cozinha e ao chegar lá,Junto ao fogão,estralou ovos com bacon,recheou o pão acrescentando requeijão.Depois,comeu algumas frutas e deu-se por satisfeito.
Escovou os dentes,lavou o rosto,foi ao banheiro defecar e ao término do ato,aproximou-se da pia da cozinha e lavou as mãos.Como era vaidoso,foi ao quarto e junto ao espelho do seu guarda roupa enorme,cuidou dos últimos detalhes,que incluía o tratamento do rosto com cremes,uso de perfume fino com fragrância de rosas, e por último pentear o cabelo que estava um pouco assanhado.
Pronto!Agora podia ir a garagem,pegar o seu carro possante e dirigir-se ao trabalho na sua querida Arcoverde.E é o que faz .Apesar do seu descontentamento com a vida,sempre fora responsável com seus compromissos e afinal trabalhar não era uma escolha e sim uma questão de necessidade.
Enfrentando o trânsito normal na pista da BR 232 e na área urbana da cidade chega finalmente ao trabalho após quinze minutos de esforço.Com muita educação,adentra na instituição e deseja um bom dia a todos os colegas de trabalho.Nem todos são recíprocos mas isto não importa.Já tinha feito sua parte.
Começa com seu trabalho burocrático e quando solicitado,sai com a equipe.Com muito profissionalismo e competência,se destaca na multidão.Estava de parabéns pela sua integridade e honra sempre postos á prova.
Ao final da oito horas,bate o ponto e vai embora.Como de costume vai tratar de outras pendências pessoais em bancos,financeiras,casas lotéricas,lojas,etc.Paga o boleto referente ao livro e então finalmente vai para casa.
Desta feita,encontra um trânsito congestionado mas mesmo assim chega a tempo em casa para cuidar das pendências domésticas e do sítio.Agora estava só e absolutamente tudo estava nas costas dele.
À noite,ainda tem tempo de acessar a internet e verifica a confirmação de pagamento do livro no site.Agora só restava esperar e descobrir o que Aldivan Teixeira Tôrres ,o vidente,queria repassar com o mesmo.
Enquanto sonhava com a chegada do livro,foi dormir aproximadamente ás 23:00 Hs.Mais um dia cumprido em meio a uma solidão e incompreensão profundas.

Vinte dias depois
Passa-se um pouco de tempo dentro da normalidade na vida solitária de Philliphe entre trabalho,atividades sociais,vida doméstica,fins de semana e lazer.Completando-se exatamente seis meses e vinte dias após a tragédia ,vindo do trabalho,é notificado por vizinhos de que há algo para ele esperando ser retirado nos correios da Vila de Caraíbas.
Imediatamente,vai ver do que se trata saindo a pé do seu sítio.No trajeto curto,atravessa a rodovia,e sobe no caminho de 1,5km (Um quilômetro e meio cheio de curvas) que o separa do aglomerado urbano citado.
No caminho,além de encontrar vários conhecidos e cumprimentá-los,tem a oportunidade de refletir,analisar e ponderar sobre as possibilidades.O que será que o esperava nos correios?Seria uma carta de parentes distantes do sul que há algum tempo não tinha notícias?Uma cobrança?Ou até mesmo uma inesperada declaração de amor?Estas e outras hipóteses preenchiam sua mente naquele momento.
Chega!Diz Philliphe interiormente.Reunindo uma força nunca dantes vista,recupera a tranqüilidade perdida e limpa sua mente perturbada.Resolve apressar o passo,atravessa a última curva e já se aproxima das primeiras casas.Sua ansiedade estava prestes a acabar.
Com mais trezentos metros percorridos,entra na rua principal,dobra a direita e ultrapassando cerca de cinco casas,chega ao prédio em que funcionava os correios.Cheio de educação,pede licença ao adentrar no recinto e entra em contato com o funcionário responsável,seu Xavier,Um ancião de cerca de 60 anos,branco,barba por fazer,barrigudo,costas largas,cabelos pretos escorridos,faces enrugadas,braços grossos e firmes,olhos verdes,postura ereta,vestindo camisa de algodão amarela,óculos de sol escuros,boné,relógio prendado,calça jeans,cinto de couro,sapato social preto e cueca marrom que se mostrava um pouco,sendo o mesmo muito conhecido na região.O diálogo é então iniciado:
—Boa tarde,Seu Xavier,tem alguma correspondência para mim?
—Boa tarde,Philliphe.Tem uma encomenda de São Paulo,enviada por uma editora.É um livro?
—Ah,já sei.È um livro sim.Vejamos.
Philliphe se aproxima mais,assina em duas vias um formulário,pega o pacote e começa a desembrulhá-lo.Apesar da pouca habilidade,perde pouco tempo na operação.Retirado todo o papel que envolve a mercadoria,faz uma análise rápida do produto e apresenta ao interessado.
—Este livro de título “A noite escura da alma” me interessou muito.Pelo que a sinopse apresenta fala um pouco do período em que nos desligamos de Deus,vivendo no pecado e ensina as formas de recuperação.Quero aprender com ele e quem sabe superar meu mau momento.(Philliphe)
—Entendo.Muito interessante mesmo.Qual é o autor?
—Aldivan Teixeira Torres,vulgo vidente ou filho de Deus.
—Posso dar uma olhada?
—Pode.Á vontade.
Philliphe entregou o livro á Xavier que o examinou rapidamente.Ao final devolveu e comentou:
—Muito boa a escolha.Pretendo também comprar.Como posso adquiri-lo?
—Pela internet,no site da editora que você viu.Faz-se um cadastro e imprimi-se um boleto.Vale a pena!
—Entendi.Obrigado.
—De nada.Agora tenho que ir.
—Até mais.
—Até.
Tranquilamente,Philliphe deixou as dependências dos correios e retornou pelo mesmo caminho.Enfrentando um pouco de sol e poeira,ultrapassou os mesmos obstáculos de antes.Com trinta minutos de esforços,cumpre o trajeto total,adentra em casa,passa pelo sala e corredor e chega ao quarto.
Senta numa cadeira junto a uma mesinha e com paciência começa a folhear o livro que tem mais de trezentas páginas.Durante duas horas,tem a oportunidade de viajar um pouco e sair da dura rotina e solidão que a vida lhe impunha.Gosta muito e ao final o guarda e promete a si mesmo retomar a leitura no outro dia mais ou menos no mesmo horário.
Após,prepara sua janta,se alimenta,vai assistir TV,escuta música,navega um pouco na internet e quando cansa,finalmente vai dormir.Os próximos dias prometiam.

A experiência de Philliphe
Passa-se mais uma semana com Philliphe cumprindo todas as suas obrigações que envolviam o trabalho no setor público,no sítio,afazeres domésticos,relacionamentos profissionais e pessoais além de atividades de lazer.Sua vida era mesmo agitada e solitária desde que perdera na tragédia seus entes queridos.
Com a chegada do fim de semana,teve mais tempo para concluir os trabalhos pendentes e concluir a leitura do livro que cada vez mais o instigava.No domingo chegou ao término e concluiu que valera muito a pena comprá-lo.Com o mesmo,aprendera um pouco da dualidade luz-Treva,sobre os pecados capitais,da parte densa da noite escura,lutas,fracassos e conquistas dos personagens principais,o valor do perdão e a possibilidade de recuperação,e especialmente ficou admirado com a sensibilidade do autor.Como queria conhecê-lo e aprender com ele!
Manuseia o livro com mais cuidado e numa das notas adquire o contato de Renato,companheiro de aventuras do autor do livro.Sem pensar muito,decide interiormente procurá-lo pois não era tão longe a Serra do Ororubá em Mimoso-Pesqueira-PE.O objetivo era pedir ajuda,conhecer o vidente e quem sabe livrar-se dos pesos que carregava desde sempre e que se agravaram com a tragédia ocorrida.
Estava decidido!Liga para o seu chefe,avisa que vai viajar e que não sabe quando volta.Como resposta,tem toda sua compreensão e é liberado por 15 dias.Após,imediatamente começa a arrumar sua mala colocando dentro dela calças,calções,cuecas,sandálias,sapatos,camisas,meias,bonés,óculos de sol,relógio,objetos de higiene pessoal e seu inseparável álbum de fotografias.Ao término,cuida dos outros detalhes,avisa aos vizinhos que vai sair e pede que olhem um pouco o seu sítio na sua ausência,fecha a casa e a garagem e vai para a beira da rodovia Br 232 a fim de pegar a primeira lotação rumo a Pesqueira.
Como morava perto,rapidamente chega no ponto,espera cerca de quarenta minutos e finalmente consegue condução.Daí até mimoso são apenas oito minutos e gentilmente o motorista o deixa no centro,próximo á praça da vila.Desce,paga a passagem ,agradece e se despede.Começa a caminhar.
Quando se aproxima da primeira pessoa,pede orientação de como chegar á serra do Ororubá,especificamente na casa de Renato.Cordialmente,o jovem que aborda chamado Bernardo dá todas as informações necessárias para o primeiro e até se oferece para acompanhá-lo.Não querendo abusar de sua boa vontade,Philliphe o dispensa ,aperta suas mãos e agradece efusivamente.Preferia ir sozinho.
Seguindo suas orientações,segue em frente alguns metros,dobra a direita,atravessa a ponte do canal,caminha mais um pouco,adentrando num terreno particular.Já avista a famosa serra que muitos consideravam sagrada.Agora era só seguir em frente até ao sopé e subir as suas íngremes veredas.
Em quinze minutos,chega ao sopé e como não estava acostumado faz uma parada.No momento,a expectativa,a ansiedade e a inquietação tomavam proporções gigantescas com ele distraído a todo o momento envolto em perguntas.Algumas delas eram:O que o esperava?Como seria o Renato real?E a guardiã?Realmente existia?Estas e outras questões só seriam sanadas com o tempo e não adiantava ficar se martirizando.
Decide então retomar a caminhada.Começa a subir as ladeiras perigosas e a cada passo dado se sente mais determinado e preparado para tudo.Rumo ao futuro!Pensa ele.Embora as suas possibilidades de encontrar-se fossem diminutas,seria interessante uma experiência com Renato e o autor do livro "A noite escura da alma”.
Um pouco mais adiante,completa um terço da subida,para novamente por cinco minutos,retornando logo a caminhar com mais vigor.Neste instante,tudo começava a pesar um pouco mais,inclusive a mala o que exigia dele um esforço maior.Em frente sempre!Repete ele mentalmente com o intuito de se animar.A estratégia dá certo pois pelo menos se sente psicologicamente mais calmo.Avança mais.
Exatamente dez minutos depois,completa a metade do trajeto.Apesar do cansaço que se refletia no suor derramado pelo seu corpo ele não desanima,mantendo um ritmo aceitável.Continua caminhando,ultrapassando pedras,poeiras,espinhos,enfrentando o sol escaldante,a descrença , e correndo contra o tempo.E como ele corria!
Dez passos adiante sente a força poderosa da montanha,suas vozes,atuarem contra si.Inspirado na experiência do vidente,tira de letra esta etapa,comemora sua vitória e continua no percurso.Em dado instante,volta-se para trás,e observa a aglomeração urbana de Mimoso no fundo do vale.Como era linda a paisagem!Estava explicado a força,o patriotismo e a paixão da dupla da série “O vidente” a mais interessante que conhecera na literatura e que ainda prometia muito.
Philliphe continua caminhando,alguns minutos depois entra na curva perigosa do S,e apesar do nervosismo comum aos que andavam por ali,a supera.Pronto!Agora restavam apenas cem metros para alcançar o topo maravilhoso da Serra do Ororubá.O destino estava prestes a se revelar.
O trajeto restante se conclui em apenas cinco minutos e antes de dar o último passo,o viajante força uma última parada.Estava se sentindo como um jogador de futebol prestes a cobrar um pênalti ou uma mulher prestes a entrar em trabalho de parto após nove meses de espera.Eu explico:Sua vida fora uma grande roda gigante,fora filho de um pedreiro e de uma empregada doméstica e com muito esforço concluíra o ensino básico.Trabalhara no comércio cerca de dez horas por dia sem desanimar.Cinco meses depois,conhecera Angélica,se apaixonara,e em dois anos noivaram e casaram.Com a ajuda dela que era abastada,saíra do comércio,cursara uma faculdade,dedicara-se a concursos e como era competente passara em vários até chegar ao cargo atual,auditor da fazenda do estado.Com a consolidação no emprego comprara um sítio na zona rural da cidade e mudara-se com a esposa para lá pois o que gostava era de ar puro e tranqüilidade.Frutos do casamento surgiram três filhos.Tudo parecia estar muito bem até o dia da tragédia.Descera do céu ao inferno,perdera completamente sua fé,revoltara-se e no momento encontrava-se sem destino.
Agora estava ali,após descobrir o mundo maravilhoso dum ser chamado Aldivan Teixeira Torres,autor da série o vidente,que prometia recuperação aos casos mais difíceis.Foi isto que o motivara a superar seus limites e acreditava que Renato,seu parceiro,poderia ajudá-lo em sua trajetória pelo menos fazendo a função de seta.Bem,era pelo menos o que esperava.
A expectativa aumenta.Philliphe finalmente faz um movimento e ao encostar o pé na montanha,a terra treme,o tempo fica nublado,sente calafrios,e uma nuvem de fumaça encobre todo o topo.De dentro da nuvem,surge uma anciã misteriosa que se aproxima.A cada passo dela,o nervosismo aumenta.Quem seria e o que desejava?
Estava prestes a descobrir.Chegando bem perto,a estranha trata de se apresentar e iniciar o diálogo:
—Bom dia,Philliphe,sou o espírito da terra que habita esta montanha sagrada.Pode chamar-me de guardiã.Em que posso ajudá-lo?
Philliphe ficou estático.Quer dizer que estava diante da sábia Abigail da montanha,a primeira mentora do vidente?Não podia acreditar que fosse verdade.Reunindo uma força nunca dantes vista,ele consegue se comunicar.
—Guardiã?Você existe mesmo?Como me conhece?
—Calma.Eu entendo seu espanto.Sou eu mesmo.Vivo há séculos neste lugar e sou detentora de muitos mistérios.O que deseja?
—Quero conversar com Renato,seu filho adotivo.Quem sabe ele não possa me ajudar na resolução de alguns problemas.
—Claro,tudo é possível.Acompanhe-me e fique a vontade.
Philliphe obedece a guardiã e ambos começam a caminhar no misterioso topo da montanha rumo á residência da última.O que o destino aprontava para aquele corajoso viajante?Continuemos acompanhando.
Após vinte minutos em ritmo rápido,ultrapassando os obstáculos naturais da mata e virando-se de um lado para outro,finalmente chegam ao humilde casebre coberto de palha.Como boa anfitriã,a guardiã o convida a entrar,ele aceita,e juntos adentram na casinha.Dentro do vão único,encontram Renato sentado no centro junto a uma mesinha e a estranha senhora se adianta fazendo as apresentações.
—Renato,este é o Senhor Philliphe,um viajante que deseja falar com você.
Renato se levanta,se aproxima mais e cumprimenta o viajante.
—Prazer,Renato.O que deseja especificamente?
—Sou um leitor da série o vidente que no momento enfrenta sérios problemas.Poderia me ajudar?
—Pode ser.O que lhe aflige?
—Obrigado.Contarei resumidamente um pouco da minha história.Meu nome é Philliphe Andrews,alguém em busca da essência e da verdade.Desde o meu nascimento,por ser de origem humilde,enfrento preconceitos e muitas dificuldades profissionais.No entanto,sempre achei que era possível vencer e por isto persisti lutando por meus sonhos.Neste caminho árduo,trabalhei no comércio,encontrei o amor,saí da pobreza,noivei,casei,tive filhos,fiz faculdade e hoje sou um funcionário de alta hierarquia.Contudo,uma tragédia me persegue e desde então não tenho mais paz.
—Que tragédia?
—A perca de toda minha família num acidente.
Lágrimas escorrem pelo rosto sofrido e já enrugado do seu Philliphe.Ali,estava um exemplo de sofrimento e luta constantes.Renato se comove e indeciso consulta sua mãe de coração.
—O que acha,mãe?
—O caso dele é bem complicado.O coração dele ainda está cheio de amargura e revolta por não se conformar-se com seu próprio Maktub.Sente-se injustiçado por Deus e pelo destino.(guardiã)
—E como esperavam que eu ficasse?Minha esposa e filhos eram pessoas boas que mereciam uma sorte melhor.O que eles fizeram de mal para merecer isto?Eu sempre fui um seguidor das leis de Deus e merecia pelo menos uma proteção á altura para mim e minha família.
—Calma,Philliphe.Não se sinta assim.Tem coisas que não tem explicação.(Renato)
—Você não pode julgar a Deus nem questioná-lo pois está muito acima de você.Como pode o vaso de barro enfrentar o oleiro?(Guardiã)
—Eu sei.Só queria entender o porquê de tudo isto na minha vida.(Philliphe)
—Aonde quer chegar realmente?(Pergunta Renato)
—Sabe,tive o prazer de ler o livro “A noite escura da alma”,aprendi um pouco sobre as trevas,as possibilidades de recuperação,sobre os pecados capitais ,em relação á noite mais escura e ao terminar de lê-lo suscitou em mim o desejo de tentar,de recomeçar com a mente mais calma e limpa.Quero entender um pouco de Deus,do meu destino,como retomar a felicidade e vencer novamente.Acham isto possível?
—Meu amigo,com minha larga experiência alcançada em minhas andanças com o vidente,posso dizer que tudo é possível.Só não sei em que ponto parti pois também tenho minhas dúvidas além do desejo de também conhecer a Deus.(Confessa Renato)
—Posso dar minha opinião?(Intrometeu-se a guardiã)
—Claro.(Renato e Philliphe)
—Procurem o filho de Deus,ele é o único iluminado da Terra que pode achar uma saída neste caso.(Respondeu ela)
—Ótima idéia.O que acha,Philliphe?(Renato)
—Aprovado também.Meu sonho é conhecê-lo pessoalmente.(Ele reforçou)
—Muito bem.Espere só um instante que vou arrumar minhas malas por precaução.Provavelmente,estamos diante do início de uma nova saga que promete muito.(Renato)
—Está bem.(Philliphe)
Renato foi cuidar das malas e dos últimos detalhes para a partida.O que aconteceria?Mais uma aventura instigante se desenhava nas entrelinhas.

A descida
Com tudo pronto,Renato despediu-se da sua mãe adotiva e junto com Philliphe saíram do casebre.Com mais alguns passos,pegam a vereda mais curta que os levaria até o destino.No momento,o silêncio impera entre os dois alimentando as dúvidas de ambos que provavelmente seriam sanadas no encontro prometido.
E a grande travessia se inicia....Com os dois vivendo momentos completamente diferentes.Enquanto um era pré-adolescente e por natureza entusiasmado por aventuras,o outro era um homem feito,com cerca de quarenta anos,disposto a aprender ,resgatar valores e encontrar um Deus que confessava não conhecer nem entender.O que os ligava era a sede de conhecimento e a empatia mútuas.
Mais adiante, já ultrapassam a grande pedra e iniciam a descida.Caminham mais cem metros e a pedido do visitante fazem uma parada para se reidratar.Renato aproveita o momento e inicia uma conversa:
—Você é de onde mesmo?
—Sítio quinze metros,próximo a Arcoverde,conhece?
—Conheço sim.Já fui várias vezes em Arcoverde e passo por lá.Gosto muito.
—Também gostei daqui.Este vale é muito lindo com Mimoso ao fundo.Entendo a inspiração sua e do seu companheiro nos livros.
—Obrigado.Nossa região é especial em cada cantinho.E da montanha,gostou?
—Inspirou-me muito e agora estou mais convicto do que quero.Adiante sempre!
—Muito bem,meu amigo,que bom.É o primeiro passo para o sucesso e a paz desejadas.Qualquer coisa,estamos aqui.
—Muito obrigado.Podemos continuar?
—Claro que sim.
Os dois retomaram a caminhada.Mantendo um ritmo regular,desceram a íngreme serra,entre curvas e saudades na estreita vereda.Em quinze minutos,chegam no Juazeiro imponente já no terreno plano.Param mais uma vez.Gentilmente,Philliphe cede um pouco de água e comida a Renato que esquecera do seu cantil.Restabelecidas as forças,voltaram a caminhar os últimos trezentos metros com a imponente aglomeração do Mimoso bem perto.Agora faltava pouco.
No percurso restante,entre conversas e brincadeiras,vão ultrapassando as últimas barreiras que se apresentam.O momento é de construção e parece que os dois perceberam isto pois não perdem uma oportunidade.Rumo ao futuro e ao sucesso!
O trajeto é concluído.Diante do bangalô quase destruído pelo tempo,batem palmas e de dentro dele surge um jovem normal,magro,altura média,cabelos pretos,cor moreno-claro,esbelto com feições que se destacam.Aparentando surpresa,o mesmo se comunica.
—Renato,você por aqui?Como vai?E você?Qual o seu nome?
—Oi,tudo bom?Vim numa missão importante.Este é Philliphe,um dos seus leitores.
O vidente sorriu e aproximando-se mais educadamente cumprimentou os dois.
—Tudo bem.Sejam bem vindos.Prazer,Philliphe,pode me chamar de vidente,filho de Deus ou de Aldivan mesmo.
—O prazer é todo meu.Sou seu fã desde sempre.
Philliphe,ainda sem acreditar,lhe deu um forte abraço duradouro.A emoção tomou conta dos presentes e o abraço terminou sendo triplo.Eram como se fossem os três mosqueteiros,um por todos e todos por um mesmo sem ter ainda consciência disso.
Findo o abraço,se afastaram um pouco e o vidente tomou a palavra:
—Desculpem o mau jeito.Entrem,por favor.
Os dois aceitam o convite e juntos adentram na casa.Ultrapassam a entrada,percebem que está vazia,vão á sala de estar,elogiam os móveis e a decoração,o anfitrião agradece,e finalmente sentam nos assentos da poltrona, ficando frente a frente.Curioso por natureza,o vidente não se conteve e retoma a conversa:
—O que os trouxe aqui?
—Vimos pedir sua orientação e ajuda.Philliphe me procurou,falou dos seus problemas angustiantes e por sugestão da minha mãe viemos procurá-lo.(Explicou Renato)
—Ahan,entendi.O que lhe aflige,Philliphe?(O filho de Deus)
—Perdi toda minha família num acidente trágico.Agora quero entender o porquê disto,encontrar a Deus,reorganizar um pouco a minha história.(Respondeu ele)
—Interessante.Você acha que sou capaz de ajudá-lo?(O vidente)
—Creio que sim.Pelo seu carisma e talento,você é capaz.(Philliphe)
O vidente se emociona,analisa friamente a situação e decide ajudar aquele pobre homem sofredor pois aprendera nos seus piores momentos o valor de um apoio e de alguém que acredite em si mesmo.A sorte estava lançada!
—Muito bem.Aceito o desafio.O que sugere Renato?(vidente)
—Não tenho idéia.(Respondeu o menino sem reação)
—Como se sente,Philliphe?(O filho de Deus)
—Totalmente destruído,revoltado e sem fé e esperanças.Vivo uma noite densa.(Philliphe)
—Uma existência quase desértica.(Concluiu Renato)
—É isto!(Gritou o vidente)
—O que foi?(Philliphe)
—Que tal se irmos ao deserto e tentar encontrar a Deus?(Vidente)
—Òtima idéia.(Elogiou Renato)
—Onde seria?(indagou Philliphe)
—Ouvi falar de um lugar extremamente inóspito no município de Cabrobó,sertão de Pernambuco.O povoado se chama Travessia do deserto e de lá poderíamos partir para a nossa aventura,o gigante deserto da cidade.O que acham?(Aldivan)
—Por mim,estou pronto.O que acha,Philliphe?(Renato)
—Eu também estou.O que estamos esperando?(Philliphe)
—Bom,vou ligar para meus familiares e avisar que estou de saída.Além disso,tenho que preparar as malas.Podem me ajudar?(Vidente)
—Sim.(os dois)
Os três se dirigiram ao quarto e juntos começam a arrumar a mala do vidente.Enquanto cuidam dos detalhes,aproveitam para melhorar o entrosamento da equipe.O clima no momento é agradável apesar do grande desafio que se apresenta.
Vinte minutos depois,terminam as malas,deixam o recado,fecham a casa.o vidente deixa as chaves com o vizinho e juntos partem em direção á rodovia BR 232.Começava aí mais uma saga da série o vidente que já conquistara o coração de muitos.Em frente,sempre!

A viagem
Durante o caminho até a rodovia os viajantes se distraem conversando entre si,admirando a paisagem que se encontrava ainda verde pois estávamos no mês de setembro do corrente ano de 2014.
A região de Mimoso era mesmo linda .Porém,eles tinham consciência de que o mundo não se restringia só ali e as aventuras lhe davam as condições de conhecer os mais variados lugares do imenso país que habitavam.E isto era muito bom.A cada nova experiência,aumentava a sua sede de conhecimento e ampliava sua cultura que também era influenciada por cada pessoa que encontravam no caminho.Em frente sempre,pela literatura e pelo prazer!Era um dos lemas da equipe.
Com este pensamento em mente,concluem o trajeto de aproximadamente um quilômetro sem maiores problemas ou surpresas.Chegam na beira da pista e iriam pegar a primeira autolotação rumo á rodoviária da cidade vizinha,Arcoverde.De lá,pegariam um ônibus para o destino final,Cabrobó.Enquanto esperam, aproveitam o tempo para escutar a boa e animada música brasileira no radinho de pilha que Renato não esquecera de levar.A música ajuda no relaxamento de todos.
Uma hora depois,finalmente uma autolotação passa:Uma besta cor de prata,larga e espaçosa.Os três adentram na mesma e por sorte tem vagas para todos ficarem sentados,ficam um ao lado do outro.No trajeto curto,aproveitam para serem simpáticos,conhecem novas pessoas e mantêm um bom bate papo envolvendo motorista e demais passageiros.Com isto,o tempo parece passar bem rápido.
Quando menos esperam,já chegam na cidade.Como a rodoviária ficava bem distante do centro (Bairro São Cristovão) tem que esperar a entrega dos passageiros em cada um dos pontos até chegar a vez deles.No momento em que isto se concretiza,se despedem,pagam a passagem e agradecem ao condutor.Agora se iniciava a segunda parte da viagem,bem mais longa e estressante.
Philliphe e o vidente vão se informar sobre os horários dos ônibus para Cabrobó enquanto Renato espera sentando nos bancos.O atendente informa aos dois que o próximo sai em duas horas.No reencontro com Renato,decidem conjuntamente sair um pouco,procurar um restaurante e fazer um lanche reforçado.
E assim fazem.Saem da rodoviária,atravessam a avenida principal e pedindo orientação a algumas pessoas chegam a um restaurante chamado pôr-do-sol localizado a uma quadra a esquerda dali.Ao adentrar no estabelecimento,são direcionados a uma mesa com cadeiras que ainda estava vazia e é fornecido um cardápio para que pudessem avaliar o que pedir.
Ficam cerca de quinze minutos neste exercício e acabam,por maioria dos votos,escolhendo macaxeira cozida com charque.Chamam o garçom,repassam o pedido e enquanto esperam a conversa se inicia.
—Muito ansioso com a sua primeira viagem de aventuras,seu Philliphe?(indaga o vidente)
—Muito mesmo.Sabe,em minha vida inteira nunca aconteceu coisa igual e depois que li o seu livro sonhava com este momento.(Philliphe)
—Eu entendo perfeitamente.Na minha primeira vez,também me senti assim.(constatou Renato)
—A primeira vez sempre é especial,a melhor de todas.Depois,fica-se viciado como eu.Não consigo viver parado,tanto nas esferas espiritual e corporal.(O vidente)
—Maravilha.Se pelo menos achar uma solução para o meu problema já me dou por satisfeito.Tenho que entender que já tenho certa idade.(observou Philliphe)
—E você se considera velho?Qual a sua idade?(O vidente)
—Em torno de quarenta mas sofri tanto na vida que pareço ter cinquenta.(Philliphe)
—Muito jovem.Com os avanços da medicina,está praticamente na metade da vida.(vidente)
—Além do que a idade é algo que está em nossas cabeças.Por exemplo,tenho quinze anos de idade real e uns trinta anos de idade mental.(explicou Renato)
—Brilhante,companheiro!Está vendo,Philliphe?Não se preocupe com isso.(vidente)
—Obrigado pela força dos dois.Aliviou um pouco a minha dor.(Philliphe)
“Philliphe se emociona por ter encontrado dois personagens tão legais e distintos” . "Tinha tido muita sorte mesmo”.Quantos milhões não sonhavam em estar frente a frente com o vidente super poderoso dos livros e que polemicamente se declarava “O filho de Deus”?E quantos outros não queriam estar junto de Renato,símbolo de superação,que fora fundamental em todas as aventuras da série?Além de ter tido conhecido a miraculosa guardiã?Ainda bem que arriscara,procurara seu destino no momento certo e que os dois compraram sua causa.
Lágrimas continuam a rolar do seu rosto,o vidente e Renato se preocupam,o confortando com um abraço.Juntos os três se tranqüilizam.Alguns instantes depois,finalmente o rango fica pronto e delicadamente é servido nos pratos de cada um.
Começa uma pausa para o lanche reforçado e todos educadamente começam a alimentar-se em silêncio.Neste ínterim,pessoas saem e entram no restaurante,uma música ao fundo começa a ser tocada o que toca ainda mais os corações sensíveis dos três incitando a comunicação novamente.
—Gosta de Música popular Brasileira (MPB),filho de Deus?(pergunta Philliphe)
—Gosto.Tenho um gosto eclético para música:gosto de música que tenha letra,qualidade e toque ao fundo do coração.Especificamente,amo música internacional com seus principais expoentes (apesar de não entender),sertanejo,pop,rock,funk,romântico,country,axé,etc.(O vidente)
—E você Renato?(Philliphe)
—Gosto de música sem vergonha.kkkkk.(em risos,Renato)
—Como assim,kkkk?(em ataque de risos,Philliphe)
—Letras com duplo sentido,palavrões e ousadas.Mexem muito com a minha imaginação!(Renato)
—Tem vergonha,Renato!Vai rezar que é melhor.(vidente)
—Não me provoque.Você pode ser o filho de Deus mas ainda não é santo.Não me force a falar.(diz Renato,irado)
—Chantagista,kkkk.Paz,Renato!(vidente)
—Vocês dois são umas figuras,hein?Realmente na música há gosto para tudo e todos os estilos tem que ser respeitados.Eu,particularmente,sou dos antigos e gosto mais do meu forrozinho pé de serra como todo bom sertanejo.Quando estava com minha falecida amada Angélica,curtimos vários momentos felizes junto ouvindo este tipo de música.Sabem,é muito mágico,inexplicável.(Philliphe)
—Eu entendo.Amo também a música e ela me desperta também muitos sentimentos distintos.Na verdade,escuto música a todo o momento pois me faz muito bem.(o vidente)
—Como esta que está tocando agora?(Philliphe)
—Sim,um grande amor impossível.(O vidente)
—Não é bom,companheiro.Já falamos sobre isso.Siga sua vida.(Renato)
—è inevitável,Renato.Há alguém que controle o ímpeto do coração?(o vidente)
—Não o recrimine,Renato.Você não tem idade para isso mas um dia vai compreender.Precisamos é apoiá—lo.Conte comigo sempre,amigo.(Philliphe)
O vidente é mais um que se emociona.Para de comer,chora até a música se extinguir.Os colegas o abraçam e ele finalmente se restabelece rapidamente.Terminam de comer,chamam o garçom novamente e desta feita pedem algo para beber:Cerveja para Philliphe,refrigerante para Renato e um suco de goiaba para o vidente.
Ficam a observar o movimento do estabelecimento.Cinco minutos depois,já são servidas as bebidas e então o silêncio se quebra mais uma vez.
—Bem,Philliphe,fale-nos um pouco mais de você.Como é geralmente sua rotina,o seu dia a dia?(O vidente)
—Atualmente minha vida se resume a trabalho que envolve o setor público,o meu sítio e minha casa.Estou assim desde que perdi o que era mais importante na minha vida,meus filhos e minha mulher.E a de vocês?(Philliphe)
—A minha vida é agitada.Trabalho também no setor público,seis horas por dia,e ao chegar em casa estudo para concursos e realizo o meu mister de escritor.Considero-me caseiro e quando saio a passeio,geralmente nos fins de semana,prefiro fazê-lo acompanhado.(o vidente)
—Minhas atividades giram em torno dos estudos e ajudar a minha mãe em casa.Gosto de sair com amigos nos fins de semana e paquerar.(Renato)
—Além das citadas atividades,quais outras aprecia?(o vidente)
—Gosto de ler e de música.É o meu relaxamento .E vocês?(Philliphe)
—Muita música,filmes,futebol,leitura só nos fins de semana quando não estou muito ocupado.Algumas coisas que eu queria mudar um dia era ter tempo para praticar exercícios e dança meus pontos fracos.(O vidente)
—No meu caso,dança é o meu forte pois já participei de vários concursos com minha paquera e ganhei.Estudar também é bom pois é meu futuro.(Renato)
—Sua paquera?Estou impressionado com a ousadia deste garoto nesta idade seu vidente.(Philliphe)
—Eu não me impressiono mais.Ele já fez coisas mais deslumbrantes e secretas.Eu sei de tudo!(o vidente)
—Como o quê?(desafia Renato)
—Deixa para lá.KKkk(risos).Philliphe,mudando de assunto e se fracassarmos?Quer dizer,se não encontrarmos aquilo que deseja nesta imprevisível viagem?(Questionou o vidente)
—Não acredito.Pelo pouco que conheço de vocês,são vencedores em tudo o que fazem.Estou tranqüilo e vamos ver no que vai resultar esta loucura.(Philliphe)
—Muito bem.Philliphe.Independente do resultado,saiba que estamos contigo para o que der e vier.(Renato)
—Isto.Amigos sempre.(Completou o vidente)
A dupla incrível da série o vidente levantou-se e abraçou o protegido.Formavam assim um trio perfeito pronto para lutar pelo conhecimento e revelação necessárias referentes á quarta saga.Mas o que buscavam realmente?Por acaso seria o conhecimento de Deus,das suas linhas escritas a todo o momento que influenciavam os dois tipos de destino?ou quem sabe apenas um autoconhecimento próprio que curasse as feridas abertas pela vida?Ou até mesmo o sagrado testamento,algo nunca antes revelado na história da humanidade?Ou ainda uma junção dos três?O que se sabia,no momento,que o pesar de Philliphe era muito grande e merecia uma reflexão conjunta e um posterior direcionamento.Uma nova vida,assim por dizer,ele buscava e merecia depois de tantas tragédias particulares.
Findo o abraço,terminam a bebida,chamam o garçom,ele traz a conta,levantam-se,vão ao caixa e pagam.Após,com largas passadas,saem do restaurante e voltam fazendo o mesmo caminho em direção á rodoviária.Em dez minutos,já estão na mesma,vão ao balcão,compram as passagens para Cabrobó e sentam nas poltronas do cimento a esperar.Seriam mais de trinta minutos de angústia até a chegada da condução.
Neste intervalo,conversam um pouco mais entre si e com outros presentes,escutam música,compram pipoca e admiram o trânsito que no momento encontra-se bastante movimentado.Revezam-se nestas atividades até a chegada do ônibus que aparece no tempo previsto.Levantam-se das poltronas de cimento e com passadas firmes e largas aproximam-se da condução diante dum sol escaldante o que provoca arrepios e suores.
Com mais alguns passos,conseguem subir no automóvel e como de costume pegam as cadeiras da frente.Relaxam,conversam entre si e instantes depois com todos dentro finalmente é dada a partida.Rumo ao destino dos três,em mais um episódio complicado e desafiador.
Começava aí uma longa viagem monótona,cansativa e angustiante mas inspiradora para todos.Da parte deles,estavam dispostos a fazer todos os esforços para alcançar o sucesso,resolver seus problemas pessoais,aprender mais um pouco.Porém,só isso não era suficiente para lograr o êxito.Ainda estavam envolvidos na aventura forças desconhecidas,o confronto luz-treva era muito presente,o Maktub escondia-se cada vez mais e envolvia os dois tipos de destino.Tudo era questão de tempo e eles teriam que esperar.De Arcoverde a Cabrobó seriam aproximadamente 250 km(Duzentos e cinqüenta quilômetros) que podiam ser percorridos contando as paradas em aproximadamente quatro a cinco horas.
A grande travessia se inicia......Os três esforçam-se para passar o tempo da maneira mais confortável possível.Enquanto o vidente aproveita para ler um bom livro,Philliphe dorme ao lado e Renato conversa animadamente com uma garota no outro banco.O nome dela è Michelle Lopes.Vejamos como nosso augusto personagem se sai no diálogo.
—Oi,meu nome é Renato e o seu?
—Michelle Lopes.De onde você?
—Resido na Serra do Ororubá,próximo ao distrito de Mimoso-Pesqueira-PE e você?
—Em Arcoverde mesmo.Qual sua idade?
—Quinze e você?
—Dezoito.Iniciando a faculdade de Pedagogia.E você?estuda também?
—Sim.Estou no primeiro ano do ensino médio.Estudo na cidade de Pesqueira no colégio cristo Rei.
—Ah,que bom.Muito bem!Vejo falar que é um bom colégio.
—É verdade.Mas é como diz o ditado,quem faz o colégio é o aluno.
—Concordo.E além de estudar,o que faz?
—Ajudo minha mãe em casa e profissionalmente sou auxiliar de escritor.Sou companheiro de aventuras do célebre o vidente.
—Ah!Que massa.Parabéns!como é mesmo isso?
—É assim.Vão surgindo as oportunidades,as aventuras e nos engajamos nas soluções dos problemas.Já estamos no quarto episódio.
—Maravilha!Fiquei curiosa.Poderia me contar um pouco desta experiência?
—Sim,claro.No primeiro episódio,o objetivo era reunir as “Forças opostas”.Eu e meu colega o vidente,usando da nossa arte fizemos uma viagem no tempo e caímos no início do século XX,num Mimoso dominado pelo coronelismo e por uma bruxa má.Durante trinta dias,tivemos a oportunidade de investigar as injustiças e ao juntar os fatos percebemos o desequilíbrio total das forças opostas e o sofrimento duma jovem moça chamada Christine dominada por um pai perverso e sanguinário.Depois de muitas tentativas,conseguimos um acordo com as trevas,uma batalha que decidiria o destino de todos.E assim se fez.Numa grande guerra comandada pelo vidente e pela força celestial conseguimos derrotar finalmente a força das trevas e restabelecer a paz.Tudo melhorou,podemos então ajudar Christine a ser verdadeiramente feliz.Concluído este trabalho,fizemos a viagem de volta ao nosso tempo e foi escrito o primeiro título da série com nome sugestivo:Forças opostas-O mistério da gruta.Um tempo depois,o vidente nos procurou na montanha cheio de indagações sobre sua noite escura da alma,período em que se afastou de Deus,afundou-se em pecados sendo dominado totalmente pelo seu mensageiro e pelo poder respectivo das trevas.Com toda delicadeza,minha mãe e o hindu o prepararam com relação aos pecados capitais.No entanto,nem todos os esforços foram capazes de acalmá-lo.Foi então sugerido que fizéssemos uma viagem a uma ilha onde se localizava o reino dos anjos onde talvez sanássemos nossos problemas e encontrássemos a revelação que se necessitava.No caminho,embarcamos num navio de piratas,vivemos incríveis aventuras com uma gente estigmatizada e de quebra ainda tivemos a oportunidade de aprender um pouco mais sobre a noite escura.Com sorte,depois de muitas avarias,conseguimos chegar a ilha prometida.Vivemos outras experiências até chegar a revelação prometida.As indagações do livro são:Seria possível que um criminoso se recupere no momento em que está afundado na noite escura?Ou a provável recuperação é apenas um paliativo para uma noite ainda mais escura?Após as revelações,concluímos nossos trabalhos e voltamos para a nossa casa com mais uma missão cumprida.O resultado foi o segundo livro da série intitulado “A noite escura da alma”.Já no terceiro livro,ajudei o vidente a reconstruir sua própria história e no desenvolvimento dos seus dons.No caminho,encontramos um mestre da luz incrível chamado Angel que nos direcionou a mais uma visão.O que ela revelou foi um nordeste de contrastes no início do século XX,focado na batalha de um grupo por justiça,igualdade e liberdade de expressão.Inspirado nesta história,finalmente pudemos fazer o elo entre o mundo daquela época e o atual,com suas diferenças e semelhanças,alcançando o milagre do “Encontro entre os dois mundos”,título também da história.E é isto.Agora estamos indo de encontro mais uma vez com o destino inexplicável.
—Que interessante.Parabéns aos dois.O sucesso com certeza virá.
—Obrigado.O que te traz nesta viagem?
—Tenho parentes em Cabrobó e pretendo ir visitá-los.Faço isso pelo menos uma vez por ano.
—Você mora com quem?
—Moro com meus pais e mais um irmão.E você?
—Com minha mãe adotiva.Minha mãe biológica morreu e meu pai perdeu minha guarda porque me batia muito.
—Ah,sinto muito.Imagino como deve ter sido difícil sua infância.
—Muito complicado mesmo.Mas sobrevivi.Agradeço a minha mãe e ao vidente por terem me apoiado tanto e acreditado em mim.
—Por falar nisso,ele está aqui?
—Sim.É este da poltrona da frente.
—Obrigada.Com licença.
Michelle Lopes se levantou,deu dois passos para frente e delicadamente bateu palmas diante do concentrado vidente engajado na leitura dum livro interessante.A contragosto,ele desviou sua atenção e a focou no rosto e silhueta marcantes de Michelle vestida com calça Jeans,blusa de algodão rosa e sandálias.Sorriu e gentilmente se comunicou.
—Sim.O que deseja moça?
—Meu nome é Michelle Lopes e conversando com um dos seus colegas tomei conhecimento de sua história.Poderia dar—me um abraço?
—Claro.Meu nome é Aldivan Teixeira Torres.Porém,também sou conhecido como vidente ou filho de Deus.Fique a vontade.
—Obrigada.
O vidente levantou-se,Michele se aproximou mais e com um passo adiante finalmente ocorreu o abraço.Aldivan emocionou-se com tanta amabilidade mostrada por uma desconhecida.Por isto ele não esperava e a cada instante que se passava o seu sonho de conquistar o mundo tornava-se mais palpável.
Findo o abraço,o vidente voltou a sentar e delicado que era retomou a conversa.
—Sente-se aqui,dona Michelle,conversemos um pouco pois ainda temos metade do percurso a percorrer.(Convidou o vidente)
—obrigada.Não irei incomodar?
—Que nada.De maneira nenhuma,á vontade.
Meio sem graça,Michelle assentiu e sentou-se.Como era magrinha,o espaço foi suficiente para a mesma.Na mesma hora,o vidente guardou o livro em sua mala a fim de prestar atenção a nova amiga.Por sorte,não acordaram Philliphe e então a conversa foi reiniciada.
—Renato me contou das peripécias de vocês.Conte-me,como é viver isso?
—Muito legal.Sabe,amo este mister.A cada nova missão concluída,sinto-me mais preparado para seguir em frente e vencer.
—Entendo.Sinto-me assim com a pedagogia,adoro crianças e é muito útil colaborar com seu desenvolvimento.
—Claro.Cada um faz parte para o engrandecimento e a evolução da sociedade.Você está de parabéns também.
—Obrigada.E o que é escrever para você?
—Algo natural como comer,estudar ou trabalhar.Uma das minhas faces.E para você,o que é lecionar?
—Uma paixão.Apesar dos grandes desafios que a educação nos impõe,é reconfortante.
—A literatura também é um desafio.Nasci num país sem muita tradição literária possuidor de um grande bolsão de pobreza e onde a média de livros lidos por ano é apenas um por pessoa.
—Caramba!E isto não te desestimula?
—De forma alguma.Quanto maior o desafio,maior é a minha vontade de vencer e direciono todos os esforços para isso.
—Muito louvável.Preciso aprender a ser também assim .O problema são os grandes obstáculos do caminho.
—Nem sempre fui assim.Isto é algo que se adquire somente com a experiência.Qual sua idade?
—Dezoito e você?
—Quase trinta e um.Está explicado.Terá tempo suficiente para aprender os caminhos do sucesso e da felicidade.
—Assim espero.O que vão procurar em Cabrobó?
—Vamos até o povoado chamado Travessia do deserto a fim de nos encontrar.Conhece?
—Nunca fui mas ouvi falar.Ótima escolha.Falam muito das suas propriedades mágicas e alguns o consideram sagrado.Boa sorte.
—Obrigado.
—Bem,vou voltar para meu canto.Muito prazer,Aldivan e sucesso em sua caminhada.
—Desejo o mesmo para você.
—Tchau.
Michelle levantou-se,cumprimentou o vidente com um beijo no rosto e se afastou. Volta para ao lado de Renato que já se encontrava chateado com sua ausência.A conversa volta a desenrolar-se entre os dois sobre vários assuntos enquanto o ônibus avança.Cabrobó se aproximava.
Aproximadamente meia hora depois,finalmente chegam.O ônibus para e todos descem com suas pesadas malas.Gentilmente, Michelle despede-se e só ficam os três mosqueteiros:Renato,o vidente e Philliphe.Juntos,vão ao ponto de lotação que ficava ao lado da rodoviária e contratam um dos carros.Colocam a bagagem na mala,cumprimentam o motorista,adentram no carro e finalmente a partida é dada.Rumo a travessia do deserto!
O curto trajeto de quinze quilômetros é percorrido com muita animação e energia por parte dos integrantes da viagem. Mais do que ansiosos estavam felizes com sua atitude desprendida diante da vida. E que novas emoções e conhecimentos viessem preencher suas almas sedentas.
O automóvel,uma van cor cinza, entra na rua principal do povoado e para exatamente em frente no centro, junto a uma praça. O trio desce,pega as malas,paga a passagem,despede-se do motorista e ali mesmo,no centro,localizam uma pousada.Com alguns passos,entram nela e mesmo sem ter reservado a estadia,conseguem alojamento junto á Dona do estabelecimento que se chamava Luíza para os três.Após acertar as bases,vão descansar da longa viagem.O que os aguardava nesta aventura instigante?Continuem acompanhando,leitores.
Duas horas depois, os viajantes acordam simultaneamente.Um por vez,levantam-se da cama,tomam banho,fazem um lanche na cozinha,escovam os dentes,reúnem-se e decidem iniciar a grande travessia que estava marcada nos seus respectivos destinos.A fim disso,arrumam as mochilas e saem da pousada . Juntando informações, contratam dois jovens experientes neste tipo de aventura.Chamam-se Rafael Potester e Uriel Ikiriri.
O grupo dirige-se ao grande deserto de Cabrobó com todos os aparatos necessários para passarem alguns dias naquele inóspito lugar.Seria possível?Mesmo parecendo loucura,os visitantes não pareciam se importar.Ao contrário,pareciam bastante animados.
No caminho até a entrada do deserto num total de oitocentos metros(800 m) aproveitam para se conhecer melhor e distrair um pouco da missão que era deveras complicada.Acompanhem alguns trechos.
—O que procuram exatamente no deserto?(Indagou Rafael)
—Viemos conhecer um pouco mais de nós mesmos e da força que nos comanda.(Resumiu o vidente)
—Queremos ainda auxiliar nosso amigo Philliphe em suas questões pessoais.(Complementou Renato)
—Entendi.(Rafael)
—E quais questões seriam?(Interessou-se Uriel)
—Quero curar meu desespero que se instalou desde que perdi minha família toda num acidente de carro.Quero entender o porquê de tudo isso e a melhor forma de agradar a Deus.(Explicou Philliphe)
—Complicado mesmo.É como diz o ditado,Deus escreve certo por linhas tortas e não cabe a nós julgar.Mas é interessante este questionamento,vão em frente.(Uriel)
—Podem contar conosco nesta grande aventura.Seremos seus anjos.(Prontificou-se Rafael)
—Ah,obrigado,vamos precisar mesmo.(Assentiu o vidente)
—Sinto-me mais tranqüilo.(Declarou Renato)
—Obrigado pelo interesse e estamos também a disposição.(Philliphe)
—De onde vocês são?(Rafael)
—Eu e Renato somos de Pesqueira e nosso amigo Philliphe de Arcoverde.E vocês?(o vidente)
—Somos daqui mesmo e do universo ao mesmo tempo.(Respondeu misteriosamente Rafael)
—Não entendi.(Constatou o vidente)
—Também não.(Reforçou Philliphe)
—Como assim?(Quis saber Renato, incrédulo)
—O que o meu colega quis dizer é que todos nós temos uma origem divina.Temos um nascimento corpóreo e outro espiritual.Não é isto,Rafael?(Interveio Uriel)
—Exato.(Rafael)
—Vocês são impressionantes.(O vidente)
—Diria filósofos.(Philliphe)
—Ou quem sabe Anjos.(Concluiu Renato)
—E você acredita nisto,garoto?(Uriel)
—sim.Por tudo que vivi,não duvido de nada.(Renato)
—Está certo.(Uriel)
—Como já disse,de certa forma seremos.E isto basta por enquanto.(Rafael)
—Está bem.(Conformou-se o curioso Renato)
—Continuemos então.Sigam-nos e cuidado com os animais peçonhentos.(Recomendou Uriel)
—Ok.(o Trio de visitantes)
O grupo se aproximou ainda mais da entrada do grande deserto.Com mais cem metros,ultrapassaram a cerca que dividia o terreno e começaram a caminhar sobre o interessante e místico lugar cheio de poeira,pedras e diante de um sol escaldante.O que os esperava?Os próximos capítulos prometiam.

O primeiro dia
Esquenta mais um pouco.Mesmo assim,o grupo segue firme em seu propósito naquela imensidão desértica.Ali,naquele momento,tudo estava em jogo e eles não podiam sequer pensar em falhar.Contudo,não estava ao alcance deles manipular os desígnios de Deus muito menos o destino que eram incontroláveis.
Completam quinhentos metros percorridos.Neste exato momento,uma brisa fria sopra amenizando o calor que sufocava a todos.Philliphe,o mais maduro,sugere uma pausa e os outros a concedem pois o limite de cada um deveria ser respeitado.Aproveitam o intervalo para retomar a conversa.
—Aonde exatamente querem nos levar,Uriel e Rafael?(Questiona Philliphe)
—De encontro ao vosso destino.(Rafael)
—Podem ser mais específicos?(O vidente)
—Eu explico.Neste deserto,há dez cidades espirituais cada qual com um grande especialista nas diversas áreas humanas.Com a ajuda deles,podemos desvendar “O testamento” que encerra a vontade do divino em relação ao comportamento das criaturas.Acreditamos que com isso vossas pretensões fiquem satisfeitas.(Uriel)
—Esplêndido.É exatamente isto o que procuramos!(maravilhou-se Renato)
—Ainda está longe da primeira cidade?(Philliphe)
—Calma.Praticamente nem começamos.(Uriel)
—Podemos continuar?(Rafael)
—Tudo bem por mim.(O vidente)
—Por mim também.Já descansei o bastante.(Philliphe)
—Vamos então!(Consentiu Renato)
A caminhada é então retomada.A cada passo dado,se sentiam mais confiantes e convictos do que queriam mesmo que o desafio fosse gigantesco.A sorte estava lançada junto a dois misteriosos jovens que aparentavam ser de outro mundo pelo modo como agiam.Em frente sempre!
O tempo passa um pouco.Chegamos ás catorze horas e o grupo para uma segunda vez com o intuito de almoçar.Rafael e Uriel tiram as marmitas da mochila e gentilmente distribuem entre os parceiros de viagem.Seria a única refeição do dia e só voltariam a comer na prometida cidade.
Durante o almoço,alegremente conversam,escutam música,se hidratam e colocam protetor solar pois ainda o sol achava-se forte.Naquele exato instante,permaneciam com fé,garra e esperança apesar de um pouco ansiosos e nervosos.Mas isto já era esperado pois estavam prestes a descobrir um grande mistério e até mesmo achar um sentido para suas vidas atribuladas,especificamente no caso de Philliphe.
Concluem a refeição em trinta minutos e já retomam a caminhada rumo a primeira cidade que ainda encontrava-se distante.Com sorte,poderiam chegar lá no final da noite.Portanto,cada minuto era importante e os guias faziam questão de destacar isto.
Continuam firmes no percurso e os sentimentos que predominam no momento são os mesmos apesar de a cada instante o destino se aproximar mais.Além destes,a saudade de casa começa a bater forte para o trio pois estavam acostumados a comodidades que ali no deserto não encontrariam.Principalmente o vidente que ainda tinha mãe e irmãos que o ajudavam em todas as tarefas.
Passam-se mais duas horas sem maiores novidades e sem encontrar alma viva.O cansaço pesa para todos pelo longo percurso já percorrido e pelo clima inóspito que sugava suas energias.Como que pedindo socorro,O vidente e Philliphe sugerem mais uma parada.Os outros aceitam e nos oito minutos que se seguem aproveitam para beber bastante líquido,comer alguma coisa e receberem orientações dos guias.Após,seguem em frente e prometem caminhar ininterruptamente por mais três horas.Que maratona!
No período que se segue já citado,diminuem o ritmo mas prosseguem com as passadas regulares.Quando a luminosidade baixa de vez,os guias usam lanternas poderosas que permitem a visibilidade.Quando completam as três horas,nova parada.Desta feita,seria de aproximadamente trinta minutos.
Além da hidratação básica, decidem sentar em círculos naquele solo empoeirado e duro.Lado o lado,a conversa surge inevitavelmente.
—Quanto tempo ainda para chegar na cidade?(Indagou o impaciente Philliphe)
—Calma.Aproximadamente duas horas e meia.(Rafael)
—Como ela se chama?(Renato)
—Familyng.(Uriel)
—Por que este nome?( o vidente)
—Porque se consideram uma grande família e seguem alguns preceitos básicos.Chegando lá,procuraremos Isael.
—Beleza.Entendi.(o vidente)
—Mais alguma informação?(Rafael)
—Não.Já basta.(Contentou-se Philliphe)
—Para mim está bom também.(Renato)
Continuaram o descanso em paz e em silêncio.Passados os trinta minutos,reuniram as energias restantes e retomaram a caminhada.Agora,o destino da equipe estava próximo de se revelar.
No percurso restante,tiveram alguns problemas:Renato fora picado por um escorpião e por sorte os guias tinham trazido o antídoto e o aplicaram de imediato.Ele melhorara.Além disto,Philliphe esgotara suas forças por conta de sua idade e tivera que ser ajudado.Ainda bem que estavam perto.No exato ponto,Rafael e Uriel pronunciaram palavras em outra língua e então o portal se abrira.Familyng mostrava-se com todo o seu esplendor e foi permitido aos visitantes adentrarem nela.
Após ultrapassarem o portal,começaram a percorrer as ruas estreitas com suas ladeiras da pequenina Familyng com seus sete mil habitantes.Os guias os levaram até uma pousada na praça principal a fim de descansar pois já passava das 22:00 horas.Ao chegarem no estabelecimento,acertaram as bases da noitada na sala de espera e com tudo certo se dirigiram aos quartos(dois).Os guias ficaram em um e os guiados em outro.
Imediatamente após chegar nos quartos em suas respectivas camas,os integrantes das equipes adormeceram.Tinha sido mesmo uma longa viagem para quem não estava acostumado com isso.Sonhariam com o próximo dia que prometia grandes novidades.Até o próximo capítulo,leitores!

Parte II— Familyng
2.1—Valores
Amanhece.Logo cedinho,o trio formado por Renato,Philliphe e o vidente acordam e após realizarem suas necessidades básicas como ir ao banheiro,tomar café,escovar os dentes e usar uma roupa limpa decidem acordar os guias que ainda não tinham levantado.
Com a permissão da dona,pegam a chave e com o auxílio dela abrem a porta,aproximam-se dos dormitórios e com delicadeza sacodem com força Rafael e Uriel.A estratégia surte efeito e mesmo com o susto eles não ficam chateados.Integram-se então ao grupo,vão tomar banho e comer o desjejum.Após isto,saem da pousada e após caminhar um pouco chegam á praça e se reúnem na mesma com o convidado Isael o qual tinha sido avisado por telefone.
Todos se cumprimentam ,abraçam-se e se acomodam nos assentos disponíveis nos bancos.Os guias tomam então a palavra:
—Bem,pessoal,começa aqui um desafio.Iremos descobrir juntos “O testamento”,palavras de Deus para anjos e homens.Ao final,conheceremos mais este Deus invisível e saberemos que caminho seguir.De acordo?(Rafael)
—Como será isto?(Indagou Philliphe)
—Pediremos inspiração ao divino e promoveremos um bate papo democrático entre nós.Neste momento,Deus há de se revelar.(Explicou Uriel)
—Quais assuntos serão abordados?(Interessou-se o vidente)
—Serão dez blocos envolvendo as diversas áreas humanas.Começaremos com o bloco família que tem como especialista Isael.(Rafael)
—Isto.Estou a disposição para ajudá-los.(Prontificou-se Isael)
—Por onde começamos?(Indagou Renato)
—O que sugere?(Uriel)
—Quero saber sobre os valores necessários e indispensáveis para uma boa base familiar.(Renato)
—Muito bem.De acordo,pessoal?(Uriel)
—Sim.(Os outros).
—Então comecemos.Com a palavra,Isael.(Uriel)
—A família é um todo e para este todo ser harmônico e feliz é necessário empenho de todos os seus integrantes.Especificamente os pais tem maiores obrigações por serem os formadores de seus filhos.(Isael)
—E o que é necessário além disso para manter a coesão?(Indagou Philliphe)
—Um trabalho diário motivado pelo amor e compreensão,fundando uma boa base de valores.(Explicou Isael)
—E que valores você recomendaria?(O vidente)
—Exemplos de humildade,lealdade,generosidade entre outros e vocês?(Isael)
—Cumplicidade,fé e garra.(Rafael)
—Temor a Deus,persistência e dedicação.(Uriel)
—Trabalho,amor á vida e respeito.(O vidente)
—Honestidade,simplicidade e entrega.(Renato)
—Paciência,amor e carinho.(Philliphe)
—Esplêndido.Deus está agindo entre nós.E o que fariam quando todos os esforços parecem não surtir efeito e os filhos se rebelam?(Isael)
—Eu daria uma boa surra para eles aprenderem.kkkkkk.(Renato)
—Credo,Renato,não esperava por isso.(Espantou-se o vidente)
—Brincadeirinha.Eu mudaria o foco e deixaria a vida ensiná-los.(Renato)
—Já eu tentaria outras formas para fazê-los enxergar o caminho da luz.(O vidente)
—E que tal mais diálogo?Eu o faria pois uma boa conversa sempre produz resultados.(Lembrou Rafael)
—Boa.Além disso,eu pediria ajuda aos céus para me auxiliarem nos momentos difíceis(Uriel)
—Muito bem.Usaria do meu exemplo para inspirá-los e declarava meu amor por eles.(Philliphe)
—Boa,Philliphe.É isto o que devemos fazer.Devemos amar os nossos filhos em todos os momentos estejam eles errados ou não.O amor faz milagres.(Isael)
—E quanto ao direcionamento religioso,o que sugere,Isael?(O vidente)
—Recomendo não forçar nada.Deixai os filhos crescerem e decidirem qual caminho seguir pois o livre arbítrio existe para isto.(Isael)
—Concordo.Reprovo a conduta dos pais que levam o filho para sua Igreja,o batizam,sem ao menos pensar nas conseqüências.(Rafael)
—É importante ter a mente aberta e entender que Deus está em todas as crenças e que a religiosidade não é um fator primordial para a salvação dum indivíduo.(Uriel)
—E o problema maior é quando os pais são de religiões diferentes,aí o bicho pega.(Lembrou Philliphe)
—Gera um problema grande e os filhos é que acabam sendo prejudicados.(Reforçou o vidente)
—Independente disto,a própria vida,o dia-dia acaba por influenciar o indivíduo construindo aos poucos o seu Maktub e os dois tipos de destino.Muda-se a religião,as crenças,rebela-se,o importante é manutenção de valores ,ou seja,não é o fato de ser de uma religião A ou B que terei caráter.(Renato)
—Brilhante,Renato.Caráter é essencial e só é possível construí-lo com os valores citados e como disse com um trabalho contínuo.(Isael)
—E o que você acha que é mais importante para manter a família unida?(Philliphe)
—Amor,compreensão,respeito.Ser companheiro nos momentos bons e ruins.(Isael)
—Eu fiz isto.Pena que perdi meus entes queridos tão cedo.(Philliphe)
Lágrimas insistentes escorrem dos olhos de Philliphe molhando o rosto todo.O fato emociona a todos que se aproximam para consolá-lo.Ali estava um exemplo de um homem batalhador atingido por uma fatalidade.
—O que quer que eu diga?Você sabe que não foi culpa de ninguém.Tinha que acontecer.(Isael)
—O importante é que você não desistiu da vida e que está aqui para aprender um pouco com esta dor.(Rafael)
—Juntos aprenderemos com Deus e ao final o objetivo é superar isto mesmo que não se esqueça.(Uriel)
—Força,amigo.(O vidente)
—Estamos aqui.(Renato)
—Obrigado a todos.Podemos fazer uma pausa?(Philliphe)
—Claro.O que acham?(Isael)
—Sim.( os outros)
O grupo parou um pouco e aproveitou o tempo para se hidratar,comer um lanche,dar em voltas em torno da praça e ouvir uma música.Os próximos subitens relacionados á família prometiam grandes descobertas e enriqueceriam “O testamento” que mostrava um pouco do Deus invisível presente em todos.Continuemos então.

2.2—Casamento
O grupo voltar ao ponto de partida na praça após um breve descanso.Com todos reunidos,o bate papo é retomado.

—Qual subtema de família sugerem para iniciar uma nova discussão?(Indaga Rafael)
—Que tal se falássemos sobre casamento?(Sugeriu o vidente)
—Acho uma boa.Concordam pessoal?(Rafael)
—Sim.(Os outros)
—Com a palavra,o vidente.(Rafael)
—Quais são os requisitos para alcançar a felicidade no casamento seu Isael?(O vidente)
—Primeiramente,escolher a pessoa certa.Após,cultivar o relacionamento com amor,respeito e compreensão.Acho que isto é o bastante.(Isael)
—E o que acha dos relacionamentos atuais em que a separação se tornou algo comum?(Philliphe)
—Avanços da modernidade.A cada dia,as exigências um com o outro se tornaram maiores e a tolerância diminuiu o que é uma grande pena.(Isael)
—É possível ser feliz mesmo sem ser casado?(Indaga Renato)
—Claro que sim,jovem.A felicidade está dentro de nós mesmos e não no outro.Ser só é apenas um detalhe.(Isael)
—Como saber se vou ser um bom pai?(O vidente)
—Fácil.Se és um bom filho,serás um bom pai.(Isael)
—Concordo.É questão de valores.(Philliphe)
—Cabe a cada um de nós dar o exemplo que no futuro colheremos os frutos dos nossos esforços com uma família próspera e abençoada por Javé.(Rafael)
—A união faz a força!Procure o seu semelhante,diz Javé.(Uriel)
—No meu caso,apesar do péssimo exemplo que recebi do meu pai sei que se um dia me casar não decepcionarei meus filhos.Tratarei a todos com justiça,amor e respeito,coisas que aprendi com a guardiã,minha mãe adotiva.(Renato)
—Parabéns para você,jovem.Isto é uma raridade.(Isael)
—E como é!Meu pai também me batia por qualquer motivo porque tinha aprendido isto com seus pais.No entanto,eu não vou seguir este exemplo pois se educa com diálogo e não com violência.(O vidente)
—Depende.Você já foi pai?Já teve hora de seus filhos ultrapassarem os limites e te desafiarem?(Indaga Philliphe)
—Não,nunca fui.Mas se resolve alguma coisa com agressão?(O vidente)
—Com agressão não.Mas ás vezes umas palmadas são um santo remédio.Por experiência própria.(Philliphe)
—Não é uma boa solução.Você vai provocar só medo em seus filhos.(Interveio Rafael)
—Além disso,crianças pequenas não entendem muito de valores.É preciso paciência.(Uriel)
—É o que eu digo.Nunca se deve bater numa criança por qualquer motivo.Por que não vão bater em alguém do seu tamanho?Maltratar crianças é fácil e coisa de gente frustrada.(O vidente)
—Entendi.Vocês tem razão mesmo.Cometi um erro com meus filhos pensando que estava fazendo o bem.(Confessou Philliphe)
—Tudo bem.Já passou.O importante agora é seguir em frente,reconstruir a vida e vejo que está disposto a isso.(Isael)
—Assim espero.(Philliphe)
—Tem filhos,seu Isael?(O vidente)
—Não,ainda não tive.(Isael)
—Se tivesse,quais requisitos mínimos necessários seu genro ou nora teria que ter?(O vidente)
—primeiro,o amor de meu filho(a).Além disso,que fosse trabalhador(a),honesto(a),simpático(a) e que não fosse das trevas.(Isael)
—Caramba!Quanta exigência!kkk.(risos)(O vidente)
—Mas é assim mesmo.A fim de alcançar uma relação sadia,este é o mínimo.Já pensou sua nora ou genro ter raiva de você e te prejudicar com trabalhos espirituais?Das pessoas más quero distância,ou seja,cada qual no seu lugar.(Isael)
—Está completamente certo.Não procurarás o mal e terás a sombra de Deus ao teu alcance,assim diz Javé.(Rafael)
—E mais:“O mal é ferida que sangra e não tem cura”.(Complementou Uriel)
—Mesmo assim,devemos lembrar o poder do livre arbítrio.Podemos aconselhar mas nunca interferir na decisão de nossos filhos maiores.(Isael)
—E que Maktub!Aprendi com o vidente.(lembrou Philliphe)
—Devemos também ser autores de nossa própria história,ajudando os dois tipos de destino.Nunca meros expectadores!(Lembrou Renato)
—Deus diz também:Pega o teu julgo e teu cajado e me segue.Isto é o que realmente importa para ser feliz sendo casado ou não.(Concluiu o vidente)
—Parada de cinco minutos para reflexão.Deus santo e Deus forte continue nos inspirando a escrever seu “Testamento”.Vamos ,pessoal?(Isael)
—Sim.(Os outros)
Neste intervalo de tempo,Rafael,Uriel e Isael reúnem-se e compartilham segredos.O que de mais interessante viria nos próximos subitens?Continue acompanhando,leitores.

2.3—Gastos
Termina a pausa e o grupo reúne-se novamente no mesmo local de sempre,nos bancos da praça.Desta feita,é Uriel Ikiriri quem toma a palavra inicialmente:
—Falaremos agora de gastos familiares.Quem se habilita para fazer a primeira pergunta para Isael?
—Eu.Falarei da minha experiência pessoal.Desde quando era bem humilde,encaro esta vida como muito fugaz sempre fazendo questão de gastar todo o meu salário até o final do mês.Claro que nunca desperdicei o meu poder financeiro com bobagens mas sempre procurei alternativas de usufruir do meu trabalho.Esta seria uma atitude correta?(Philliphe)
—Esta é uma visão seguida por algumas pessoas e não pode ser conceituada como correta ou não.Diria que está mais próxima da primeira.Porém,eu aconselharia que a família guardasse pelo menos dez por cento do seu rendimento como reserva porque nunca se sabe quando iremos precisar.A vida dá muitas voltas e é imprevisível.(Isael)
—Entendi.Obrigado.(Philliphe)
—Em quais atividades você sugeriria que se concentrasse as despesas de uma família?(O vidente)
—Depende da situação financeira de cada uma delas.Há algumas que apenas conseguem suprir suas necessidades básicas e outras que nem isso.Eu recomendaria para uma família de classe média foco na alimentação,saúde,educação,lazer,transporte,doações e reservas.Sendo que para estes dois últimos dez por cento para cada.(Isael)
—Está bem.(O vidente)
—Você acha a formação de um patrimônio pessoal importante?(Renato)
—De maneira alguma.Lembrai o que disse o mestre:”Não ajuntai tesouros na terra onde os ladrões roubam e a traça e a ferrugem corroem e sim no céu pois lá é sua morada eterna”.Uma família tendo um teto para morar,comida na mesa e uma vida com uma harmonia é o essencial e nada pode pagar isto.(Isael)
—Os tesouros no céu só são alcançados com uma grande dedicação ao próximo.Sempre que possível é bom ajudar quem necessita.(Complementou Rafael)
—Com dinheiro?(Renato)
—Não só isso.Com um conselho,com um apoio ,doar-se sem esperar volta.Enfim,ser mais humano é o que está faltando a maioria das pessoas.(Rafael)
—Confesso que fui egoísta.Quando estava com minha família,só pensava nela e pouco me importava com os outros.Fui castigado por isso?(Philliphe)
—Não diga isto.Deus sempre acredita que o ser humano pode melhorar e não impõe nada.”Deus não é carrasco ,é pai”.O que aconteceu foi uma fatalidade e este momento que você está vivendo deve ser usado para reflexão,para a evolução de sua alma.(Uriel)
—Como o que aconteceu comigo na minha noite escura.Foi um momento de aprendizado e quando eu estava preparado,Deus agiu e ressuscitou-me em todos os sentidos.(O vidente)
—Então me ensina,Filho de Deus!Traz de volta a minha luz,a minha paz e tranqüilidade.Quero acordar e dizer para mim mesmo:Eu sou feliz!Mesmo que nunca esqueça as minhas tragédias pessoais.(Suplicou Philliphe)
Philliphe não conteve novamente as lágrimas.A cada instante,estava descobrindo um mundo que nem sequer supunha antes da tragédia.Ainda assim,tinha pressa de superar suas feridas mais internas que ainda não estavam cicatrizadas.A sua comoção foi tal que emocionou todos os presentes.
O vidente aproximou-se,o abraçou com firmeza e os outros seguiram seu exemplo fazendo com que o abraço tornasse sêxtuplo.Quando ele se acalmou um pouco,os outros se afastaram ficando apenas o vidente ao seu lado.A conversa foi então reiniciada.
—O que eu puder fazer por você,pode ter certeza que o farei amigo Philliphe.Juntos,descobriremos a Deus e ele te consolará.Tenha fé!(O vidente)
—Muito obrigado.Você é a pessoa mais especial que conheci.(Philliphe)
—Obrigado você por compartilhar conosco sua dor.Quando fazemos isso,ela fica menos pesada.(O vidente)
—Podemos continuar,então?(Rafael)
—Sim.(Os outros)
—E o que você falaria para uma família que não consegue controlar seus gastos,como alcançar a estabilidade?(O vidente)
—Olha,é preciso ter um mínimo de senso para evitar desperdícios.Se você só ganha X só gaste até x,doa em quem doer.Porém,muitos não controlam sua impulsividade que já virou até doença.(Isael)
—Sofro um pouco disso.Eu confesso.Ás vezes programo a compra de duas calças e duas camisas e saio com cinco de cada.Parece que é mais forte do que você.(O vidente)
—Normal.Outros até são piores.Controlar isto é que é arte de poucos.(Isael)
—Eu também sofro do mesmo problema. Como controlar?existe uma forma?(Interessou-se Philliphe)
—Algumas.Não usar cartão de crédito,levar apenas um limite de dinheiro,ser exigente consigo mesmo,entre outras coisas.(Isael)
—Poh!Que tortura!Desisto!(Philliphe)
—Eu também apesar de não usar cartão de crédito.(O vidente)
—O Isael está exagerando.O importante é ter uma boa atitude mental,precavida.(Rafael)
—Se tiver dificuldade,procurar um psicólogo,psicanalista ou psiquiatra.São profissionais que podem ajudar.(Uriel)
—Planejamento!(Concluiu Isael)
—Pessoal,bateu uma fome.Vamos parar novamente?(Sugeriu Renato)
—Pode ser?(Indagou Rafael)
—Sim.(Os outros)
—Então vamos comer e depois voltamos.(Rafael)
A equipe levantou-se dos bancos e se dirigiu ao restaurante mais próximo,em frente da praça.Renato tivera uma ótima idéia pois todos estavam mesmo esfomeados.Ao chegar no estabelecimento,escolhem uma mesa com cadeiras desocupada e ao encontrar pegam o cardápio para avaliar.O que o destino revelaria nos próximos instantes?”O testamento” de Deus para homens e anjos estava se construindo pouco a pouco e prometia grandes surpresas.Em frente sempre!Rumo ao conhecimento.

2.4—Memória
Escolhida a refeição(cuscuz com charque),o grupo espera um pouco em total interação entre si.Instantes depois,são servidos e a conversa continua animada.
—O que estão achando do nosso bate papo?(Rafael)
—Muito instrutivo.Gosto de debates.(Opinou o vidente)
—Estou gostando também e cada vez mais ansioso pelo que virá.Espero continuar este caminho e confrontar minha idéias com este conhecimento de Deus se é que é possível.(Philliphe)
—Muito possível,meu caro Philliphe.Lembremos da mensagem do mestre:”Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome estarei com eles”.Tenhamos fé!(Uriel)
—Tomara!(Philliphe)
—Eu acredito!Jesus sempre se mostra através dos homens mais simples e mais humildes e posso afirmar pelo pouco que conheço que Isael,O vidente,Rafael e Uriel são exemplos disso.(Renato)
—Não se deprecie!Deus está em tudo!Você e Philliphe também são instrumentos dele neste momento tão peculiar.Uma aventura no deserto.(Rafael)
—Eu?(Indagaram concomitantemente e incrédulos Renato e Philliphe)
—Sim.Somos uma equipe,um todo,seis espíritos de Deus e o sétimo é invisível.Faremos história!(Rafael)
—Isto mesmo.Nunca Deus se comunicou tão abertamente com a humanidade como agora.Somos abençoados.(Complementou Uriel)
—Sabe-me dizer o que provocou isto,Uriel?(O vidente)
—Pode-se dizer que foi a coragem e a audácia de vocês aliada com as questões lançadas por Philliphe.Deus quer mostrar-se inteiramente para vocês e para o mundo com o objetivo de esclarecer as dúvidas pertinentes além de mostrar sua personalidade muitas vezes deturpada ao longo dos séculos pelos Mortais.Compreendê-lo é nossa missão de agora.(Uriel)
—Entendi.(O vidente)
—E quem são vocês?(Indagou Renato)
—Ainda não é o momento jovem.A caminhada é longa e isto não é importante agora.(Uriel)
—O Uriel está certo.Basta para vocês ter confiança em nós.(Rafael)
—Além da confiança precisamos da fé de vocês em nossa credibilidade.(Isael)
—Está bem.Fazer o quê!(Suspirou Renato)
—Profundo.Muito profundo.Parece que o destino está aprontando mais uma das suas.Começou instigando-me a ler um livro com título “A noite escura da alma” e através dele cheguei aos seus personagens principais.Do encontro,surgiu a idéia do nada de procurar Deus no deserto e ao chegar no povoado encontramos vocês dois que se tornaram nossos guias.Começamos a grande travessia desse deserto imenso e no caminho temos dez cidades para conhecer.Estamos na primeira e a cada minuto me surpreendo.Preciso de respostas urgentes!(Philliphe)
—Calma,humano!Tudo será revelado.Tenha paciência.(Rafael)
—Desculpe—nos Rafael.Prometemos ser menos ansiosos.Não é Philliphe e Renato?(O vidente)
—Sim.(os dois,a contragosto)
—Concentremo-nos na comida então.(Sugeriu Uriel)
—E que comida!(Observou Isael)
—Aprovado.(O vidente)
Todos continuaram a comer a refeição que estava muito bem preparada por sinal.Até o término dela,o silêncio predominou aumentando mais as expectativas dos presentes.Porém,eles estavam até certo ponto controlados.
Ao fim da refeição,pediram algo para beber,esperaram mais cinco minutos,a bebida chega e é sorvida rapidamente.Depois,vão ao banheiro,fazem suas necessidades fisiológicas,lavam as mãos,dirigem-se ao caixa ,pagam a conta e saem novamente em grupo de volta ao mesmo ponto de partida.
O curto trajeto é percorrido em oito minutos e eles assentam-se nos mesmos lugares de antes.A conversa se reinicia dando continuidade a elaboração do “Testamento”,Um código que anjos e homens se esforçaram por bilhões de anos em conhecer e não tinham tido a oportunidade.
—Vamos recomeçar.De acordo?(Rafael)
—Sim(Todos).
—O que sugere como subitem de família,Philliphe?(Uriel)
—Deixa ver.Que tal se falássemos dos que se foram?(Philliphe)
—Pode ser.Interessante.O que acha Rafael?(Uriel)
—Perfeito e vocês,vidente e Renato o que acham?(Rafael)
—Parece ser promissor.Aprovado.(O vidente)
—Também tenho interesse.(Renato)
—Por unanimidade o tema será a memória dos falecidos.Com a palavra,Isael.(Rafael)
—A vida é bela e cruel ao mesmo tempo conosco.Bela porque coloca Anjos em nosso caminho que fazem nossa vida ter sentido e cruel porque nos separa de uma forma ou de outra destas mesmas pessoas.É complexo isto.(Isael)
—Eu sei bem disto.Formei uma família que para mim era tudo e no nosso melhor momento a perdi.Como é frustrante saber que você nunca mais terá a oportunidade de tocar,conversas ou até mesmo compartilhar momentos bons e ruins da vida com aqueles que ama.(Philliphe)
—Também passei por isto e muito cedo.Perdi minha mãe quando era uma criança e fiquei só com meu pai.Depois da sua morte,como uma forma de revolta meu pai aproveitou para me maltratar o que me obrigou a fugir de casa.Encontrei então a guardiã que conseguiu minha adoção e está sendo uma segunda mãe para mim.Contudo,sinto muito a falta da minha mãe biológica.”Parece que é coisa de sangue”.(Renato)
—Também tive perdas significativas.os mais próximos foram meus avós,um pai e uma sobrinha.Em cada momento desses,foi difícil aceitar a separação.”São feridas que nem o tempo cura”.(O vidente)
—O que aprenderam com suas perdas?(Rafael)
—Como minha história em recente estou a caminho ainda.Um dos motivos para eu estar aqui.(Philliphe)
—Minha mãe me deixou cedo.Tenho poucas lembranças disto.(Renato)
—Tenho pouca lembranças dos meus avós.Perdi meu pai com quinze anos e apesar do seu distanciamento habitual foi muito duro.Recentemente,perdi minha sobrinha.As perdas até aqui me ensinaram a importância da vida,de cada instante,e a ser forte.É vida que segue!(O vidente)
—Muito bem.Estamos com vocês!(Animou Rafael)
—O importante é não desistir da vida.(Uriel)
—E lembrar também que sempre há uma esperança.Poderemos reencontrar aqueles que amamos em outro plano ou aqui mesmo na nova terra prometida.(Isael)
—Como será isso?(Interessou-se o vidente)
—Está escrito:“No final dos tempos,após o julgamento,haverá um novo céu e uma nova terra.Não haverá mais choro,sofrimento,mortes ou guerra.As pessoas serão boas e ajudarão umas ás outras num ciclo perpétuo de felicidade”.(Isael)
—Foi o que prometeu o alfa e o ômega.(Garantiu Rafael)
—Crêem nisto?(Uriel)
—Eu creio.(O vidente)
—Eu também.(Renato)
—Eu creio!(Philliphe)
—Quando será isto?(Renato)
—Esta data é um mistério e dela tem conhecimento apenas Deus e seus filhos.(Rafael)
—Não se preocupe Renato.Ainda vai demorar muito tempo.(O vidente)
—Como sabe?(Renato)
—Eu intuí.Este mundo tem muito que avançar até chegar o ponto final.(Argumentou o vidente)
—Concordo.Estamos no começo das dores do parto.(Rafael)
—Provavelmente alguns de vocês ainda vão reencarnar outras vezes aqui fazendo o planeta evoluir.(Uriel)
—Até que se complete o ciclo.(Isael)
—Que assim seja!Quero ser é feliz no tempo que me resta.(Renato)
—Eu também.Reconstruir minha vida e minha auto estima é tudo o que preciso.Obrigado a todos.(Philliphe)
—De nada.Comigo,um por todos e todos por um!(O vidente)
—Um por todos e todos por um!(os outros)
O silêncio se iniciou.Deram mais uma pausa de cinco minutos e momentos depois já estavam prontos para recomeçar o bate papo.Que novas revelações surgiriam para compor “o testamento”?O código ia se expandido e demonstrado a cada momento uma face de Deus que a maioria desconhecia.Continuem acompanhando.

2.5—Comportamento
Pacientemente,Rafael retomou a conversa:
—Quem desta vez sugere o assunto?(Rafael)
—Eu.Vamos trabalhar com o comportamento familiar.De acordo,pessoal?(Uriel)
—Sim(Os outros).
—Com a palavra então o mestre Isael.(Uriel)
—Bem,Comportamento numa pessoa é tudo seja em família ou sociedade.É preciso saber lidar com as situações da melhor maneira possível.(Isael)
—Como o quê,por exemplo?(Indaga Philliphe)
—São inúmeras.Por exemplo,a sutileza de um homem ao abrir a porta de um carro para uma mulher ou puxar uma cadeira para a mesma num restaurante,conversar menos e ouvir mais,ser simpático e cordial com as pessoas.(Explicou Isael)
—Entendi.Faço algumas dessas coisas.Deixo a desejar em outras.Afinal,ninguém é perfeito,não é mesmo?(Philliphe)
—Claro que não,amigo.Ninguém é.No meu caso,levo a minha boa educação para qualquer lugar que eu for.Uma das minha marcas é saber tratar bem as pessoas.(O vidente)
—Vocês estão de parabéns,meus amigos.O que se vê no mundo de hoje em sua maioria são pessoas arrogantes,orgulhosas,donas da verdade que por qualquer coisa xingam,agridem ou até matam.Estamos vivendo o mundo da competição e do salve-se quem puder!(Lembrou Rafael)
—Pura verdade!Devemos lembrar que Deus procura os mansos e humildes de coração.(Uriel)
—Que bom saber disso!Estamos no caminho certo.(O vidente)
—E você,Renato como é seu comportamento?(Quis saber Philliphe)
—Normal.Ás vezes sou gentil e outras explodo.Em casa,sou bem comportado exceto quanto á minha privacidade.(Renato)
—Como assim?(Philliphe)
—Quando estou á vontade vez ou outra solto pum!(Renato)
—Argh!(Exclamou Philliphe)
—kkkkk.(Em risos,Rafael e Uriel)
—Tem vergonha,Renato!(Brigou o vidente)
—Por quê?O filho de Deus não solta pum por acaso?(Renato)
—Sou normal.No entanto,mantenho a minha educação a todo instante.(o vidente)
—Exemplo!Nem eu!(Philliphe)
—O pior é quando se solta na hora da comida.Uma vez, minha mãe me deu uma palmada daquelas e a partir daí nunca mais fiz nesta hora.(Renato)
—É uma das piores que se faz nesta hora! Outros que incomodam também são o arroto e o bocejo.(Opinou Philliphe)
—Ainda bem que se remediou!Isto é coisa de gente de terceira linha.O que acham,Rafael e Uriel?(O vidente)
—São coisas que acontecem mas é bom não repeti-las se possível.(Rafael)
—Assim diz Javé:Não se preocupem com a digestão ou os resultados dela.Procurem sim seguir os exemplos notáveis de cooperação,caridade e otimismo deixado por muitos para que frutifiquem.(Uriel)
—legal.Então vou continuar soltando meus puns pelo menos em casa.KKKk.(Renato)
—kkkkk.(Risos de Rafael,Uriel,Philliphe,vidente)
—Mas o que for da boa educação é melhor mantermos sempre.(Arremeteu o vidente)
—Que tal pararmos um pouco e darmos uma volta por aí?(Sugeriu Renato)
—Pode ser.O que acham?(O vidente)
—Contanto que não se demore.Ainda faltam alguns tópicos para hoje.(Lembrou Rafael)
—Temos quinze minutos exatos.(Uriel)
—Então,vamos!(Philliphe)
O grupo sai,arrodeia a praça e um deles aponta uma barraquinha que vendia salgados,frutas e guloseimas em geral.Dirigem-se para lá ,cada um pede um pão recheado e gentilmente Philliphe se oferece para pagar.Demoram cinco minutos saboreando esta delícia que não era muito bem recomendada para se consumir.
Após comerem,passam ainda por algumas lojas de eletrônicos,roupas e pizzarias só para conferir alguns preços.Ao final,retornam para o mesmo local de antes.Cada um senta no seu lugar e com um aspecto mais arejado estão prestes a retomar a elaboração do “Testamento”.

2.6—Valores da atenção
—Continuemos então na nossa proposta.Alguma sugestão?(Rafael)
—Eu.Que tal falarmos sobre o valor da atenção?(O vidente)
—Gostei.Pode ser mais específico?(Rafael)
—Tenho uma história para contar.Querem ouvir?(O vidente)
—Eu quero e vocês?(Rafael)
Os outros acenaram positivamente com a cabeça e por alguns instantes o vidente pensou na melhor forma de contar uma história marcante.Tinha que sintetizar o suficiente para todos entenderem o conteúdo da mesma.Tomando a coragem necessária,ele pronunciou-se:
—Era uma vez uma família de classe media alta residente em Franca,interior de São Paulo.A família de sobrenome Foster Pereira era composta pelo pai divorciado Roberto e os filhos Severino e Charles.Roberto,o chefe da família,era um empresário bem sucedido muito dedicado ao trabalho.Seu único objetivo era angariar riquezas a fim de proporcionar o que era de melhor para seus filhos.Até aí tudo bem.O problema que o seu foco o distanciava um pouco daqueles que amava.Num certo dia,aconteceu uma fatalidade e seus filhos morreram afogados numa piscina localizada numa chácara de amigos.E agora?Para quem deixarei minha riqueza?Pensou Roberto.Foi neste momento que ele aprendeu que muito mais importante do que o dinheiro estava o carinho com os filhos que ele se privara.Não tivera a oportunidade de dizer aos filhos:Eu te amo ! E isto estava o destruindo.Por isto,meus irmãos,Se Deus te dá a oportunidade diga a seus familiares e amigos próximos o quanto eles são importantes em sua vida agora.Não deixa para depois pois não temos o domínio do que vai acontecer daqui a cinco minutos e já pode ser tarde.(O vidente)
—Muito profundo,Filho de Deus!Também vivi algo parecido na minha família.O acidente também me mostrou o lado mais revoltante de ficar sozinho e de que só dinheiro não é o bastante para ser feliz.(Philliphe)
—Isto é bastante comum.No meu caso,além de não me dar atenção meu pai me batia e me escravizava o que era bem pior do que o exemplo apresentado.(Desabafou Renato)
—Que pena,Renato!Ainda bem que você superou.Parabéns pela coragem da mudança.(Isael)
—Obrigado.Ainda tenho feridas não cicatrizadas mas vivo feliz com minha mãe adotiva.Também sou feliz por fazer parte junto com o vidente desta maravilhosa série.(Renato)
—Você é insubstituível,Renato.Com sua inteligência e astúcia nos tirou de sérios apuros.Voltando ao assunto,o que acharam da história,Rafael e Uriel?
—Um exemplo dentre muitos casos neste país.Não é só o dinheiro e a sede de poder que separam uma família.Também existem a incompreensão,a intolerância e principalmente a falta de respeito.Família não se escolhe e é preciso o mínimo de esforço para se viver em paz e em harmonia.(Rafael)
—Assim diz Javé:Pais,comprometam-se em formar uma boa base familiar para seus filhos e sejam exemplo de dedicação para eles em todos os sentidos.Dinheiro é importante sim mas não é o suficiente para alcançar a felicidade.“Do que adianta sua casa estar arrumada se dentro dela existem pessoas infelizes?É preferível morar numa choupana e ter a paz consigo mesmo”.(Uriel)
—É possível alcançar a plena felicidade,Uriel?(O vidente)
—Muito difícil nos dias de hoje mas plenamente possível.Basta o homem trabalhar por seus objetivos,ser fiel aos seus valores e ás leis de Deus e mesmo diante do fracasso não desistir.As outras coisas lhes serão acrescentadas conforme suas obras,palavra de Javé.(Uriel)
—Aleluia!A tragédia me destruiu completamente mas sinto que fui feliz enquanto pude junto á minha família.(Philliphe)
—Que bom,amigo Philliphe.Agora vamos trabalhar para dar novo sentido ás nossas vidas.(O vidente)
—Eu creio em milagres apesar de tudo!(Exclamou Philliphe)
—Estar aqui já é um milagre!Desfrutar da sua companhia e as de Rafael,Uriel,Isael,o vidente me emociona.(Renato)
—Obrigado!(Philliphe)
—Estamos indo bem.”O testamento “ está fluindo .Quando estiver concluído,Anjos e homens poderão conhecer o Deus invisível e seus valores reais.Chega de deturpações!(Rafael)
—Somos seis espíritos que estão presentes e um sétimo onipresente,coordenando tudo.Vamos rezar para continuar com sua graça.(Uriel)
Cada integrante da equipe levantou-se do local em que estavam assentados e se reuniram em círculo.Uriel e Rafael levantaram as mãos e oraram numa língua totalmente estranha para os demais.Ao término da oração,a terra tremeu e um fogo do céu penetrou em todos os presentes.Foi aí que tiveram uma visão misteriosa e edificante que aqui não cabe revelar.
Dez minutos depois,o fogo se integrou totalmente aos presentes e os encheram do espírito santo.Com um sinal,Rafael ordenou que todos voltassem aos seus lugares.E agora?Quais seriam os próximos aprendizados?A cada momento coisas surpreendentes estavam acontecendo e os instigavam a continuar testando seus limites,descobrindo o valor real da existência de cada um deles.Em frente!Rumo ao próximo capítulo movidos por Javé.

2.7—Desentendimentos
—Podemos continuar amigos?(Indagou Rafael)
—claro que sim.O que acham pessoal?(O vidente)
—Sim.(Os outros).
—Então iniciaremos o item sete.O que sugere Renato?(Rafael)
—Estava pensando em falarmos sobre a questão dos desentendimentos e suas possíveis soluções.(Renato)
—gostei.O que acha,Irmão?(Rafael)
—Muito bom para refletir.(Uriel)
—Este Renato é um gênio.(Philliphe)
—Por isto o escolhi para ser meu companheiro de aventuras.(O vidente)
—Obrigado,pessoal.Menos.Deixemos o Isael se pronunciar.(Renato)
—Bem,pessoal,uma família ou uma sociedade é um conjunto complexo de pessoas cada uma com personalidade e opiniões próprias.Diante disto,é normal ocorrerem desentendimentos uma vez ou outra.O problema é quando isto passa a ocorrer com freqüência ou ultrapassa os limites.Neste momento,é necessário parar para repensar as atitudes e buscar meios para retomar a harmonia.(Isael)
—Quais seriam estes meios?(Interessou-se Philliphe)
—Bem,cada caso é um caso.Em geral,buscar o ponto de atrito,dialogar e negociar de modo que as partes dissidentes fiquem satisfeitas.Tudo com muito respeito.(Isael)
—Entendi.Lembrei-me agora de algumas discussões que tive com minha falecida esposa.Se tivesse estas informações não a teria magoado.(Philliphe)
Philliphe se abaixa,pega um lenço no bolso e enxuga algumas teimosas lágrimas que desciam dos seus olhos e molhavam seu rosto suado.A cada palavra pronunciada,lembrava de sua família o que ocasionava emoções incontroláveis.Porém,era uma emoção boa e sentia que não estava muito distante do dia em que superaria boa parte dos estigmas provocados pela tragédia.Devia tudo isto aquela equipe maravilhosa que se empenhava em ajudá-lo.
Três minutos depois,guarda o lenço e se propõe a continuar a participar e escutar os outros.
—Não se culpe,Philliphe.O que passou,passou.O importante é viver o presente e se preparar para o futuro se assim Deus permitir.(O vidente)
—Sábias palavras, filho de Deus.Aí está a chave para seu renascimento,Philliphe.(Isael)
—O problema é ter forças para se chegar até este nível.(Philliphe)
—Assim diz Javé:“Se escutares a minha voz nas diversas manifestações em sua vida,inclusive esta,prometo que não haverá mais choro ou sofrimento nela.Somente felicidade e sucesso.”(Rafael)
—“Quando digo que não haverá mais choro ou sofrimento é que você estará plenamente preparado para enfrentar os fracassos,as tragédias e decepções que porventura acontecerem.Não terão mais influência na sua vida e você caminhará a passos largos concretizando vitórias importantes”,palavra de Javé.(Uriel)
—Que assim seja!(Philliphe)
—Lembrando que para isto ser possível será necessário muito empenho e dedicação da nossa parte.Estamos na primeira das dez cidades que iremos passar,ou seja,estamos na ponta do Iceberg.(Esclareceu o vidente)
—Não tenho medo não.Desde que resolvi procurar Renato e você,tinha consciência que não seria fácil.Prometo que não faltará disposição da minha parte.(Philliphe)
—Que bom!(O vidente)
—Fico também feliz.Desde que você me procurou na montanha percebi um brilho diferente nos seus olhos.Um brilho característico dos guerreiros.Saiba que pode contar comigo para o que precisar.Amigos sempre!(Renato)
—Obrigado,Renato.A recíproca também é verdadeira.(Philliphe)
—Muito bem.Não se esqueçam também de nós.Precisando,é só mentalizar ou chamar nossos nomes que os socorreremos.Estamos a disposição.(Rafael)
—Somos como se fossem seus anjos da guarda.(Complementou Uriel)
—Considerem-me também um amigo.(Isael)
—Obrigado aos Três.Obrigado também Renato e Philliphe por embarcarem junto comigo em mais uma aventura.(O vidente)
—De nada.Amo nossas aventuras,rsrs.(Renato)
—Eu que agradeço.(Philliphe)
—Bom,pessoal,subitem esgotado.Agora o próximo que vai escolher serei eu.Que tal?(Rafael)
—Sem nenhuma objeção.(O vidente)
—eu também não.(Philliphe)
—Eu,muito menos.(Renato)
—Eu não aceito!kkkkk.Brincadeirinha,á vontade,irmão.(Uriel)
—Pode falar,Rafael.(Isael)
—Vejamos.......(Rafael)
Rafael franziu a testa e deixou um clima de suspense no ar.O que ele estava planejando para a continuação do Testamento?Seja o que fosse certamente seria instrutivo vindo dum ser de tanta iluminação e experiência o qual demonstrara.Rumo ao próximo capítulo!

2.8—Condutas gerais
—É o seguinte:proponho um desafio.Cada qual aqui vai fazer uma lista de cinco mandamentos distintos essenciais para uma comunhão com Deus.Não vale repetir nem copiar do outro.De acordo,pessoal?(Rafael)
—Interessante.(O vidente)
—Instigante.(Philliphe)
—Emocionante.(Isael)
—Vamos tentar.(Renato)
—Comece irmão.(Isael)
—Os meus cinco mandamentos são:Amor e temor à Deus,Misericórdia,justiça,guerra e sinceridade.(Rafael)
—Òtimo,irmão.Poderia ser mais específico?(Uriel)
—Há um só Deus múltiplo,onipotente,onipresente,onisciente e devemos amá-lo e respeitá-lo sobre todas as coisas;Por maior que seja a distância provocada pelo pecado entre Deus e a criatura,enquanto há vida há sempre uma esperança pois todos os pecados já foram pagos por Jesus Cristo.A misericórdia de Javé é infinita;Colhemos o que plantamos,esta é a máxima.Somente com muita apelação e fé é que a misericórdia pode superar a justiça;É preferível a paz á guerra.No entanto,estamos preparados para lutar pelos dois filhos de Deus contra as forças das trevas;Sejais sincero consigo mesmo e com o altíssimo em todos os sentidos.Da sinceridade brota a confiança e a harmonia.(Rafael)
—Massa!(O vidente)
—Perfeito(Philliphe)
—Senti as vibrações daqui!Deus está conosco!(Isael)
—Qual é o próximo?(Indagou Renato)
—Eu!Escutem humanos o que diz Javé:Amai o próximo incondicionalmente e com um amor igual ou maior que a ti; Não mates;Não roubes;Não sejais Orgulhoso;Evitais a inveja.(Uriel)
—Eu já faço isso!(Renato)
—Ainda não sigo todos estes itens.(Confessou Philliphe)
—Eu sou esforçado em todos estes pontos.Deixo para Deus julgar minha conduta.(Informou o vidente)
—Estou com Philliphe e o vidente.(Isael)
—Cuidado!Não se menosprezem ou se supervalorizem demais.Sigam o que o filho de Deus disse.(Rafael)
—O amor se mostra nas pequenas e nas grandes coisas,numa palavra de conforto aos aflitos,na proteção ao próximo nos momentos difíceis,na renúncia,na entrega,na cumplicidade do dia a dia;Quando eu digo que não matarás,isto engloba não só a agressão propriamente mas todo ato de menosprezo,ódio,raiva,ou humilhação do outro.Lembrai,vaso de barro,vós não sois dono da própria vida quanto mais a do próximo.Muito cuidado pois pedirei contas num dia imprevisto(O dia do ladrão) e se não tiveres preparado pode preparar-se para choro e trevas assim como disse há dois mil anos atrás.Já com relação ao roubo,não suporto malandros ou preguiçosos que andam como lobos á procura das ovelhas trabalhadoras,vocês estão ajuntando dívidas em vez de tesouros.Com quem irão me pagar?ou o que tem o homem para me dar em troca?Como disse meu filho,se teu membro o leva a pecar,jogue-o fora antes que todo seu corpo seja condenado.Com relação ao orgulho,é isto que está levando muitos a perdição.Vós sois pó e muitos se acham importantes por ter dinheiro,posição ou status.Pois eu digo:De nada isto vale para mim pois meço os corações e estou á procura dos verdadeiramente puros,contritos,sinceros e honestos.Alguns poderiam me perguntar:Como alcançar isto?Aprendei com meus filhos,mansos e humildes de coração em todas as situações apesar de toda sua grandeza.Neles reside o meu amor e minha graça.Enfim,trabalhem e dediquem-se aos seus objetivos e não cultivem a inveja.Cada qual tem o que merece no tempo devido e não adianta ficar se comparando a ninguém pois cada um tem sua história.Eu sou pai de todos e estou disposto a cooperar desde que façam vossa parte,Palavra de Javé.(Uriel)
—Glória a Deus!(Renato)
—Palavras que dirigem e acalmam meu coração.(Philliphe)
—Aleluia!(Isael)
—Quem será o próximo a listar as cinco condutas?(Rafael)
—Pode ser eu?(Indagou o vidente)
—Á vontade,filho de Deus.(Rafael)
—Meus mandamentos são:Respeito para com Deus e as pessoas,não cultivar preconceito de nenhuma espécie,praticar a caridade,proliferar o amor e a amizade,cultivar e manter a integridade.(o vidente)
—Detalhe para cada um de nós.(Solicitou Uriel)
—Aprendi com a experiência da vida que o respeito é o principal em tudo seja entre familiares,colegas de trabalho,amigos,conhecidos porque impõe limites e um certo distanciamento necessário para manter nossa privacidade.Em relação ao preconceito,não o admito em caso nenhum pois o valor do ser humano não está na sua raça,etnia,cor,opção sexual,sexo,time de futebol ou classe social e sim em suas atitudes,obras e palavras que traduzem o íntimo dos seu ser.Em seu coração está o seu verdadeiro tesouro.Já sobre a questão da caridade,sempre que possível é bom ajudar os necessitados tanto da questão material quanto da espiritual.Este ato enobrece a alma.No tocante a conduta das relações,sou mente aberta e procuro cultivar o amor e a amizade junto á todas as criaturas.Sabe,não importa se você é do meu sexo ou não,o que importa é a afinidade,o carinho,o respeito,a individualidade de cada um.O mundo só é maravilhoso por conta da diversidade.Por último,cultivar alguns valores básicos no dia a dia é essencial para manter a integridade,a honra e a dignidade.Sou feliz com que aprendi junto a meus pais,mestres de vida,amigos,parentes,conhecidos,estranhos e principalmente com Deus.Tornaram-me um ser ético,realizado e comprometido com meu dom com o objetivo de ajudar toda a humanidade.(Declarou o vidente)
O vidente para um pouco.Passa a mão no rosto com o objetivo de esconder alguma coisa,talvez alguma lágrima esquecida por ali.Em seus trinta e um anos de vida,vivera intensas experiências e emoções:Fracassara,decepcionara-se,passara uma noite escura da alma longe de Deus e dos bons costumes,mas reergueu-se.Agora estava trabalhando para o sucesso do seu projeto”O vidente”,largando por ele outros sonhos(Pois a vida é feita de escolhas),e tinha a consciência que Deus estava junto dele todo este tempo,nos bons e maus momentos.Sentia-se pronto para o sucesso e junto com seus colegas queria mostrar um pouco do ser maravilhoso que o acompanhava para o mundo.Dar seu depoimento mexera bastante com ele.
Sentindo este momento,seus colegas aproximam-se, o abraçam e o confortam de todas as formas possíveis.Alguns instantes depois,o vidente se acalma um pouco mais,os colegas voltam a seus lugares e então o bate papo é reiniciado.
—Obrigado a todos.Desculpem minha fraqueza.(O vidente)
—Não se preocupe.Eu também já tive inúmeras quedas de humor.(Observou Philliphe)
—Somos uma equipe.Pode contar com seu velho Renato sempre.(Renato)
—Que de velho não tem nada,não é seu Aldivan?(Brincou Isael)
—Velho na sabedoria e jovem na idade.(Respondeu o vidente)
—Obrigado parceiro.(Renato)
—Bem,como tudo voltou ao normal,qual o próximo a falar?(Rafael)
—Eu!(Declarou Philliphe)
—À vontade,Philliphe.(Uriel)
Philliphe levantou-se do assento e colocou-se aproximadamente no meio,com visibilidade entre todos.Ficou estático por um momento como a pensar nas melhores palavras para descrever seu estilo de vida.Que sugestões teria para que a humanidade seguisse?Seriam mais cinco itens proferidos por um homem sofrido,marcado e revoltado por causa de uma tragédia mas profundamente tocado por Deus naquela cidade denominada Familyng em pleno deserto.Vamos á sua fala proferida em seguida:
—Meus cinco mandamentos são:Dedicação ao trabalho,socialização,lazer,prestatividade com o outro, e separação de prioridades.Com relação ao mandamento um,posso dizer que o trabalho dignifica o homem seja ele qual for.Contudo, se o seu sonho for uma melhor colocação no mercado de trabalho,lute e dedique-se até o fim.É este o meu conselho.Já sobre a questão dois,entendo que a socialização é essencial tanto de idéias quanto de projetos.“Mostre-se ao mundo sem medo”.O item três é essencial para a nossa saúde mental e deve ser usufruído pelo menos uma vez por semana.Lembrem-se:Deus trabalhou seis dias e descansou no sétimo.Os dois últimos itens aprendi após a tragédia e o conselho que dou é que lute pelos seus sonhos.No entanto,preste atenção a quem está seu lado e o apóie em todos os sentidos.Dinheiro não é tudo nem tampouco traz felicidade.(Philliphe)
—Esplêndido!A vida nos ensina muitas coisas através das suas dores.(Isael)
—E como!Mesmo sendo tão jovem,vivi experiências cruéis e ímpares que me fizeram refletir e tomar o rumo certo.Querem que eu partilhe?(Renato)
—Claro.Estamos aqui para isso.(Rafael)
—Deus quer escutá-lo filho e fazê-lo compreender.(Uriel)
—Quero saber também das suas dores.(Isael)
—Á espera.(Philliphe)
—Á vontade,companheiro.(O vidente)
—Meus quinze anos de vida mostraram-me diversas questões da existência,muitas delas opostas.Sem nenhum medo declara que meus mandamentos são:Não agredirás seu próximo,seguirás as regras que não interfiram em tua felicidade,não brincarás com o sentimento alheio,seja leal para com todos e se solicitado dê bons conselhos.(Renato)
—Qual a importância disto para você?(Uriel)
—É meu “Norte” quando fico com dúvidas.(Renato)
—Muito bem.Deus te ama!Guarde isto.(Rafael)
—Obrigado.Eu também amo ele.(Renato)
—Disse Deus:”Aqueles que me amam são aqueles que guardam os meus mandamentos e o praticam continuamente.Pois de nada adianta a fé sem obras”.(O vidente)
—Brilhante!Obrigado pelas palavras,filho de Deus.(Philliphe)
—De nada.(Vidente)
—Acredito que me insiro neste contexto,não é parceiro?(Renato)
—Claro que sim.Eu só complementei as informações para os demais.(O vidente)
—Agora só resta a falar seu Isael.(Interveio Rafael)
—è verdade.Meus mandamentos são:Ternura,fidelidade,companheirismo,pureza e sabedoria.Estes cinco elementos combinados fazem o ser humano ter um grau de elevação muito alto.(Isael)
—Anotado!(Philliphe)
—Bem lembrado!Costumo me esforçar neste sentido.( o vidente)
—É possível chegar lá?(Renato)
—Quase impossível.Mas quando o ser humano se abre á luz divina tudo é possível.(Rafael)
—Com Deus posso tudo,sem ele não sou nada.(Complementou Uriel)
—Agora chega!Vamos parar um pouco e refletir.Mais dez minutos de parada.(Solicitou Rafael)

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