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Robert Johnson Filho Do Diabo
Patrizia Barrera
A trágica história de Robert Johnson, grande músico do estilo Blues dos anos 30, a resolução do mistério do seu trágico fim, os bastidores e a discográfica completa.
Um romance emocionante e uma pesquisa histórica sobre a breve vida de Robert Johnson, considerado pela maioria como o avô do Rock mas muito amado pelos apaixonados do Blues. Uma narração aliciante e talvés a solução de um enredo enigmático denso de esoterismo e fanatismo religioso que levaram à morte violenta e prematura daquele que foi difamado como Filho do Diabo. O que da arte de Robert Johnson pode ser definido maléfico? Realmente estabelece um pacto com Satanás para obter fama e honra no mundo da música? E qual foi realmente a causa da sua morte? Descubramo-lo juntos neste livro envolvente e fluidíssimo que vos tocará o coração.


Patrizia Barrera

Direito autoral
Robert Johnson Filho do diabo
D ireito autoral Patrizia Barrera 2021
Tradução Aderito Francisco Huo
Editor Tektime


Rha Production

Agradecimentos
Livro original, fruto de uma longa pesquisa e muita paixão

Obrigada a todos aqueles que apreciarão e conservarão no coração este livro.

Patrizia Barrera
Julho de 2015

PARA LA' DA LENDA
Um rapaz único



As vezes gosto um pouco de demonstrar a falsidade dos mitos, reduzi-los a uma dimensão mais humana. É o caso Robert Leroy Johnson, desde sempre definido demoníaco, enigmático, ligado num certo sentido ao Maligno e àquela imagem dark (sombria) de pioneiro do Rock.
Sobre ele diz-se de tudo e mais se bem que, como para muitíssimos artistas da época, os dados biográficos à nossa disposição sejam realmente pouquíssimos. Mas talvés é propriamente a lenda que incide na imortalidade da sua figura e que, a meu ver, acentua também a dimensão artística. Não posso esconder que a sua personagem não me é simpática e provavelmente muitos de vocês vão me odiar por isso: todavia não é meu costume ter papas na língua, mas pelo contrário adoro trazer à luz verdades desconfortáveis. No caso de Robert Johnson dediquei-me para remontar à realidade VERÍDICA dos factos… e vos garanto que achei realmente pequenos bocados apetitosos para vocês, leitores! Mas vamos por ordem.
Uma infância certamente difícil mas de modo nenhum obscura como muitos afirmam.
A mãe chamava-se Julia Major e era certamente uma rapariga... muito exuberante! Em 1889 casara com um tal Charles Dodds, que possuía uma parte de terra e também uma pequena loja de móveis de vime. O homem parece que fosse de origem hebraica e não era muito bem visto na pequena Hazlehurst, sobre o Mississípi, onde a família vivia. Hábil comerciante atraia frequentemente a inveja de outros pequenos proprietários da zona, provavelmente mesmo irritados pelo facto de que não fosse um “americano genuíno”.



Eis a primeira casa de Robert Johnson em Hazlehurst. Já era uma ruína quando nos anos 90 a pequena cidade resolveu restaurá-la e torná-la um museu. A casinha foi construída por Charles Dodds e inicialmente tinha um pórtico, que é visível mesmo em algumas fotografias antigas de Johnson. Comodidade da época: a casa gozava também de água corrente.
Sabe-se que na época as coisas precipitavam-se muito depressa: chegado nas mãos com os Irmãos Marchetti (e parece que aqui tenha escapado também o morto!) Charles foi forçado a fugir na mesma noite, em 1909, deixando perder as suas peugadas.


Eis a mesma casa, restaurada, come aparece hoje.
Ficando sozinha com 10 filhos nas costas a pobre Julia não sabe o que fazer: isolada, apontada, objecto de vários vexames não consegue pôr a funcionar a pequena fazenda, que vai em ruínas. No entanto o marido transferiu-se para Memphis e mudou o nome para Spencer. Amealhando algum dinheiro de ambas as partes Julia consegue mandar, dois em cada vez, as crianças mais pequenas ao pai até quando permanece sozinha em Huzlehurst com as filhas mais grandes. E aqui a tragédia explode: forçada a fechar também a pequena loja de móveis porque não consegue pagar as taxas e encontrando alojamento num casebre abandonado na periferia, a pobre mulher é forçada a fazer aquilo que chamaríamoshoje “trabalhos sazonais” para sobreviver, recolhendo algodão 12 horas por dia nas plantações vizinhas.


Aqui está o certificado original do recenseamento de 1920… neste período o pequeno Robert já vivia com a mãe e o padrasto, Dusty Willis, em Arkansas. É interessante notar como o apelido da criança esteja indicado em Spencer.
Inútil dizer que o casamento entre Charles e Julia quebra-se; em 1919 vimos esta última novamente casada com um certo Dusty Willis e o novo casal passa a viver em Robinsonville, no delta do Mississípi. Robert fica com eles mas a relação com o padrasto torna-se muito difícil. O mocinho veio a saber pouco tempo depois quem é o seu verdadeiro pai e, rancoroso relativamente aos ambos padrastos, ostenta o apelido Johnson aos quatro ventos. É brigão, irascível, sofre de dores de cabeça contínuas. Mesmo tendo precedentemente aprendido a ler e a escrever (alguns dizem que tivesse mesmo uma boa grafia!) não querendo ir mais à escola, e não obteve nem sequer o diploma de segundo grau. A sua única consolação era dirigir-se à margem do rio e tocar a gaita-de-beiços e a harpa do hebreu.
Em casa é absolutamente inútil e trabalhar nos campos não se fala tão-pouco. Em 1920 a pequena família transfere-se para Arkansas em Lucas Township, Crittenden Country, como parece demonstrar um recenseamento de 1920, mas as coisas não correram da melhor forma. É sabido que Robert tivesse um olho “bailarino”, isto é um olho pequeno do outro, e que acusasse notáveis dificuldades de concentração. Sussurra-se que pudesse ter sofrido de epilepsia... mas não tenho a vontade de confirmar este dado, mesmo porque muitas crises de agressividade típicas da idade de adolescência podem ser confundidas com esta doença. E parece que o bom Robert de crises tivesse tido bastantes, visto que, no fim, a família resigna-se à sua debandada!


Cowboy e ruas de far west. Aparecia desta forma a Crittenden County em 1920.
Aos 14 anos começa a frequentar as barcaças musicais nas margens do Mississípi, a fumar, beber e a frequentar mulheres. Contagiado pela musica de Son House e Willie Brown, refugia-se no Blues, mas a música “maldita” invadiu a família, que condena de todas as maneiras ao ostracismo esta sua paixão. Nasce talvés neste período a mania do jovem Johnson de tocar nos cemitérios e nos matagais obscuros: muito remontas do pensamento do “demónio”, o pobre Robert procura simplesmente um lugar oculto para praticar em paz a sua paixão e chorar em silêncio. Ainda não tocado pelo Maligno, aos 15 anos torna-se um adolescente irrequieto e, na verdade, um desajeitado.
Agora, antes de ir mais além, queria deter a vossa atenção sobre esta famosa harpa do hebreu, da qual muitos falam. Se procurarem ver por aí na Web, encontrarão muitos artigos sobre o Robert Johnson que afirmam que a tocasse… sem ir mais ALÉM na descrição.
Todavia este pequeno instrumento por si só diz muitíssimo sobre a psicologia e, acima de tudo, sobre as capacidades artísticas - musicais do jovem Johnson!


Aqui está uma harpa do Hebreu de 1900. Provavelmente o pequeno Robert aprendeu a tocar uma destas nas barcaças do Mississípi.
A Jew’ s harp é praticamente… um BERIMBAU, um instrumento de origem jipsy que era tocada pelos Nómadas do Rajastan já a partir de 1500 e que, como muitos outros, chegara nas margens do Mississípi juntamente com os imigrantes italianos e Hebreus, que o tinham adoptado. Hoje como ontem chamar alguém de Jipsy era chamá-lo de forma pejorativa, isto é “cigano”. O pequeno instrumento era portanto quase o símbolo de um estilo de vida fora dos esquemas, para não dizer vagabundo. Era ainda mais muito fácil de arranjar, fabricar e também tocar; não era exigida nenhuma habilidade especial, se não a constância. Provavelmente Johnson o utilizava também para alcançar alguns estados de transe e de bem-estar (hoje os chamaríamos de “petas”) porque as vibrações do instrumento juntamente ao uso do álcool induziam a uma forma de distanciamento da realidade e da dissociação, técnica provavelmente aprendida nos bares mal reputados do delta.


A harpa do Hebreu, de matriz evidentemente Afro, é ainda hoje difundida na Nova Guine, entre os Papua. Claramente com as devidas modificações.
Além de tocar a harpa e a gaita-de-beiços, o nosso Robert parece que tivesse iniciado também a trabalhar um pouco para sustentar-se, sobretudo quando as relações com a mãe e o padrasto desfizeram-se totalmente. Estamos em 1928 e Johnson trabalha como assalariado rural na Plantações Abbay-Leatherman perto de Robinsonville. Aqui muito provavelmente encontrou o primeiro e único grande amor da sua vida, Virginia Travis, que depois casou com ela dos seus 18 anos de idade em Penton, MS, 17 de Fevereiro de 1929. Os dois sem dinheiro e passam a viver em casa da irmã desta, Bessie, e do cunhado Granville Hines. Parece que a modesta casinha baseada nos arredores de uma comunidade que agora não existe mais, a New África, mas para ter uma ideia de como estivesse orientada socialmente e culturalmente podem dar um salto em New Road África em direcção a Clarcksdale. Trata-se ainda hoje de uma comunidade bastante rígida, um pouco fechada e certamente animada por grande fervor religioso. Tudo parece bastante limpo e organizado, e a vida corre tranquila conforme um ordenamento social suficientemente… de ferro. Viver ali em 1929 não devia ser canja... para um tipo como Robert Johnson!


Uma raríssima imagem que retrata Robert Johnson na marquise da sua casa em New África, onde vivia com a mulher Virginia, a irmã desta e o cunhado. Isso em 1928
Se bem que trabalhasse e amasse a mulher, uma tímida e amável dos seus quinze anos empenhada nos trabalhos domésticos, é sabido que Johnson não tolerava a vida rural e que fugia de casa muitas vezes. Retirava-se nos bares mal reputados e nas barcaças no rio em perseguição de um sonho. Enfim corrompido pela música Blues e pela obsessão fanática por Charlie Patton e Son House ficava muito pouco ao lado da esposa, que enfim estava grávida do primeiro filho. Mas a tragédia está logo atrás da esquina. Na noite 9 e 10 de Abril de 1930 Virginia morre de parto com o pequeno Claude Lee: Robert não estava com ela mas sim a tocar para clientes bêbados nas barcaças do Mississípi.
Quando volta a casa dois dias depois encontra a esposa morta e sepultada e o ostracismo de toda a comunidade que o difama como dissoluto, libertino e escravo do demónio. Agredido pela cunhada Bessie que o acusa publicamente de “ter vendido a alma ao diabo e de ter desta forma matado a sua esposa” o rapaz é literalmente despejado fora de casa, humilhado, ferido e completamente devastado na alma. Desapareceu no mesmo dia e começou a vaguear nos comboios de mercadorias de cidade em cidade assumindo de quando em vez vários nomes: Robert Spencer, Robert James, Robert Barstow e Robert Sacks. Encontrado durante um curto período em Hazelhurst, provavelmente à procura de um conforto. Talvés encontrado em casa de um dos meios-irmãos do padrasto Charles que lhe ensinou os elementos da guitarra, e antes lhe ofereceu uma, uma Gibson Kalamazoo que ele conserva até a morte. Ao certo aqui casa-se com uma mulher muito mais grande do que ele, Calletta Craft, que casam-se secretamente em Maio de 1931 e que não só lhe deu um filho mas que lhe permitiu (ou melhor favoreceu) a frequentação com aquele que foi indicado como “o Diabo em pessoa”.



FILHO DO DIABO
O maestro obscuro


Mas quem era esta obscura figura, desde sempre comparada ao diabo? Foi por causa desta pessoa que Robert Johnson fez o famoso PACTO vendendo a sua alma para obter sucesso e habilidade tocando a guitarra? Foi realmente este homem o famoso mentor que o acompanhou à “encruzilhada” onde foi evocado o maligno? Vejamos como ocorreram os factos.
A lenda sobre Ike Zimmerman nasce a partir de um famoso testemunho de Son House, que conheceu Robert em 1930 num dos bares em Mississippi. Na época a euforia do blues era palpável e acontecia que aos músicos se unissem uns fregueses e umas noivas tocando juntos, propriamente como num Jam session de hoje. Pois bem Son House refere que Robert Johnson tocava a guitarra como uma enxada e que muitos clientes lhe pediram para mandar calar o rapaz que causava uma dor de cabeça à gente! Apenas à distancia de um ano a partir deste episodio os dois encontraram-se de novo… e desta vez Johnson deixa todos de boca aberta pelas capacidades incríveis e a velocidade ao dedilhar as cordas que tinha desenvolvido apenas num ano e foi uma vez ainda Son House juntamente com o seu alter-ego Willie Brown a sugerir que só vendendo a alma ao diabo pode-se tornar excelente em tão pouco tempo!
E já que naquele breve ano todos recordavam de ter visto o jovem Robert na companhia de Ike Zimmerman "a tocar blues", e ainda por cima sobre as lápides do cemitério nos arredores da aldeia, a combinação entre o Talento – Zimmerman - Demónio foi quase automático.


Eis o “ bisbilhoteiro” Son House à época dos factos
O boato circula e a lenda do pacto com o diabo ganhou imediatamente forma: enfim foi o mesmo Robert Johnson a fixá-la definitivamente exprimindo-o na sua CROSSROAD BLUES. Depois, como acontece nestes casos, a lenda espalhou-se mais rapidamente do que ele e talvés o absorveu, transformando-o num artista “querido e danado” destinado (como depois foi) para uma intensa e curta vida de sucessos e para uma morte dramática e repentina. E Zimmerman em tudo isto... que parte teve?
Encontrei muitas noticias sobre ele... numa rádio de Alabama, que entrevistou à filha dele alguns anos atrás, na ocasião da reivindicação de alguns trechos do pai pois publicados por Robert Johnson. A imagem que aparece é bem diferente daquela que se encontra por aí!
Isaia " Ike " Zimmerman (mas o apelido originário parece ser Zinnerman) nasceu em Grady, em Alabama, em 1907. Embora desenvolveu cedo o amor pela música é forçado a trabalhar desde criança como agricultor na pequena firma familiar. No tempo livre lhe agradava contudo pôr-se a andar tocando por aí nos bares e parece que em Montgomery fosse muito conhecido. Nesta alegre vila terá como mulher uma certa Ruth, que era uma cozinheira num
Dos melhores hotéis do sítio. Com ela se transfere para um lugar chamado The Quarters, em Beauregard Road.
É interessante notar como o pequeno aglomerado de 6 casas residisse concretamente ao lado de um cemitério e que a casa de Ike se encontrasse na boca de um cruzamento, como narra a filha. Aqui a pequena família alarga-se, ele acaba por mudar de trabalho mas não perde por ventura a paixão pelo blues que, como sempre, não é bem visto pela gente do sítio. Todavia é muito ágil não só com a guitarra mas também com outros instrumentos, e também bom maestro e parece que a um certo ponto tenha começado a deliciar-se no ensinamento da guitarra… às mulheres! Mas um motivo de contraste com a pequena comunidade, se pensarmos que nos primeiros anos 20 a sociedade, seja negra como branca, não via com bons olhos que as mulheres se “aculturassem”. Porém imaginemos a tocar o blues!
Zimmerman acaba desta forma a dar aulas…nos cemitérios, e não só naquele de Beauregard decerto em todos aqueles da zona, já que ia com frequência passeando. O porquê desta medonha escolha e muito simples: tratava-se de lugares sagrados, tranquilos e um pouco fora de mão, lugares em que nem a mais excitada cabeça quente do subúrbio teria ido com invectivas… ou pior. Com o tempo, a figura de Ike vem “absorvida e tolerada” e começou a fazer parte da paisagem. As suas breves incursões o levaram a Martinsville, onde habitava o irmão Herman e onde ele fixava-se muitas vezes num bar na época chamado ONE STOP porque toda a zona tinha uma única paragem de autocarro. Exactamente aqui acontece o fatídico encontro entre Zimmerman e Johnson.
Ouvindo os testemunhos Robert estava sem um tostão e fixava-se no bar para restaurar-se e tocar um pouco. Os dois simpatizaram de imediato e Ike convidou o rapaz sem dinheiro, que demonstrava um grande amor pela guitarra e uma forte vontade de aprender a tocá-la, para a sua casa. Johnson aqui fica um ano inteiro. Toda a família Zimmerman afeiçoa-se pelo rapaz e as crianças brincam com ele. À noite reuniam-se todos à volta da fogueira para tocar baladas tradicionais ou mesmo algumas canções típicas da família zimmerman. Ouvindo os testemunhos dos filhos, parece que as famosas Ramblin' on my mind e Come on into my kitchen, publicadas por Johnson, eram na verdade canções compostas por Ike cujo depois Johnson apoderou-se.
Seja como for os dois empenhavam-se muito: no sábado e no domingo subiam a pé ao longo de uma rua terraplanada através dos bosques, atravessavam um cruzamento (!) e depois encaminhavam-se à direita para entrar num cemitério onde se exercitavam tocando, seja de dia como de noite. Ou melhor, muito de noite, visto que o bom Ike de dia trabalhava como operário para sustentar a família! Às vezes Robert voltava ao encontro da mulher Callie... mas para brevíssimas pausas. Além da guitarra parece que Zimmerman o tenha ajudado a afinar a arte da gaita-de-beiços e que tenha sido co-autor de muitas canções entre as quais depois foram gravadas pela Okeh, alguns anos depois.
Pouco tempo depois começaram a exibir-se em “duelos musicais” em toda a zona Juke e Martinsville: desafiavam-se em toques de guitarra no meio das ruas e no fim partiram para Texas, onde os seus caminhos separaram-se. Robert voltou para o norte para espantar os seus colegas músicos com as adquiridas habilidades, e Ike depois deixou Beauregard para transferir-se com a família antes para Los Angeles e no fim para Compton, na Califórnia, onde empreendeu uma actividade pastorícia. Não parou por acaso de tocar o blues e morreu tranquilamente na sua cama em 1974.


Uma raríssima foto de Ike Zimmermann quando fazia-se de mentor ao jovem Johnson.
Tudo aqui? E então, o Pacto com o diabo?
Digamos que, se mesmo não queremos trazer à baila o pobre DOCTOR FAUST, a ideia de vender a própria alma ao Maligno… é história antiga! Toda a tradição Afro-Americana e também aquela Europeia está repleta de referências a esta prática; basta recordar o famoso conto de Irving Washington O diabo e Tom Walker de 1824, ou então O Diabo e Daniel Webster de Stephen Vincent Bennet de 1936. E o que dizer de uma dos ilustres predecessores de Robert Johnson, o músico negro TOMMY JOHNSON que, triste e alcoolizado e na esteira do outro tanto arrasado CHARLIE PATTON, passeava por aí ao longo do Mississípi gritando a sua BIG ROAD BLUES?
E se decerto queremos dizer a verdade, não foi ainda Son House a sublinhar a “familiaridade” entre a história de Robert Johnson e aquela do bluesman de St. Louis PEETIE WHEATSTRAW, que se autoproclamava “filho legítimo de Satanás?” enfim, se nós queremos
Chegar às histórias de casa nostra, o que é que acham de Nicolò Paganini e de muitos seus trechos que se dizia de lhe terem sido ditados pelo demónio?
Em suma, fazer de um adquirido talento nato por uma dura dedicação e por uma predisposição inata uma lenda, e acrescentando pormenores inventados por cima por vanglória da parte de Robert Johnson e ampliar esta imagem por puros objectivos comerciais da parte das editoras que o produziram, não foi difícil. Pena que depois o músico DANADO se tenha engasgado sozinho alimentando as suas fábulas!


Aqui está o Tommy Johnson, o primeiro filho do Diabo dos pântanos do delta. Todavia a figura deste músico alcoolizado não criou problemas à comunidade negra da época: por quê? Veremos a seguir.
De todas as formas, o seu comportamento não era certamente edificante: entretendo-se em felizes encontros sexuais com a senhorita Virginia Mae Smith certamente dois meses depois da morte da sua pobre mulher, grávida esta de um filho que nunca quis reconhecer e fugido secretamente para casar-se com a abastada e várias vezes divorciada Callie Craft, dez anos mais grande, por únicos motivos económicos, disseminava por toda a parte rancores, discórdias e corações partidos.
Diferentemente de muitos bluesman que se metiam na cama de qualquer uma com o único objectivo de obter quaisquer trocados, uma garrafa e um pouco de calor, Robert Johnson explorava os seus dotes amadores com o cálculo preciso de um homem de negócios, vendendo-se a quem oferecia mais. Não considerava descabido deixar-se sustentar por mulheres idosas e endinheiradas, que sucedia, usufruia e muitas das vezes maltratava, para no fim abandoná-las quando encontrava o melhor. O seu segundo casamento acabou... quando Callie adoeceu (alguns dizem que por um aborto ou um filho nascido morto) e era necessário estar ao lado dela. De noite até ao amanhecer Robert a deixou para acompanhar-se nas suas incursões a uma estrelinha de passagem…
Entre 1932 e 1933 o encontramos muitas vezes em viagem: pedia boleia ou subia nos comboios como clandestino, e as vezes apanhava o autocarro. Durante um breve período estabeleceu-se em Helena, em Arkansas, iniciando a ser sequaz entre os músicos do local como Howlin' Wolf, Honeboy Edwards, Memphis Slim, Robert Nigthawk, Sonny Boy Williamson, só para citar alguns. Travou também uma relação (outra vez?) com a linda Estella Coleman, ajudando depois o filho dela, o futuro bluesman Robert Lockwood Jr. a seguir o caminho para o sucesso.

Mas o seu companheiro preferido de peregrinação foi Johnny Shine, com o qual chegou até em New York e em Canada. Encontramos dados desta sua preferência numa foto que remonta talvés a 1933 e que deu a volta ao mundo como “a terceira foto desconhecida do grande Robert Johnson”…


Um já idoso Ike Zimmermann em 1974, dois meses antes da sua morte.












O MISTÉRIO NUMA FOTO
Da poeira a Ebay



A história desta foto é extremamente singular: descoberta por acaso em Ebay em 2007 por um coleccionador, publicada na revista Vanity Fair em Novembro de 2008, foi enfim autenticada em Janeiro de 2013 depois de longas e atentas dissertações na sua originalidade. O que deixava duvidar, a parte a expressão do jovem Robert que aqui não parece ter precisamente NADA de demoníaco, é que os botões do casaco de Shines parecem estar ao “feminino” a não ser que o jovem Shines não ousasse usar o casaco da irmã é portanto presumível que a foto original estivesse “virada” e que por conseguinte o músico caracterizado como Johnson fosse na realidade canhoto, outro ponto a favor relativamente a sua natureza… luciferina!


Aqui está a foto de primeira virada/rotação no verso certo
Até aquele momento, de facto, as únicas duas fotos “confirmadas” eram aquelas na posse da irmãzinha dele Carrie, pois que são aquelas que bem conhecemos; em ambas Johnson NÃO aparece de modo nenhum canhoto. Então como estão realmente os factos?
Temos vários testemunhos de Johnny Shines a respeito. Sabemos que este último foi companheiro de Johnson durante alguns anos, de 1933 a 1935 c.a. e que ambos giraram em comprimento e em largura pelo Delta segundo as melhores tradições dos Ramblers. Shines não fala por acaso do presumível esquerdismo do amigo mas narra minuciosamente de como Johnny amasse tocar o Blues de costas em relação aos outros músicos, enquanto virava tranquilamente de face quando se tratasse de tocar música do outro género, aquela que os clientes frequentemente pediam, como as baladas do velho Sul.
Esta sua mania de virar-se de costas é bem confirmada também por Son House que, como sempre, a colora de voodoo (culto animista de origem africana). “Ele não queria que os outros músicos o reparassem nos olhos enquanto tocava e virava dando costas, provavelmente para que ninguém pudesse arrancar-lhe o segredo da velocidade das suas exibições. Sabe-se que ao diabo não agrada ser reparado na cara!”
Aqui está, bastam frases como estas para alimentar uma lenda! Muito mais simples supor um esquerdismo contrastado, uma hipótese, esta que esclareceria em parte também as dores de cabeça infantis de Johnson, as suas dificuldades de concentração, a irritabilidade e o não querer frequentar a escola.
O esquerdismo foi durante séculos considerado um “sinal demoníaco” e não poucos indivíduos acabaram na fogueira durante o período da Inquisição por este motivo!
Até na época moderna (e estou a falar da metade dos anos 70) tendia-se para corrigir esta diversidade enfaixando a mão da criança e estimulando para escrever com a direita!
Se portanto comparamos o ser esquerdino no inicio de 900 (século vinte) na América, no Delta, junto duma comunidade negra e numa criança “bastarda” (portanto filho da culpa, marcado antes seu) que ainda por cima uma vez crescido “toque o blues”... Pois bem, podemos compreender a enormidade da carga psicológica e emotiva que acompanhou o jovem Johnson durante toda a sua breve vida. Nesta óptica e fácil supor que as improvisadas capacidades imputadas ao pacto com o diabo fossem simplesmente um reapropriar-se do esquerdismo perdido, talvés próprio sobre o estímulo do seu maestro Zimmerman, que soubera ler na alma afligida do rapaz.
Portanto, musicalmente falando, assistimos a um verdadeiro desdobramento de Robert Johnson: dum lado um artista capaz de tocar qualquer coisa se lhe pedisse em qualquer estilo, uma capacidade típica dos ramblers que deviam adaptar-se aos variegados gostos dos clientes dos bares; do outro um artista que deixava voar os dedos na guitarra tocando o blues… de costas...
No primeiro caso existe certamente a aquisição de um “método” que, se para Son House e outros músicos de raça era inato, em Johnson era fruto de uma dedicação constante e disciplinado; no segundo existe pelo contrário o sentimento de libertação do blues, que vem por conseguinte executado segundo a própria natureza esquerdina e que vem mantida oculta aos outros, por motivos que dissemos.
De outra parte, que Johnson fosse um dissociado e um alienado é amplamente documentado: Shines relata como o amigo fosse afável e gentil com o público e violento e brigão em privado, sobretudo com as mulheres que maltrata, espanca e abandona.
“Muitas vezes desaparecia precisamente no momento em que estávamos a tocar e me deixava sozinho – narra Shine – ficava fora alguns dias sem dar notícias suas, depois voltava como se nada fosse. Eu sabia que amava arranjar sarilhos, aldrabar as mulheres casadas e mais de uma vez meteu-se em pancadaria com os seus maridos. Algumas vezes foi posto na prisão durante algumas noites por bebedeira molesta e brigas. No inicio era bonito viajar com ele, subir e descer nos comboios, tocar em toda a parte onde tivéssemos vontade. Johnson era amado pela gente, pois que sabia satisfazê-la em tudo e por tudo. Mas quando começou a meter-se com as mulheres mudou. Afogava a sua raiva em qualquer mulher que lhe chegasse ao alcance, batia nela até a morte e depois vinha tocar comigo.
Dizia para mim “Ah… espancar uma mulher deixa sentir-me melhor!” e na verdade quase todas as canções que ele escrevia falavam de mulheres. A um certo ponto a convivência com ele tornou-se impossível e nos separamos.”


Um maduro Johnny Shine, anos depois da morte de Johnson… que toca as canções do amigo.
Em 1936 Johnson estava a ser afligido pelo anseio de gravar as suas canções e entrar no mercado discográfico. Dedicou-se muito, por isso, para ser recebido por HC Speir, um talent - scout branco que tomava conta de uma loja de discos em Mississípi e que já tinha descoberto grandes talentos como Charlie Patton, Skip James, Tommy Johnson e Son House. No que se diz, Speir reconheceu em pouco tempo as capacidades de Johnson mas, por uma antipatia de impacto, preferiu passá-lo ao Ernie Oertle, um outro TC que se ofereceu de levá-lo a S. António em Novembro de ’36 para fazer uma sessão de experiencia.
Isto acontece sala 414 do Gunter Hotel, onde a Brunswick Record tinha instalado um estúdio de gravação “ambulante”, como se usava na época.
Juntamente a Johnson, efectivamente, havia uma multidão de músicos apanhados aqui e acolá no delta, Mexicanos acima de tudo e até a Wagon Gang Chuck, um grupo musical muito solicitado naquele período nos bares do Delta. Aqui Johnson, como relata Oertle, “ gravou acocorado e de costas, tanto que esforcei-me muito para posicionar os microfones”.
Todavia Oertle não se encantou assim tanto: estava habituado às manias dos Bluesman e aos seus rituais e pensou que Johnson estivesse simplesmente procurando “o ângulo de carga”, isto é o modo melhor para tirar o som.
Nesta primeira sessão foram gravadas, entre outras, l’ COME ON INTO MY KITCHEN, KINDHEARTHED WOMAN, CROSSROAD BLUES e TERRAPLANE BLUES, a única cujo Johnson escutou a gravação e que veio a ser um grande sucesso, vendendo na primeira semana muito bem 5000 cópias, um verdadeiro recorde para a época!
Nesta primeira experiencia de ensaio encontramos um ciclo de canções concretamente ligadas ao Sul rural, visceral e de impacto consideradas desde sempre “e mais verdadeira expressão do melancólico Johnson”. Entre esta distingue-se Kindhearted Woman pela sua complexidade e por uma maior pesquisa do som; a letra é precisamente muito mais articulada que as outras e não é por acaso que durante anos, juntamente com a Crossroads blues, veio a ser quase uma insígnia distintiva do artista.
Uma segunda sessão foi feita em 1937 directamente em Dallas no Vitagraph Building situado na 508 Park Avenue, onde a Brunswick Record tinha o seu Quartel-general.
29 Canções no seu todo, mais alguns ensaios inacabados e umas gravações descartadas, para um conjunto de 41 gravações. Um número exíguo de trechos que todavia constituem um precioso património para a musica mundial.
De todas as formas, aquele de Robert Johnson foi um sucesso POSTUMO. Embora apreciado como músico, as suas capacidades de inovação não foram bem compreendidas na época e não foi certamente a sua prematura morte a relegá-lo num repentino esquecimento que o ocultará à crítica durante aproximadamente trinta anos. Em 1938, período do seu máximo sucesso, se perguntarem a qualquer um na rua Quem é Robert Johnson? Não saberia responder; porém saberia descrever para vocês quantos cabelos tinha na cabeça Son House. Todavia o seu nome começava a ganhar espaço entre os experimentados do sector visto que mesmo naquele ano o celebre John Hammond, produtor da Columbia Records, o tinha contratado para a primeira edição do pois famosíssimo “Da Spiritual ao Swing” até à Carnegie Hall de New York, como para dizer a consagração oficial do jovem Johnson! Imaginem que, quando se soube da sua morte, com Big Bill Broonzy que o substituía no palco, foram observados dois minutos de silêncio e feitas tocar duas das suas últimas gravações, entre uma enchente chocada e em lágrimas.
Apenas se tivesse resistido e não deixar-se matar por únicos outros dois meses, naquela noite Johnson teria desfrutado o seu merecido sucesso!


Eis a capa do disco do famoso evento cujo Johnson não pôde participar… é notável a lista incrível de nomes de grandes ilustres.
Como se explica então esta sua escassa popularidade entre a gente comum?
Robert Johnson na verdade NÃO FOI POR VENTURA famoso em vida, e a sua produção aparece irrisória relativamente àquela dos outros Bluesman da época. Mas chegou ao auge, e pode-se dizer que foi redescoberto, nos anos 60 com a nova geração dos artistas Rock, em particular graças a uma colectânea editada Paramount chamada KING of the Delta Blues Singer, que teve literalmente muita procura, tanto que foi reeditada em 1969 e por fim em 1970. Artistas como Eric Clapton e os Cream contribuíram claramente para o renascimento da sua estrela, gravando uma nova versão de Crossoroads Blues, para não falar dos Rolling Stones que perderam o juízo com a sua versão de Love in Vain e Stop Breakin Down Blues.
Mas na verdade um tempo antes artistas menos notáveis tinham tentado de imortalizar Johnson.
Em 1951 Elmore James tinha gravado uma sua (especialíssima) versão de I Believe I dust my broom, que não teve o merecido sucesso, enquanto a já celebríssima Sweet Home Chicago tinha-se tornado o estandarte de muitíssimos Bluesman de excepção, primeiro entre muitos Muddy Waters, que por sua vez teria influenciado os Beatles.
Na verdade, Johnson encarnava uma realidade actualíssima durante os primeiros anos 60 Americanos: a imagem de um anti-herói danado, maldito e obcecado pelo demónio que canta o Blues quadrando-o a partir do interior se bem que harmonizava-se com a natureza revolucionaria da nova geração Americana. Ele nas suas canções “grita” literalmente a dor existencial de uma sociedade que não encontra mais dentro de si próprio, pontos de referência eficazes e que, com a espasmódica angustia, lança-se para um futuro obscuro e denso de incógnitas.
Se queremos, a produção de Johnson está repleta de mulher, álcool e violência, exactamente como na mais pura tradição blues. Contudo nas suas letras percebe-se o seu forte desgosto por aquilo que ele mesmo narra e do qual não é totalmente orgulhoso. O seu ritmo obsessivo de boogie (estilo de jazz/dança) recém-nascido, a sua voz estridente e nasal, a pausa entre as palavras, a utilização das micro tonalidades e as letras articuladas onde destaca a sua devastação moral, o seu sentir-se um “bastardo sem pátria” seguido pelos “demónios do remorso”, efectuaram uma mudança de grande impacto nos músicos da época, afectados pela mesma doença.
Nascidos numa década de bem-estar e saudáveis princípios familiares, os rapazes dos anos 60 sentem-se esmagados por uma sociedade onde a tradição tem o sabor de uniformidade e onde o conceito de Pátria vai demasiadamente de braço dado com a palavra GUERRA. Foi depois o campo de Vietname e a rotura que consegue dar a eles a voz certa; entretanto o mundo exige uma mudança e isso acontece, como regra, através da música. Nasce portanto a geração ROCK.


Fortemente influenciados pelo blues, os Rolling Stones pois tornaram-se ícones vivos de viver o Rock. Os seus concertos entre os anos 60/70 eram recheados de droga, álcool e rituais obscuros. Frequentemente foram protagonistas de rituais pseudo - satânicos e diz-se que foram espectadores impassíveis também de verdadeiros homicídios executados nos seus espectáculos por grupos perturbados.
Ser Rock, na América daquele tempo, equivale a “quebrar com os esquemas, refutar a tradição, pôr em discussão as convenções e aspirar a uma sociedade de verdadeira agressão, onde os conceitos da Humanidade e Progresso não sejam palavras escritas no papel. É indicativo portanto, e mesmo natural, que Johnson com a sua música maldita e as suas inovações estilísticas, que pretendiam fazer da guitarra a “verdadeira voz da alma”, viessem utilizadas como ponto de partida para a construção deste novo mundo. Ainda mais o Satânico Artista, com os seus trechos delirantes e evocativos, as letras onde se auto-define “ danado”, o seu evidente desprezo pelas mulheres e a descrição até bastante particularizada de um estilo de vida degradado e inclinado ao vicio, NÃO PODE não ser um ícone ideal para uma geração que faz da sua atitude de rotura um estilo de vida. E depois, a famosa tríade “droga sexo e rock´n roll” sobre a qual assentou-se toda uma geração de jovens Americanos entre os anos 60 e 70 não tira disso uma grande lição da Johnsoniana conduta “álcool mulheres e Blues”?
Nefastamente, posso sugerir que talvés não é tudo ouro o que brilha. Uma das características que tornaram Johnson célebre e lhe deram sempiterna memória foi o seu ritmo exuberante e eclético, muito diferente daquele dos Bluesman do Delta dos anos 30.
Para dar-vos uma ideia, quando Keith Richards escutou pela primeira vez uma das suas gravações, questionou-se: “mas quem é o outro guitarrista que toca com ele?” uma vez que não se apercebera que Johnson estava sozinho. Isto porque todo trecho mantinha desde o inicio até ao fim um ritmo articulado e veloz, e a voz dissonante e nasal de Johnson tinha o sabor de um verdadeiro “grito”.
Todavia existem declarações autenticas do Director Executivo da Sony, Berhil Cohen Porter, que venceu um Grammy em 1991 pela reedição das obras de Johnson, relativamente à possibilidade que as
gravações de 1936/1937 pudessem ter sido tornadas mais rápidas, um hábito típico da dupla Okeh /Vacalion, que amavam fazer caprichos semelhantes.
Em 2010 foi John Wilde, no famoso empório musical THE GUARDIAN, a sublinhar que as gravações de Johnson tivessem sido intencionalmente aceleradas para conferir um “toque de modernidade” ao conjunto.
Difícil dizer realmente em que pé estão as coisas, já que as matrizes originais das 78 rotações de então não existem mais. Mas se isso fosse verdade a música de Robert Johnson, definido o AVÔ DO ROCK, viria talvez reinterpretada.


Comparaçao entre a foto achada em Ebay (a sn) e aquela conclamada de Johnson. São notáveis as enormes diferenças entre as duas. Embora as analises computorizadas sobre a anatomia facial de Johnson tenham confirmado com segurança que ambas as fotos retratam o artista, fica por esclarecer O QUE pudera nele modificar em tão breve tempo a expressão e o somatismo do rosto. Talves... o pacto com o diabo?
Na verdade ele entrou na ROCK’ N ROLL HALL OF FAME com quatro canções de estreia NÃO Blues mas Rock. De facto com Sweet Home Chicago e Cross Roads Blues de 1936, e Hellhound on my Trail e Love in Vain de 1937. Do outro lado, sem a sua lenda, talvés HOJE o universo da música Rock não seria o mesmo, vista a sua influência sobre os monstros sagrados como Eric Clapton que começou a carreira exactamente na esteira das músicas do maestro; ou os Led Zeppelin que o homenagearam com o fantástico TRAVELING RIVERSIDE BLUES, onde as referencias à música e às letras das canções de Johnson perdem o seu tempo! Em suma, a partir de Jeremy Spencer ao Fletwood Mac e ao Peter Green, América e Inglaterra apertaram-se a mão para consagrar Johnson “Maestro Espiritual” da nova Era.
O que é seguro. É que Robert Johnson não desfrutou por acaso o seu sucesso e que teve uma morte prematura e sombria. Nem o local da sua sepultura é oficilmente notável e isso alimentou durante anos a lenda de que talvés nunca tenha existido. Mas a mim os mistérios não agradam e procurei descobri-los.

Eis aqui o que descobri para voces...












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